CRÍTICA À CRÍTICA DA EDUCAÇÃO OU A INVERSÃO DA FORMAÇÃO - TopicsExpress



          

CRÍTICA À CRÍTICA DA EDUCAÇÃO OU A INVERSÃO DA FORMAÇÃO HUMANA ENSINO MÉDIO INOVADOR (ProEMI) é FAZER DA EDUCAÇÃO PIADA LIBERAL. filosofiamaterial.blogspot.br/ Vivemos num mundo invertido. Um tempo no qual os humanos humanizam as máquinas e coisificam os homens. É um tempo de estranhamento e coisificação, tanto dos humanos em relação às coisas que produzem, quanto às pessoas com as quais se relacionam, bem como a si mesmo. Primeiro, porque não desfrutam das coisas que produzem, causando um abismo entre produção e consumo. Segundo, porque se não desfrutam do produto do seu trabalho, não faz sentido executá-lo. Terceiro, se não faz sentido e não usufrui dele, enxerga no outro um humano injusto, um desumano que tem o que não se esforça para produzir. E, quarto, ver-se excluído, logo se sente inútil e vazio diante da existência material, bem como da sua atividade laborativa. É o mundo da inversão. O humano se coisificou! Diante desse mundo invertido são procuradas atividades para buscar sentido à vida invertida. Sem noção de que vive num mundo invertido, o homem procura fugir das condições angustiantes da vida invertida que leva, quando não resolve dar fim a esta. Apela para instituições que garantem a existência e a reprodução desse mundo invertido. Busca na religião outra vida num paraíso desprovido de violência, injustiça e medo, mas encontra outra inversão: a religião inverte o mundo já invertido. A religião coloca o homem em segundo plano e a divindade em primeiro. Em troca de uma promessa de esperança no além-morte, os humanos se anulam e se afastam das atitudes que os levariam a sua emancipação do fantástico e do extraordinário no mundo real. O milagre é a concretização da extrema negação da força do homem. O mais profundo sentimento de descrédito no humano depositado na divindade. É o homem que se anula, confiando em si mesmo, no médico e na ciência, usados pela divindade que os criou inteligentes. Deus é a anulação do homem enquanto ser potente, criador e justo. A partir do sistema de inversão completo, busca-se na ideia, no especulativo, na metafísica, o que no mundo invertido material, concreto não se encontra. Como não há justiça no mundo invertido, clama-se pela justiça divina. Não tendo saúde clama-se pelo poder de cura do divino. Explorado com um salário mínimo que não garante a sobrevivência por mais de quinze dias, faz “corrente das finanças”. Por não ver honestidade na política, clama por governantes justos. Por não ter segurança e paz, clama por não-violência nos templos e nas ruas com passeatas vestindo branco. A busca pela religião só afastou o homem de sua humanidade, anulando-se. Numa palavra: a satisfação das necessidades do homem foi tida como pecado. E o que prende o homem foi exaltado. “A Religião é a inversão da inversão”, diz Marx. Tudo quanto exalta o homem e o liberta tornou-se pela religião proibido e sem valor: criatividade, natureza, pensamento e a liberdade. Assim escreve o apóstolo Paulo aos Coríntios: “Onde está o sábio? Onde está o erudito? Onde está o questionador desta era? Acaso não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?”. E continua: “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem”. A inversão foi concretizada. Por esse mundo da religião, que é uma denúncia indireta ao mundo invertido, caminha a Escola. Excepcional aos cidadãos gregos, gerida particularmente e conduzida por escravo, o paidagós, minimizada aos clérigos medievais nos mosteiros e controlada pelas ordens religiosas na modernidade, a exemplo dos jesuítas no Brasil, o saber sistematizado, ao qual chamamos escola hoje, ganha na contemporaneidade corpo mais pragmático e até teleológico. Na sociedade burguesa, do capital na qual vivemos, onde o dinheiro se tornou um deus e o lucro sua condição de salvação, a Educação e, consequentemente a Escola, tornou-se um dos mecanismos mais influentes na lógica da produção e reprodução do status quo burguês. Toda a dinâmica da educação se subordina à logica capitalista da divisão do trabalho, da hierarquização social, da mão-de-obra (des)qualificada, do doutrinamento da classe trabalhadora e da sua alienação, não se reconhecendo como tal, aspirando o topo da cadeia da produção, não reconhecendo a luta por afirmação entre quem produz e quem administra a produção, entre quem faz todo o trabalho e quem conta os louros da sobra incalculável da exploração daqueles, achando que a riqueza do empresário está na mágica fórmula pela qual este administra e possui seus meios de produção, desconhecendo que todo valor nasce das mão do trabalhador que mantém viva a produção e que nunca ganha o equivalente ao que trabalhou. A Escola Burguesa não é a solução! Seguindo os moldes da sociedade do capital ela é veneno, educação para a submissão, para calar-se, para responder em silêncio, para obedecer, para reproduzir, para punir, para imitar, para ficar em fila, para permanecer em sala, para fardar-se, para ser fichado, para a corrupção, para a desonestidade, para o conformismo: para o estranhamento. O estudante se ver como “a-luno”, aquele que não é capaz de construir