Celso Franco*, Jornal do Brasil26/08 às 06h03 Existem órgãos - TopicsExpress



          

Celso Franco*, Jornal do Brasil26/08 às 06h03 Existem órgãos do serviço público que não devem aparecer na mídia — caso do Detran. Felizmente, a atual administração tem primado pela ausência no noticiário, principalmente na condição inaceitável de aparecer no noticiário policial. De repente, eis que aparecem críticas à atual e correta administração do engenheiro Fernando Avelino no que concerne à vistoria obrigatória. Apontam deficiências no atendimento, como lentidão do ato de ter seu carro inspecionado, atraso insuportável no agendamento, falta de vagas nos postos, etc.Felizmente, nenhuma acusação de fraude ou de corrupção. Mantenho excelente relacionamento com o presidente do Detran e, por isso, embora sem a sua delegação, preciso esclarecer ao público alguns pontos que podem provocar as atuais críticas, motivadas por falta de parafusos, para se colocar a placa da primeira licença.Lembro-me de que nas importantes conversas que mantinha, em almoços mensais com o almirante Lúcio Meira, que como ministro de JK instalou a indústria automobilística no Brasil, contou-me que a sua maior dificuldade para aquela implantação foi encontrar parafusos, na variedade e quantidade necessárias para a nova indústria.Veem os senhores que o que ocorre no Detran não é de se estranhar, face à diversificação dos tipos exigidos.Quando, faz quase três anos, tive o primeiro encontro como o engenheiro Fernando Avelino, sugeri a ele, que implantasse um sistema de vistoria que de fato merecesse este nome. O que existe é uma brincadeira, apenas medido de fato o teor de CO (monóxido de carbono) nos gases exalados pelo motor. Fiz-lhe ver, e lhe dei um extrato do catálogo da Boch, como é feito na Alemanha, onde são medidos por instrumentos precisos, nada mais nada menos que 19 itens. Adiantei-lhe, também, que tal vistoria técnica deveria ser terceirizada, entregue à responsabilidade das companhias de seguro, as maiores interessadas em fazer esta vistoria de maneira séria e incorruptível. Informei-lhe, também, que no meu tempo tentei fazê-lo, e essas companhias se negaram a assumir este serviço. Porque, não sei dizer, elas só lucrariam, e a segurança dos veículos circulantes mais ainda. Com o ganho com este serviço poder-se-ia tornar obrigatório o seguro total dos veículos, que teria o seu preço muito reduzido, até pelo aumento da quantidade e da segurança dos mesmos. Hoje, o número de veículos com seguro total não chega a 25% da frota circulante. Acredito que tal não foi possível ao diligente presidente do Detran por dificuldades burocráticas, principalmente com o Cetran, de notória ineficiência.Para, apesar dos pesares, melhorar de imediato o atendimento, bastaria, como no continente europeu, dispensar de vistoria os veículos com até cinco anos de existência. Convém notar, por oportuno, que já são vendidos veículos novos com este prazo de garantia.Finalmente, recordando o passado, no meu tempo era permitido o emplacamento dos veículos novos em domicílio, cobrando, é claro, uma taxa indenizatória, o que por conseguinte aumentava a arrecadação do Detran. Aliás, o único item elogiado na reportagem crítica à qual me refiro foi a atual arrecadação do agora criticado órgão público. No mais, convém citar aqui, deixando a carapuça no ar, o que diz o livro de liderança da Academia Naval de Anápolis, da Marinha Americana: "A crítica pura e simples, sem sugerir a correção, está ao alcance de qualquer medíocre, e a sua maioria não perde a sua oportunidade”. * Celso Franco, oficial de Marinha reformado (comandante), foi diretor de Trânsito do antigo estado da Guanabara e presidente da CET-Rio. - acfranco@globo m.jb.br/transito/noticias/2013/08/26/desgaste-evitavel-e-desnecessario/
Posted on: Thu, 05 Sep 2013 21:34:02 +0000

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