Bullying, a ofensa que destrói aos poucos Viver trancafiado no - TopicsExpress



          

Bullying, a ofensa que destrói aos poucos Viver trancafiado no quarto é a realidade de Rodrigo Rufino, 17, que desde a pré-escola sofre por causa do bullying. “No Pré, eu era tímido e quando meu caderno acabou, não tive coragem de pedir um para a minha professora. Imagine a classe toda me olhando depois de três dias sem fazer lição e me chamando de burro. Prometi para mim que seria o melhor, mas, desde então, nunca mais tive sossego nos dois colégios que passei”. Segundo Diego Luís, especialista em bullying, esse um termo de origem inglesa utilizado para descrever atos intencionais e repedidos de violência física e/ou psicológica praticados por indivíduos chamados de Bullys, e que tem por objetivo intimidar ou agredir uma pessoa incapaz de se defender. “O bullying pode acontecer em qualquer lugar; no trabalho, na escola, no condomínio e até mesmo na rua. Quem o pratica nem sempre sabe que realmente está fazendo mal para pessoa que sofre” explica ele. E é exatamente nesse contexto social que Rodrigo Rufino vive. Quando mudou de escola os problemas não terminaram. Por ser considerado “cê-dê-efe” e por usar roupas diferentes, ele ganhou vários apelidos e passou a sofrer agressões físicas. Os colegas em sua maioria perderam o respeito para com o adolescente. “Um dia sai tão nervoso da minha escola que comecei a gritar com as pessoas desconhecidas na rua”. Nesse dia, Rodrigo começou a pesquisar na Internet e foi então que descobriu que ele era mais uma vitima dos Bullys. Aos 14 anos, ele contou para seus pais o que há muito tempo já passava na escola, na tentativa única de explicar-lhes por que seu próprio quarto tinha virado seu mundo. “Eles queriam conversar com os responsáveis da escola, mas eu não deixei, pois eu sabia que seria pior para mim. Decidi que teria de enfrentar isso sozinho. Encontrei os meus próprios meios de viver em um lugar em que não sou aceito”. A ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência) divulgou recentemente estudos realizados na Noruega, pelo Professor Dan Olweus, da Universidade de Bergen, que mostram que, a cada sete crianças, uma sofre bullying principalmente na escola. Os resultados das pesquisas tam bém revelam que o bullying está se disseminando por todas as classes sociais e que existe uma tendência para o aumento rápido desse comportamento com o avanço da idade, da infância à adolescência. A ABRAPIA mostra que o cenário não é diferente no Brasil; 60% dos casos de bullying ocorrem na escola, e aparecem com maior freqüência entre estudantes de 12, 13 e 14 anos. A necessidade de se afirmar, a insegurança e a timidez, típica da idade, colaboram para seu surgimento. “Eu não era a única vitima, apesar de ser o mais zoado pela sala. Eu tinha um amigo que era maltratado por ser nordestino”, disse Rodrigo. Isso comprova que existem diversas formas em que o bullying pode ser demonstrado. Mas o principal problema, ainda, é o fato da maioria das crianças e adolescentes não dizerem aos pais que estão sendo alvo, por ficarem com medo de que eles venham culpá-las. Pesquisas na Europa revelam que 50% das vítimas não contam aos pais nem aos professores o que aconteceu. É importante que os pais não culpem seus filhos pelo ocorrido e que elogiem sua atitude de relatar o que o atormenta. Grande parte das pessoas não suporta tamanha pressão psicológica advindas do bullying e partem para tentativas de suicídio (também conhecido como bullycídio). Médicos afirmam que essas tentativas são muitas vezes frustradas e servem para chamar a atenção das pessoas que convivem com a vítima. Rodrigo declara nunca ter tentado suicídio: ”Apesar de sentir vontade de morrer no momento que estou nervoso, eu sempre procurei me controlar. Se nasci para ser esculachado, vou à luta, tento vencer. Há um propósito para isso tudo. “ Você nem imagina como a comunidade Bullying foi um alívio pra mim”, declarou Rufino, ao lembrar que a Internet lhe trouxe o apoio essencial para conseguir suportar a repentina a gressividade, as tremedeiras constantes, os ataques depressivos e insanos . Mas a mesma Internet que ajuda, também prejudica, pois os bullys usam de “blogs”, “fotoblogs” para ofender ainda mais suas vítimas. O orkut – site de relacionamentos - também tem se tornado um transtorno na vida dessas pessoas, pois é cada vez mais freqüente a criação de comunidades agressivas. Existem algumas providências que podem ser tomadas para evitar o bullying. É necessário que as escolas prestem atenção no comportamento de seus alunos e os pais fiquem atentos com o dia-dia dos filhos. Se a agressão já aconteceu, é possível mover ações judiciais contra a escola ou contra a família do bully. Mas Rodrigo afirma que só quem sofre sabe que envolver a justiça pode piorar a relação com outras pessoas. “Eu procurei ajuda primeiro em mim mesmo, e depois na igreja. Esse é um problema meu, e eu já aprendi a administrá-lo. O meu quarto é o meu mundo, o único lugar que eu sei que posso me proteger”. Rodrigo está escrevendo um livro que tem como título “A marca eterna” e já tem 67 capítulos escritos à mão. “O que me faz escrever o livro é ver os bullys durante a aula. Eles servem de inspiração. Fica mais fácil de aumentar a minha fúria e pensar o que eu gostaria de fazer com eles e então transportar isso para o papel. Depois passo o dia no quarto separando as partes mais importantes que eu escrevi”. Os pais de Rodrigo não declaram nada sobre o assunto, apenas disseram que acreditam que o filho é uma pessoa feliz.
Posted on: Mon, 11 Nov 2013 21:49:02 +0000

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