As reformas que hoje sustentam velhos… e novos… Fui - TopicsExpress



          

As reformas que hoje sustentam velhos… e novos… Fui funcionário público depois do 25 de Abril e, com tanto esforço e respeito encarei as funções, que, ao fim de um ano de serviço passei a receber ajudas de custo diárias e a desempenhar tarefas por todo o sul do País, onde fosse necessário intervir; quando me retirei, (cansado e farto, decorridos que foram cerca de cinco anos), recusei o cargo de Fiscal Principal, (só atribuível a licenciados em Engenharia Civil, ou a Engenheiros Técnicos Civis), níveis académicos que de todo não tenho; recordo o desabafo de um funcionário superior da então Junta de Évora: Saiu um excelente funcionário, que não tinha os atributos académicos para o cargo, mas que sempre cumpriu as funções com competência, e hoje o engenheiro técnico que o substituiu nada parece que “pesca” da questão! Um dia eu e mais dois técnicos, (um engenheiro de Hidráulica e um engenheiro civil) fomos destacados para dar apoio na Direcção de Hidráulica de Beja. Nessa direcção, o director disponha de cinco dactilógrafas e, (se me não falha a memória), três guarda – rios. As tarefas de dactilografia eram insuficientes para ocupar a 100% uma só funcionária, os guarda – rios não fiscalizavam os rios por falta de transporte, (o jipe estava avariado ia para dois anos, por falta de verba para a reparação), o director não se deslocava aos trabalhos de campo para os fiscalizar, porque, deslocando-se em carro próprio, não recebia os quilómetros ia para três anos. Quando me desliguei do Estado, o panorama (no seu geral) mantinha-se; uma ou outra pequena, ínfima mudança, mais consequente do facto de estarmos vivos, do que de outra qualquer, isto porque a vida é dinâmica e não estática, logo, ocorrem ligeiras, quase imperceptíveis mudanças. E hoje, passados que são perto de trinta e sete anos? Cada um de vocês que tente encontrar as sete diferenças escondidas no desenho caricatura do nosso País… É que os funcionários públicos são pessoas normais, (como quaisquer outras) que conseguiram um emprego onde dão o seu melhor, não são de todo responsáveis pelos sistemas ou métodos de trabalho; essa parte compete às chefias, mormente nomeadas pelos sucessivos governos. Logo, de sistemas criados por políticos incompetentes, que nomeiam os seus amigos e correligionários, (também eles incompetentes), resultam métodos de trabalho irracionais e anacrónicos… Na iniciativa privada continuei envergando a “farpela” de cidadão responsável, escrupuloso e cumpridor; na mais pura das verdades, limitei-me a aceitar as regras do jogo sem nunca as contestar. Cinquenta e um anos consecutivos de trabalho, na maior fatia desse tempo, vencimentos anuais repartidos por “gavetas”para permitir que a entidade patronal não suportasse sobre todo o montante a totalidade dos seus descontos, logo, baixando no horizonte do futuro o valor da reforma e suportando eu, (em consequência), a inevitável perda do puder de compra. Mesmo assim, descontos mensais que variaram entre os 64% e os 67%, o que, em um qualquer país com menor grau de selvajaria, me permitiria um muito razoável nível de direitos; nesta nossa terra do leite e do mel, como os muitos afazeres profissionais não me permitiam perder manhãs nos postos da caixa à espera de consulta, o empregador suportava o custo do seguro de saúde, e hoje sou eu que o suporto… felicidade em Portugal, para quem trabalha e cumpre, a quanto obrigas! E é o caso: quando me sento em frente do televisor, para descansar e distrair-me, logo me aparece um qualquer “par de jarras”a furar o esquema; desta feita foi o Silva Lopes e o Medina Carreira, (doutores, pois então), com gráficos e mais gráficos, (coisa que eu também sei fazer e até cozinhar, se necessário for), e sempre as malfadadas das reformas, dos vivos, dos mortos, dos assim-assim, dos viúvos, viúvas e afins. Pois, é que nunca variam, nem fazem gráficos demonstrativos das malfeitorias praticadas pelos que nos impõem a sua enfadonha intelectualidade serôdia e, (porque não dize-lo?), irracional? Quando no activo recebia mil e duzentos contos, ficava com quinhentos e dava ao Estado setecentos, (contando com a pequena parcela do empregador), e então, o que querem mais? Porque nunca falam das dividas ao fisco dos clubes de futebol, das despesas da Presidência da Republica, (que são o dobro das da coroa espanhola), da quantidade de deputados da Assembleia da Republica, dos motoristas do senhor Primeiro Ministro, mais do segundo, do terceiro e do quarto, e por aí a fora, do raio que os parta e da puta que os pariu? Da inutilidade e imoralidade das fundações, da má distribuição dos dinheiros públicos, das subvenções dos políticos, dos advogados que de manhã trabalham em empresas privadas e de tarde estão na assembleia como deputados, das parcerias publico privadas e da indecência de muitas que se furtaram aos impostos, (cala-te boca que sabes de mais); pois, quanto ao muito que há para dizer sobre tudo isto e muito mais, “moita-carrasco!” Para terminar, (e porque o face não permite que se desenvolvam convenientemente os temas), endereço aos funcionários públicos uma simples pergunta: “O que mais importa, perder um mês de vencimento, ou perder o trabalho para o resto da vida?” e um conselho: Greve Geral de toda a função publica, em conjunto com os transportes, durante um mês, (poupando aos utilizadores dos transportes públicos a despesa dos passes sociais), a paralisação de todas as funções do Estado: repartições, finanças, tribunais, hospitais, escolas. Por quanto tempo tínhamos o desprazer da triste liderança desta gente? É que a vitória do Bem é tanto maior quanto a sanha e fúria posta no combate ao Mal! José Solá PS- Dizem que existe uma lei, (para conveniência das nossas tradições tauromáquicas e cavalares), que considera os cavalos e os toiros como não sendo animais. Será? Em caso afirmativo, como não criar outra (lei, claro), que diga, (por conveniência), desta vez das pessoas de bem, e dos seus hábitos e tradições de bem-fazer, que determinados seres humanos não passam, (ou se assemelham), a animais irracionais? Aqui fica a sugestão para quem de direito. Com semelhante lei, nós, portugueses, bem que podíamos gritar ao mundo as nossas diferenças, quanto aos outros povos: “Vejam e invejem a nossa originalidade: em Portugal, certos e determinados animais irracionais já desempenharam cargos relevantes ao nível de ministros!”
Posted on: Mon, 11 Nov 2013 10:51:00 +0000

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