>> BOM ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO Concordo... - TopicsExpress



          

>> BOM ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO Concordo... Acho Mendes Thame muito lúcido no que escreve! 31/10/2013 - 03h30 Antonio Carlos de Mendes Thame: Libra, o lado errado da balança O leilão do campo de Libra suscitou um debate no país a respeito do modelo a ser usado na privatização do pré-sal. A presidente Dilma Rousseff defendeu o regime de partilha, enquanto outras vozes questionam se um leilão em que apenas um competidor participa e arrebata Libra - cujo volume estimado de óleo e gás recuperável é equivalente à quase totalidade das reservas nacionais comprovadas - pelo preço mínimo seria mesmo um sucesso. O leilão, porém, suscita outras questões que até agora não foram abordadas com a atenção devida. A privatização de Libra joga uma luz sobre a grave situação vivida pela Petrobras e sobre o retrocesso observado na definição da nova matriz energética brasileira. A Petrobras vive hoje grave crise. O jornalista Valdo Cruz, desta Folha, mostrou que desde descoberta do pré-sal em 2007 o endividamento da Petrobras pulou de R$ 49 para R$ 176 bilhões, e seu valor de mercado despencou 34%. O jornal Financial Times declarou que o intervencionismo da presidente Dilma destruiu mais de US$ 200 bilhões do valor da Petrobras desde 2009, transformando uma das melhores esperanças do Brasil de crescimento futuro em uma bomba-relógio financeira. A Petrobras tem sofrido pela política do governo de segurar o preço da gasolina, o que fez o consumo aumentar 76% de 2009 a 2012. Para atender à demanda, a Petrobras importa gasolina, vendendo-a no mercado interno por valor 30% inferior ao pago, o que impõe à estatal um prejuízo mensal de R$ 700 milhões; a tão apregoada autossuficiência desapareceu. Tardiamente o governo reconheceu a necessidade de uma nova política de preços. O modelo de privatização por partilha requer uma estatal capaz de realizar investimentos, mas como a endividada Petrobras conseguirá custear 40% da exploração do pré-sal? A presidente da Petrobras, Graça Foster, respondeu que a estatal poderá pagar os custos justamente porque terá recursos gerados pelo aumento da produção. É como se eu lhe dissesse que terei recursos para comprar uma casa com o dinheiro da venda dessa mesma casa ainda não comprada. A ministra mudou o discurso, afirmando que a produção de Libra só começará em 2020, mas até lá, como a empresa se sustentará? Além de prejudicar a Petrobras, o governo está matando a indústria do etanol, combustível limpo e renovável. Justamente o Brasil, que durante muito tempo era alardeado como o grande fornecedor mundial do etanol, enfrenta hoje uma grande crise no setor. Várias usinas já pararam de funcionar e mais de 45 mil trabalhadores perderam o emprego. Estimativas do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) mostram que apenas um terço de todo o potencial de consumo do etanol no Brasil (34 bilhões de litros) deverá ser vendido em 2013. Do Proálcool para cá, já são quase 40 anos de investimentos em pesquisa e estrutura produtiva que permitiram ao Brasil tornar-se um líder na produção de energias alternativas. Com a ênfase dada no petróleo, uma energia poluente, o Brasil arrisca perder a vanguarda tecnológica do setor. Não é somente o etanol que sofre com essa guinada do governo. Temos o escandaloso caso das usinas de energia eólica do Brasil que, apesar de pagas e prontas, não geram eletricidade porque esqueceram de construir as linhas de transmissão. E o governo precisa pagar às geradoras a receita fixa prevista nos contratos de concessão. A presidente Dilma falou que a batida do martelo do leilão de Libra foi também a batida na porta de um grande futuro. Estamos na verdade fechando nossas portas para esse futuro, ao colocar em risco nossa Petrobras e paralisar o avanço tecnológico da matriz energética brasileira. ANTONIO CARLOS DE MENDES THAME (PSDB/SP), 67, é deputado federal, secretário-geral do PSDB, engenheiro agrônomo e diretor executivo da Associação de Apoio aos Municípios Canavieiros e de Agricultura Energética do Estado de São Paulo (Amcesp).
Posted on: Fri, 01 Nov 2013 20:24:49 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015