Assassinatos e investigações pela metade marcam o propinoduto - TopicsExpress



          

Assassinatos e investigações pela metade marcam o propinoduto tucano no Dersa O repórter havia acabado de ligar passando a nota. - Você viu a merda, me perguntou a chefe de reportagem em pé, ao meu lado. O cara era caixa do Covas. Vai ser o Celso Daniel tucano. O cara era Manfred Richthofen. Diretor do Dersa, responsável por obras como o Rodoanel. Na noite de 31 de outubro de 2002 ele foi morto de maneira brutal: a pauladas no rosto e tronco. O desfecho do caso surpreendeu os repórteres mais experientes de polícia. Ninguém naquela manhã poderia imaginar que o crime fora planejado pela filha e executado pelos irmãos Cravinhos, um deles, namorado da menina. Manfred era um homem que ninguém pensava em deixar abandonado na estrada. Acredita-se que as campanhas de 1998 e 2000 foram financiadas com verbas arrecadadas por Manfred entre empreiteiras e construtoras que participavam da obra do Rodoanel Oeste, o primeiro trecho da obra viária a ficar pronto. Apesar da confissão de Suzane e de a polícia considerar fechado o caso, o MPE resolveu desbridar o caso. Os promotores queriam saber se Suzane e Manfred são os titulares de duas contas correntes no Discount Bank and Trust Company (DBTC), hoje Union Bancaire Privée, em Lugano, Suíça O advogado Denivaldo Barni Júnior, procurador da Companhia de Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), responsável pelo Rodoanel, era amigo de Manfred e foi tutor e defensor de Suzane. Desde 2006, quando o MPE anunciou a investigação nas contas da Suíça, não se tem mais notícia do processo. As suspeitas recaiam sobre as contas número 15.616 e 15.6161, abertas em 1998 no DBTC. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, as contas já haviam sido descobertas pela CPI do Banestado em 2003, mas a titularidade não havia sido comprovada. Estima-se que essas contas abriguem pelo menos dez milhões de euros. Manfred também era investigado por enriquecimento ilícito. Outro processo que deu em nada. Além dos números das contas suíças, o MP investigava ainda instituições financeiras com as quais Manfred operava. Parte do dinheiro passava pela agência da avenida Paulista do Citibank, na conta 00031025587, e de lá migrava para fundos de investimentos da própria instituição. Outras duas contas correntes, ambas na Nossa Caixa (mais tarde vendida por Serra para o BB), teriam recebido aportes consideráveis pouco antes da morte de Manfred. Sabe-se que antes de morrer, Manfred e sua mulher viajaram à Suiça para tratar das finanças aportadas no Exterior. Manfred teria usado a documentação de sua filha para lavar esses milhões de reais. Ou seja, Suzane é dona do dinheiro. Uma última informação. Para o lugar de Manfred, foi promovido um outro engenheiro: Paulo Preto. Preto se tornou famoso após tucanos terem denunciado que ele teria sumido com dinheiro arrecadado junto a empreiteiras e construtoras que faziam parte da construção do Rodoanel. Preto assumiu a vaga de Manfred mas não seu escritório. Segundo o insuspeito Augusto Nunes, “horas antes do esclarecimento do episódio, dias antes da prisão de Suzane, policiais civis apareceram no prédio n° 126 da Rua Iaiá, no bairro do Itaim. Ali fica a sede da Dersa, estatal que administra a malha rodoviária controlada pelo governo paulista. Queriam examinar a sala ocupada por Manfred, diretor de engenharia da empresa. Entraram sem contar à chefia da Dersa o que procuravam. Saíram sem contar se encontraram algo. Lacraram a porta com um cadeado e sumiram com a chave. Em 2006, quando Suzane foi condenada a 39 anos e seis meses de prisão, os objetos pessoais, maletas, pastas, computador, documentos, canetas ─ todos os instrumentos de trabalho usado por Manfred, e o que mais houvesse ─ continuavam presos na sala. Só no fim de 2008, atendendo a apelos da administração do prédio, a polícia reapareceu para resolver o impasse: como os andares ocupados pela Dersa seriam reformados, o que fazer com o espaço interditado? O material deve ser transferido para outra cela sem grades, decidiram os sherloques. Sempre sem explicações, fizeram a mudança, fecharam com cadeado a porta da nova sala, sumiram com a chave e não voltaram mais”.
Posted on: Sat, 20 Jul 2013 02:44:54 +0000

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