CASA DE MARIMBONDOS NA FOLHA SECA DO BURITI – IBERÊ - TopicsExpress



          

CASA DE MARIMBONDOS NA FOLHA SECA DO BURITI – IBERÊ LOPES 16/07/2013 Acredito ser o tempo invisível (relógios são um perfeito instrumento de controle), não creio no acaso para qualquer acontecimento em nossas vidas e entendo o espírito como volátil e fluído, tenho a certeza do retorno em outro veículo de animação (corpo). Espiritualistas denominam este fenômeno de reencarnação. O que me leva a outro pensamento: tudo que for realizado neste jardim de maldades será pago por aqui mesmo. Resta saber o que vamos escolher nestes tortuosos labirintos por onde caminhamos. Fazer o bem ou o mal sem olhar a quem? Usando de meu livre-arbítrio promovo nestas linhas um achismo próprio dos retóricos, uma verborragia desnecessária para quem senta “na poltrona no dia de domingo”. Nada contra os instrumentos de alienação televisiva da globalização. Afinal, não existem muitas opções na grade de programação. Exceto se procurarmos canais mais próximos da natureza e distantes das telas de diodo emissor de luz (LED). Se conseguir chegar ao último parágrafo: não me julgue, apenas reflita. Seja sincero consigo e comigo, e se precisar me oferte o prazer do diálogo na caixa de comentários. Prefiro a verdade lancinante a uma mentira pálida. Definitivamente não tenho paciência para “ter um milhão de amigos” acostumados com tapinhas nas costas, sorrisos amarelados e garras afiadas. Alguém pergunta: versa sobre que raios e trovões este infante da palavra? Não se preocupe comigo, eu aprendi – nem sempre consigo – a cair pra cima. Rascunho aqui uma ideia rasa a respeito da falsidade impregnada nos habitantes deste planeta azul, confessando um leve cansaço em tentar mudar as minhas estruturas mentais e às de quem me cerca. Sim, também sofro dos mesmos males gerados pela competição, inveja e vaidade propostos pelo ego bem alinhado do capitalismo. Perdoem-me neoliberais e derivados da “nobreza norte-americana”, mas em meus pensamentos não existe outra explicação plausível – que não a opção pelo lucro em detrimento da troca – para o uso de tantas armas verbais e substantivos afáveis com o intuito de alcançar sucesso profissional e afetivo. Crucificar os que buscam um pouco de satisfação em viver neste tempo/espaço não é meu propósito de vida e muito menos minha atribuição/intenção com este texto. Portanto, suavizarei o discurso: “nenhum prazer é em si um mal, porém certas coisas capazes de engendrar prazeres trazem consigo maior número de males que de prazeres”, Epicuro. Ainda sobre a modernidade geradora do individualismo, preciso de um suporte intelectual para não afugentar seus olhos daqui. “A modernidade começa quando o espaço e o tempo são separados da prática da vida e entre si, e assim podem ser teorizados como categorias distintas mutuamente independentes da estratégia e da ação” (Bauman, 2005, p. 15). Perdemos a noção de que o presente faz parte de um contexto muito mais amplo, quando negamos nossa existência enquanto espírito. Diria que rompemos uma ligação importante ao não percebermos a transcendência deste estado corpóreo, justamente por enxergá-lo como um templo de gozo infindável. Com isto a responsabilidade por todas as atitudes que temos deixam de ter um sentido, isto é, banalizamos a experiência de conviver com o meio ambiente e as outras criaturas. Cooperação e humanidade não fazem diferença no trato com um rio, um animal ou uma pessoa sem uma finalidade lucrativa. O que realmente importa é obter fama, dinheiro e poder. O transitório tem maior valor do que a preservação de valores e culturas. Contudo, toda esta leitura é de fato apenas uma reflexão e não pretendo ser o detentor da tábua dos mandamentos que salvarão a terra das trevas. Apenas constato que infelizmente “nenhum molde foi quebrado sem que fosse substituído por outro; as pessoas foram libertadas de suas velhas gaiolas apenas para ser admoestadas e censuradas caso não conseguissem se realocar, através de seus próprios esforços dedicados, contínuos e verdadeiramente infindáveis, nos nichos pré-fabricados da nova ordem” (Bauman, 2005, p. 13). Voltaremos! Foto – Casa de marimbondos na folha seca do Buriti: Evando F. Lopes Fonte da Imagem: Águas Emendadas - Educação Ambiental: Foto do dia - 5 de julho de 2013 Fontes Bibliográficas: BAUMAN, Zygmunt. A Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001; EPICURO. Carta sobre a felicidade (a Meneceu). Tradução e apresentação de Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore. São Paulo: UNESP, 1997.
Posted on: Tue, 16 Jul 2013 19:18:54 +0000

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