Carta escrita pelo nosso Coordenador da Comunidade Javé Nissi: - TopicsExpress



          

Carta escrita pelo nosso Coordenador da Comunidade Javé Nissi: Tatá ! Para nos posicionarmos! Tácito Coutinho Tatá 1904: a Revolta da Vacina Desculpem, mas não posso deixar de ver semelhanças... A Revolta da Vacina foi uma revolta popular ocorrida na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904. Ocorreram vários conflitos urbanos violentos entre populares e forças do governo (policiais e militares). A principal causa foi a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola e febre amarela, realizada pelo governo brasileiro e comandada pelo médico sanitarista Dr. Oswaldo Cruz. A maneira como foi conduzida a campanha, não informando e não educando o povo, foi o estopim. A revolta popular aumentava a cada dia, impulsionada também pela crise econômica (desemprego, inflação e alto custo de vida), corrupção do poder público e a reforma urbana que desalojou a população pobre do centro da cidade, derrubando vários cortiços e outros tipos de habitações mais simples para a construção de avenidas, jardins e edifícios mais modernos. (estádios ?!...) Não estamos em 1904, mas a insensibilidade aos problemas populares e a falta de visão e consciência do momento social, continuam sendo uma realidade em nosso sistema político. Como em 1904, não se pode negar a necessidade de certas medidas, como a vacina ou o aumento da tarifa do transporte público, o problema está no “quando e como”. Como em 1904, o foco do problema, foi potencializado por outras atitudes anteriores e pelo descaso das autoridades com a situação popular. Em 1904, o movimento se transformou em um “quebra-quebra geral” justificando a ação violenta da polícia e até do exército, e seus líderes (Manduca, Beiço de Prata, Zé da Capoeira) foram acusados de agitadores comunistas e anarquistas, “braços de um movimento que visava derrubar a democracia” dos “coronéis”! Este é um risco que corremos. Não podemos perder o foco! Bom diante disso, como ficamos nós os cristãos? Alienar-nos com a desculpa de que o “Reino não é desde mundo”? Sairmos às ruas e participarmos das “quebradeiras”? A reposta não é simples, mas passa pela participação ativa no processo político a partir dos valores cristãos. Devemos procurar meios para a construção de uma sociedade melhor e de dirigentes mais dignos. É preciso que cristãos maduros se abram ao chamado da vida pública. É preciso fazer política a partir do Evangelho para que o Reino se estabeleça. É preciso sim, colocar a fé em nosso dia a dia: na economia, na cultura, na política, na economia... Religião, entendida como expressão de fé, não é ópio, é força transformadora! O Papa Francisco explicou que “é um dever, uma obrigação do cristão, envolver-se com a política embora seja ‘muito suja’, porque estando nesse âmbito se pode trabalhar pelo bem comum”. - 07.junho.2013 - ACI/EWTN Noticias Continuando disse: “envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. Nós não podemos fazer como Pilatos e lavar as mãos, não podemos. Devemos participar na vida política porque a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. E os leigos cristãos devem trabalhar na política. (...) Alguém me dirá: ‘mas não é fácil’. Tampouco é fácil chegar a ser sacerdote. Não são coisas fáceis porque a vida não é fácil. A política é muito suja, mas eu me pergunto: Por que é suja? Por que os cristãos não estão revestidos do espírito evangélico”. Assinalou também que “é fácil dizer ‘a culpa é dele’… mas e eu, o que faço? É um dever! Trabalhar pelo bem comum é dever de um cristão! E muitas vezes para trabalhar o caminho a seguir é a política”. A resposta não e simplista: é preciso evangelizar. Evangelizar no sentido de estabelecer o Evangelho como “fundamento do edifício humano”; como “critério de agir e julgar”; como “valor que conta” a partir de uma verdadeira conversão que significa mudança de mentalidade. O problema social é resultado de opções econômicas, políticas, ideológicas que são “tomadas por um indivíduo que age segundo seus valores e convicções”, como ensina Bento XVI. Sim devemos participar! Não se trata de uma postura revolucionária, mas de protagonismo histórico. Não se trata de pregar uma revolução, mas denunciar o pecado e o abuso em defesa dos mais fracos. O protesto, desde que pacífico e motivado pela reta consciência, é incentivado pela Igreja e encontra respaldo no Evangelho que diz que devemos ser sal, luz e fermento. O Magistério da Igreja - sobretudo a Doutrina Social - exige esta participação ativa do cristão, fazendo eco ao ensino de Santo Agostinho. Salvaguardando a verdade do motivo, a honestidade do ato e a finalidade da justiça. Protestar nas condições citadas, é também ser cristão. Concluo com um texto da história "A revolta deixou entre os participantes um forte sentimento de auto-estima, indispensável para formar um cidadão. Um repórter de A Tribuna ouviu de um negro acapoeirado frases que atestam esse sentimento. Chamando sintomaticamente o jornalista de cidadão, o negro afirmou que a sublevação se fizera para não andarem dizendo que o povo é carneiro . O importante - acrescentou - era mostrar ao governo que ele não põe o pé no pescoço do povo ." Fonte: CARVALHO, José Murilo de. "Abaixo a vacina", in: Revista Nossa História. Ano 2, n.o13, novembro 2004, p.73-79. A Revolta da Vacina (1904)
Posted on: Wed, 19 Jun 2013 18:24:28 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015