Cafu foi rejeitado por nove vezes para jogar em clubes e em 1994 foi o capitão da seleção vencedora da Copa do Mundo erguendo a taça para todos verem. Matt Leblanc tinha apenas 30 dólares na conta bancária quando, após sucessivos cortes em audições, foi chamado para ser Joey Tribbiani na multimilionária série Friends. O que muita gente pensa em casos assim é em persistência, força de vontade e sorte de terem sido chamados na hora certa pelas pessoas certas. Vejo tudo isso também, e vou um pouco mais além. Entendo que gente como Cafu e Matt Leblanc tiveram muita sorte sempre. Não apenas quando foram chamados por times ou produtores de sucesso, mas, principalmente, quando foram rejeitados pelos outros. Imagine se o Cafu nunca tivesse sido rejeitado e fosse aceito para jogar em um time menor, ou se Matt fosse contratado para fazer um pequeno papel em um seriado de uma só temporada. Ser rejeitado é tão maravilhoso quanto ser aceito. Olho para trás e vejo que recebi "não" de garotas de quem hoje em dia até um "talvez" seria ruim para mim, quanto mais um "sim". Recebi "não" para empregos que pareciam ser grandes, mas eram minúsculos como as pretensões daquele momento. "Não" é uma palavra libertadora e linda. Cada vez que você quer pouco porque acha que não pode nada e recebe um "não", é como se a vida estivesse dizendo "não queira qualquer sim, queira o melhor sim que você puder receber". Cada vez que ouvi "não", ouvi a poesia do melhor "sim" rindo dos que se acharam melhores do que eu. Entendo perfeitamente que não sou melhor do que ninguém e é só isso que faz com que eu seja melhor do que eu mesmo o tempo todo. Quem me disse "não" quando eu achava precisar do "sim" dos outros me possibilitou descobrir o meu próprio "sim" interior.
Posted on: Thu, 03 Oct 2013 16:14:37 +0000
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