Cai o pano sobre a Baía das Gatas 2013 E cai o pano sobre a edição 2013 do Baía das Gatas, festival que já vai no 29º aniversário. Pelo palco principal passaram dezenas de vozes e instrumentistas que durante três dias fizeram a festa no areal da Baía, ex-libris da ilha de São Vicente e um dos cartões postais do nosso país. O show de Alpha Blondy foi definitivamente o ponto alto desta edição mas os espectáculos da Banda Calypso, do angolano Adi Cudz e do filho da casa Batchart arrancaram muitos aplausos do público. Os mindelenses são reconhecidamente um povo apaixonado pelo reggae e isso ficou bem patente na forma calorosa e memorável como receberam o espectáculo daquele que é um dos maiores ícones deste estilo musical, não só pela sua forte presença em palco mas também pelos temas de intervenção e militância contra o apartheid, a opressão e desigualdade no seu país e no mundo. Através do reggae, Alpha Blondy deixou a sua mensagem de intervenção na Baía das Gatas pedindo paz para a Libéria, Síria, Irão e outros países do mundo em situação de conflito. Mandou recado aos extremistas islâmicos, para que não associem o nome de Alá aos seus actos criminosos porque “Alá não é um Deus terrorista nem Maomé um profeta terrorista”. Jorge Neto que deveria encerrar os espectáculos do segundo dia de festival teve de adiar para domingo, 18, o seu show por causa dos fortes ventos que obrigaram a interromper as actuações. Desta vez com excelentes condições climatéricas o show de Jorge Neto correu na perfeição. O rapper Batchart subiu ao palco antes de Alpha Blondy e também foi muito bem recebido, afinal "estava a jogar em casa". O show de rap e hip hop com o autor de Wikileaks foi diversificado e agradou aos mais jovens e amantes deste estilo musical com os sucessos do primeiro disco a solo, mas também os temas mais antigos de há dez anos, quando Batchart ainda fazia parte dos Hip Hop Art. Com a ajuda dos irmãos Totxy e Naná, músicos cegos, Batchart homenageou Elizender Devil Z, rapper mindelense falecido este ano. Na última noite na Baía também se ouviu rock pesado com os Lostway. A banda de quatro elementos tem cerca de um ano de existência e, apesar de considerar que o show foi curto e não teve as melhores condições, Regi acredita que a presença dos Lostway na Baía pode significar um abrir de portas para outros estilos de música menos convencionais e que normalmente não são considerados nos festivais. “Faltam palcos para o rock em Cabo Verde. Temos de exportar a nossa tradição mas também bandas de rock, de reggae e mostrar que temos outros talentos”. O grupo Baptistinhas inaugurou a noite de espectáculos deste domingo e os Cordas do Sol baixaram o pano desta edição do Festival da Baía das Gatas com o sotaque característico da ‘linga d’ Sintonton’.
Posted on: Mon, 19 Aug 2013 18:31:18 +0000
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