Assunto: Por Carlos Nuno Castel-Branco Por Carlos Nuno - TopicsExpress



          

Assunto: Por Carlos Nuno Castel-Branco Por Carlos Nuno Castel-Branco Senhor Presidente, você está fora de controlo. Depois de ter gasto ummandato inteiro a inventar insultos para quem quer que seja que tenhaideias sobre os problemas nacionais, em vez de criar oportunidadespara beneficiar da experiência e conhecimentos dessas pessoas, agoravocê acusou os media de serem culpados da crise política... nacional emandou atacar as sedes políticas da RENAMO. A crise político-militar que se está a instalar a grande velocidadefaz lembrar as antecâmaras do fascismo. Em situações semelhantes,Hitler e Mussolini, Salazar e Franco, Pinochet e outros ditadoresmilitares latino-americanos, Mobutu e outros ditadores africanos,foram instalados no poder, defendidos pelo grande capital enquantoserviam os interesses desse grande capital, e no fim caíram. Será que você, senhor Presidente, se prepara para a fascizaçãocompleta do País? Destruir a RENAMO, militarmente, é um pretexto.Fazer renascer a guerra é um pretexto. Parte do problema dos raptos -não todo - e do crime e caos urbano é um pretexto. Permitir apenetração da Al Quaeda em Moçambique é um pretexto. Pretexto paraquê? Para suspender a constituição e aniquilar todas as formas deoposição, atirando depois as culpas para os raptores e outroscriminosos e terroristas, ou para aniquilá-los em nome da luta pelaestabilidade. Senhor Presidente, você pode estar a querer fascizar o País, mas nãose esqueça que a sua imagem e a do seu partido estão muitodescredibilizadas - por causa de si e do seu exército de lambe botas.E essa credibilidade não se recupera com palavras e com mortos. Só sepode recuperar com a paz e a justiça social. O que prefere, tornar-senum fascista desprezível e, a longo prazo, vencido? Ou um cidadãoconsciente e responsável que defendeu e manteve a paz e segurança doscidadãos, evitando a guerra e combatendo o crime? Senhor Presidente, você tem que ser parte da solução porque você é umagrande causa do problema. Ao longo de dois mandatos, quem se rodeou delambe botas que lhe mentem todos os dias, inventam relatórios falsos eo assessoram com premissas falsas? Quem deu botas a lamber e sesatisfez com isso, com as lambidelas? Quem se isolou dos que realmenteo queriam ajudar por quererem ajudar Moçambique e os moçambicanos, sempretenderem usufruir de benefícios pessoais? Quem preferiu criar umaequipa de assessores estrangeiros ligados ao grande capitalmultinacional em vez de ouvir as vozes nacionais ligadas aos quetrabalham honestamente? Quem insultou, e continua a insultar, oscidadãos que apontam problemas e soluções porque querem uma vidamelhor para todos (mesmo podendo estar errados, honestamente lutam poruma vida melhor para todos)? Quem acusa os pobres de serem preguiçosos e de não quererem deixar deser pobres? Quem no principio e fim dos discursos fala do maravilhosopovo, mas enche o meio com insultos e desprezo por esse mesmo povo? Quem escolheu o caminho da guerra e a está a alimentar, mesmo contra avontade do povo maravilhoso? Quem diz que a guerra, e o desastrehumanitário a ela associado, é um teste à verdadeira vontade de paz dopovo maravilhoso? Por outras palavras, quem faz testes políticos com avida do povo maravilhoso? Quem deixa andar o crime, a violência e apobreza, quem deixa andar a corrupção, o compadrio e as associaçõescriminosas? Quem nomeia, ou aceita a nomeação, de um criminosocondenado a prisão maior para comandante de uma das principais forçaspoliciais no centro do país? Quem se apropria de toda a riqueza e ao povo maravilhoso oferecediscursos e desse maravilhoso povo quer retirar (ou gerir, como osenhor diz) qualquer expectativa? Quem só se preocupa com os recursosque estão em baixo do solo, mandando passear as pessoas,os problemas eas opções de vida construídas em cima desse solo? Quem privatiza osbenefícios económicos e financeiros dos grandes projectos, e depoismente dizendo que ainda não existem? Quem se defende nos media internacionais dizendo que passou todos osseus negócios para os familiares enquanto é presidente - e quem ésuficientemente idiota para aceitar isto como argumento e como defesa? Quem divide moçambicanos em termos raciais e étnicos, regionais etribais, religiosos e políticos - já agora, o que são moçambicanos degema? Serão os autómatos despersonalizados e ambiciosos que nascem