Carmo, ninquém tem dúvidas de que seus “postings” referem-se - TopicsExpress



          

Carmo, ninquém tem dúvidas de que seus “postings” referem-se a seus alunos e ex alunos, porém, acho que o fato de um cantor lírico sair do país para fazer carreira lá fora não deve ser necessariamente encarado como algo trágico, mas, sim, como uma atitude AUDACIOSA e louvável! Eu, pelo menos, encararia isso como uma experiência incrível, para ser relembrada e recontada por toda a minha vida – uma vida preenchida de fatos edificantes é uma vida PLENA e REALIZADA! Acho que, no fundo, esse já tradicional contrato de cantores estrangeiros em prejuízo dos cantores nacionais só acontece porque a música erudita (incluindo aí a ópera) não goza do prestígio unânime da sociedade brasileira. Ao invés de tentar construir carreira lá fora (onde o cultivo da música clássica já tem uma tradição bem arraigada e, portanto, teoricamente, o ambiente para se desenvolver uma carreira artística seria mais favorável ao profissional), por que não se tentar fazer um trabalho de “formiguinha” aqui no Brasil, tentando divulgar essa música entre parentes, amigos, convidando-os a assistir a uma apresentação de um grupo de cantores ou de um coral do qual a gente faça parte, mostrando como é valorosa e realmente artística essa música. Afinal de contas, os brasileiros mostraram que são um povo cheio de energia, disposição e criatividade, que vai às ruas protagonizar manifestações políticas, então, poderia também tentar revolucionar a cultura musical do país a longo prazo. Enfim, acho que essa situação só poderia mudar a partir do momento em que a sociedade se sensibilizasse sinceramente com essa questão. Não tenhamos a ilusão de mudar esse quadro sem o apoio dela e sem sua convicção de que essa questão é de fato de interesse público. Então, ficam aqui duas questões - primeira: Se a sociedade de um modo geral não consome música clássica por (provavelmente) considerá-la um gênero musical das elites, como conseguir o apoio dela no sentido de pressionar as autoridades competentes em prol da valorização dos nossos cantores líricos? Segunda pergunta: Os profissionais da música erudita e os aficionados por ela estariam sinceramente interessados que esse gênero musical alcance novos públicos – por exemplo: aqueles que ainda não têm familiaridade com certas regras das salas de concerto, tais como: não aplaudir nos momentos errados? Eu, por diversas vezes, já testemunhei espectadores manifestando excesso de repúdio, e desprezo por outros espectadores apenas pelo fato desses leigos aplaudirem o final de uma música, porém, antes do término do ciclo de que ela faz parte, numa explícita manifestação de indignação por compartilhar o espaço com alguém que ele supõe ignorante. Bom, como podem ver, a questão é MUITO complexa. Sei que esse até nem é o momento de tecer esses comentários, mas, como o Facebook tem um grande alcance e eu possuo muitos contatos que desconhecem o universo da música erudita, então, é muito interessante que eles saibam dessas intolerâncias para não serem pegos de surpresa, quando frequentarem alguma sala de concerto ou o Theatro Municipal.
Posted on: Wed, 24 Jul 2013 18:57:44 +0000

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