Atualidade de Marx Nos meados do século 19, Marx escreveu que a - TopicsExpress



          

Atualidade de Marx Nos meados do século 19, Marx escreveu que a sociedade assim organizada desenvolveria, pelo menos, três características novas: a) seria compelida a aumentar incessantemente a massa de mercadorias, seja pelo aumento da capacidade de produzi-las, seja pela transformação de mais bens, materiais ou simbólicos, em mercadoria; no limite, tudo seria transformado em mercadoria; b) seria compelida a ampliar o espaço geográfico inserido nesse circuito, de modo que mais riquezas e mais populações dele participassem; no limite, esse espaço seria todo o planeta; c) seria compelida a criar permanentemente novos bens e novas necessidades; como as “necessidades do estômago” são limitadas, esses novos bens e novas necessidades, criados para dar sustentação a uma acumulação ilimitada de riqueza abstrata, seriam, cada vez mais, bens e necessidades voltados para a fantasia, que também é ilimitada. Essa nova sociedade se desdobraria em três direções fundamentais: promoveria uma revolução técnica incessante (voltada para expandir o espaço e contrair o tempo da acumulação), realizaria uma profunda revolução cultural (para fazer surgir o homem portador daquelas novas necessidades em expansão) e formaria o sistema-mundo (para incluir o máximo de populações no processo mercantil). Tudo isso se confirmou. De certa forma, esse processo já pertence ao passado, embora recente. Mas o percurso teórico de Marx não foi interrompido aí. Seu verdadeiro lance de gênio foi ter percebido que o capital procuraria ampliar suas possibilidades de acumulação em uma forma (que chamou D – D’) na qual ele nunca deixaria de existir como riqueza abstrata. É, exatamente, o que acontece hoje, com a disparada da acumulação financeira global. Marx anteviu: quando essa forma se tornasse predominante, a civilização do capital entraria em crise. Pois, ao repudiar as “coisas”, o trabalho e a atividade produtiva, ao afastar-se do mundo-da-vida, a acumulação de capital não poderia mais ser o eixo em torno do qual a vida social se organiza. A forma-mercadoria teria então de ser superada ou, pelo menos, remetida novamente a um lugar secundário, sendo substituída por algum outro princípio de organização da vida social.
Posted on: Sat, 31 Aug 2013 02:25:16 +0000

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