dasgemas dos seus patos? O que são moçambicanos de origem asiática,europeia ou africana - são moçambicanos ou não são? Quem ficou tão descontrolado que hoje acusa os media de seremcriadores do clima que se vive no país - foram os media que seapropriaram das terras, iniciaram uma guerra, deixam andar o crimeurbano e foram pedir conselhos ao Zé Du? Que tipo de media você quer?Um jornal noticias que não tem uma referência destacada a três grandesmanifestações populares pela paz e segurança e justiça social queaconteceram ontem no nosso país, embora tenha uma noticia sobremanifestações contra violações no Quénia? Porque é que asmanifestações dos outros são verdade e as nossas mentira? E, já agora, senhor Presidente, pode esclarecer-nos quem matou Samora? Senhor Presidente, você não merece representar a pérola do Indico nemliderar o seu povo maravilhoso. E desmerece-o mais cada dia. Você foium combatente da luta de libertação nacional e um poeta do combatelibertador, mas hoje não posso ter a certeza que liberdade e justiçatenham sido seus objectivos nessa luta heróica. O povo maravilhoso, ontem, prestou homenagem a Moçambique, a Mondlanee Samora, aos valores mais profundos da moçambicanidade cidadã e dacidadania moçambicana. Foi bonito ver as pessoas a manifestarem-se porcausas justas comuns, a partilharem a água e as bolachas, aabraçarem-se e distribuírem sorrisos, a apanharem o lixo que uma tãogrande multidão não poderia deixar de criar. Foi bonito ver quãobonitos e cívicos Moçambique e os moçambicanos, na sua variedade, são.Foi bonito ver os cidadãos aplaudirem a polícia honesta e abraçarem osseus carros, e os polícias absterem-se de atacar os cidadão. Foibonito ver que conseguimos juntar uma multidão consciente, cívica ehonesta, que o seu porta voz partidário, Damião José, foi incapaz dedesmobilizar. Foi bonito ver a bandeira e o hino nacionais a cobriremtodos os moçambicanos, moçambicanos que são só moçambicanos e nadamais. E no seu civismo e afirmação da cidadania moçambicana, esta multidãopara si só tinha três palavras: fora, fora, fora. Tenha dignidade e,pelo menos uma vez na vida, respeite os desejos do povo. Reúna os seuspatos e saia, saia enquanto ainda há portas abertas para sair e tempopara caminhar. Não tente lutar até ao fim. Isso só vai trazertragédia, mortes e sofrimento para todos e, no fim, inevitavelmente,você e todos os outros belicistas, criminosos e aspirantes afascistas, sejam de que partido forem, serão atirados para o caixotedo lixo da história. Saia enquanto é tempo, e faça-o com dignidade.Ninguém se esquecerá do que você fez - de bem e de mal - masperdoá-lo-emos pelo mal por, pelo menos no fim, ter evitado umatragédia social e saído com dignidade. Que, pelo menos, o seu último acto seja digno e merecedor deste povomaravilhoso. E, enquanto se prepara para sair, por favor devolva aopaís e ao Estado a riqueza de que você, a sua família e o seu grupo devassalos e parceiros multinacionais se apropriaram. Leve os seus patosmas deixe o resto. E, por favor, use as presidências abertas, pelaúltima vez, mas para se despedir, pedir desculpas e devolver a riquezaroubada. Saia, senhor Presidente, enquanto ainda é suficientemente Presidentepara sair pelas suas próprias pernas. Você sabe, de certeza, o que quer dizer A Luta Continua! Então, saia. E não perca tempo a abater ou mandar abater ou encorajar a abater oudeixar abater alvos seleccionados, sejam eles quem forem. O sangue decada um desses alvos só vai engrossar ainda mais o rio em cheia que oatirará a si, e seus discípulos, como carga impura, para as margens dorio poderoso fertilizadas pela luta popular. O povo não morre, e é opovo, não um alvo seleccionado, seja quem for, quem faz a revolução.Não se esqueça que a fúria do rio em cheia é proporcional à água quenele flui e à pressão que sobre ele exercem as margens opressoras. Senhor Presidente, não tente fascizar Moçambique. Se o fizer, podelevar tempo, podem muitas vidas ser encurtadas pelas suas forçasrepressivas de elite, mas se seguir este caminho, você sairáderrotado. A história não perdoa. Adeus, senhor Presidente, vá descansar na sua quinta com a sua famíliae dê à paz e à justiça social uma oportunidade nesta pérola do Índicoe em benefício do seu maravilhoso povo. Por favor. Não lhe queremos mal. Mas, acima de tudo, queremos a paz .
Posted on: Wed, 06 Nov 2013 09:55:40 +0000

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