conhecimento, sem luz, e acaba dormindo na carteira pela inércia do Estado que se felicita por ter atingido seu objetivo: manter a desigualdade, chave da lógica da manutenção da sociedade capitalista, como se fosse uma questão de individualidade, aumentando o número de trabalhadores com baixa escolaridade, os quais não reconhecem na Escola uma oportunidade de ascensão, coisa que o próprio Estado jura constitucionalmente fazer, mas objetivamente mantém a massa desempregada para garantir a equação oferta-procura de emprego. Por outro lado, os professores, por uma formação alijada decorrente da mesma ótica da sociedade do capital, porque também são fruto dessa mesma educação controlada, ou sentem-se culpados pelo fracasso educacional ou culpam o estudante pela sua própria desgraça e sorte, apelando para psicologismos e teorias alucinógenas que o próprio Estado cuida em implantar como remendo atordoador. É necessário dizer que o Estado não é o equalizador dos conflitos sociais, o deus vivo na terra, o elemento imparcial e soberano que cuida sempre de eliminar as contradições, com o objetivo de conter a “guerra de todos contra todos”, como quis Hobbes, legislador como quis Locke, tampouco a realização da liberdade como quis Hegel. O Estado é “um gerenciador dos negócios da burguesia”, no dizer de Marx. Razão pela qual quando os trabalhadores, sobretudo da educação fazem greve, direito garantido, este decreta ilegalidade do movimento e multa, obrigando-os a voltar à condição de exploração e estranhamento. A maioria dos nossos mestres não sabem disso, e se sabem, preferem ficar em seus portos seguros da religião conformativa, da arte anestésica, da política democrática ilusória, do esporte do “pão e circo”, ou seja, do discurso falacioso e vazio de quem acredita ainda está no mundo pré-grego. A massa de professores foi e está sendo preparada para ignorar que já surgiu a Filosofia de Epicuro, Giordano Bruno, Spinoza, Voltaire e Diderot; a Física de Newton e de Einstein, a psicologia de Vigotsky, a Economia Política de Marx e a genialidade de Sartre. A educação de nossos mestres está centrada em teorias que visam a continuação da sociedade burguesa como está: individualista, segregada, preconceituosa, desigual economicamente e superficial. Cultuamos a filosofia das ideias de Sócrates-Platão, Aristóteles, Santo Agostinho e Santo Tomaz de Aquino, Descartes, Kant e Hegel; a Física de Kepler, o psicologismo de Piaget, a economia de Adam Smith e a Política de Locke, Montesquieu e Rousseau. As condições materiais nas instituições de ensino públicas estão sempre na berlinda da falência. Ali há a lógica do capital. Professores, coordenadores, demais funcionários e os que mais sofrem a agressão da lógica capitalista, os filhos dos trabalhadores, a massa educacional, se entopem em ambientes cada vez menos pedagógicos, sem liberdade de criação metodológica, sem tempo para planejamento e estudo sistemático. Entorpecida com projetos e lições sem sentido político, a Escola toma o tempo pedagógico para inculcar na mentalidade já envenenada dos educandos a futilidade dos conteúdos que ministra. Os conteúdos, por não dizer o currículo, é desconexo, fragmentado, sem ligação entre disciplinas até mesmo de áreas afins, quando o conteúdo, o mundo real é um só e não dividido. Não é principal explicar tempos e modos verbais, mas o porquê disso. As fórmulas “exatas” seriam bem mais atrativas depois de uma profunda demonstração do seu surgimento histórico e para que foram usadas à época de sua criação. Os fatos históricos melhor seriam compreendidos se não tivéssemos tanto pudor em expô-los; parece que ainda vivemos à espreita da Santa Inquisição! Mas como ampliá-los geograficamente se não se tem sequer um mapa em cada sala. Onde nascemos? Onde vivemos? Que papel que o homem delega à natureza? Por que aprender os mecanismos de uma língua estrangeira? Por que não se revela atletas de ponta nas escolas? Como a Arte influenciou e influencia na condução da humanidade? Precisamos compreender que as coisas no mundo invertido não “são assim”. Elas “se tornaram assim”. Abandonar a mentalidade de que as coisas foram criadas como são, assim como “Adão e Eva”, o “Pecado Original”, O “Céu” e o “Inferno”, é o primeiro passo para desvendarmos e construírmos soluções mais sólidas para aquilo que nos aflige. Devemos sair do roteiro que a religião nos encarcerou que é a prisão perfeita para nossos desejos de mudança. Se continuarmos acreditando no Estado, na Democracia, na Hierarquia capitalista, continuaremos reproduzindo “as mesmas aulas que eles deram pros meus pais”, no dizer de Gabriel- O pensador. Continuaremos reproduzindo desigualdade, contribuindo com o Estado que massacra professores e demais trabalhadores, podando paulatinamente o futuro dos nossos filhos, trabalhando para a continuidade do engrandecimento dos negócios privados e contribuindo para processo de inversão tão acelerado, no qual chegaremos ao nível de que acharemos que tudo é “natural” e, nos conformaremos ou continuaremos a sentirmo-nos culpados, ou culparemos a quem deveríamos ajudar.
Posted on: Sat, 30 Nov 2013 17:31:30 +0000

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