Com o programa "Mais Médicos", mais uma outra dúzia de medidas populistas e essa tal greve geral de sindicatos-pelegos que se comprometeu a não criticá-la, Dilma conseguiu: 1. Desviar a atenção dos reais problemas da saúde com uma solução mágica; 2. Apagar o fiasco do plebiscito; assim como tentou jogar as reformas políticas nas costas do povo, se eximindo de fazê-la, jogou o problema da saúde no colo dos médicos, e dos médicos somente. 3. Colocar uma cara na sua culpa: a do estudante de jaleco; o bode expiatório escolhido a dedo, uma vez que o médico já personaliza os problemas da rede de saúde para a população, levando a culpa pelos anos de políticas mal-fadadas na saúde; 4. Corrupção. Alguém ainda está falando em corrupção? Não, corrupção não está mais em pauta; 5. Manter os Ministérios abastecidos com contas gordas, e ocupados por correligionários. Eles prosseguem nos cargos, espoliando dinheiro sem finalidade. 6. Recuperar a sua popularidade ao jogar a população contra os médicos; agora, a culpa não é mais dela e dos governos anteriores, a culpa é de uma faculdade que ela própria e seu antecessor sucatearam e da "falta de interesse" dos vilões (os de branco, de jaleco). 7. Jogar os médicos contra as demais classes de saúde, que aparentemente se concentram agora em vilipendiar os primeiros (todos centrados nesse debate inócuo de Ato Médico) em vez de lutar pela construção de um sistema de saúde otimizado, que apresente também melhores condições e salários para eles próprios; parece a lógica do "não precisa me beneficiar, mas que ao menos prejudique fulano". 8. Mostrar que o brasileiro tem memória curta. Mas pera aí, quem reelege Collor, Maluf, Sarney e afins já mostrou isso antes, várias vezes; 9. Demonstar, por A+B, que está se lixando para a constituição; inconstitucionalidade atrás de inconstitucionalidade, simples e puramente baixa decretos-lei e emendas (in)constitucionais, ao melhor estilo da ditadura militar - que ela própria combateu, em tempos bem remotos. 10. Economizar dinheiro do plano de carreira e da infra-estrutura, provavelmente para investir em infra-estrutura em Cuba, Angola, Congo, etc, sabe-se lá por que(m); Com tudo isso, tirou-se atenção e responsabilidade do governo; e ganhou-se um fôlego extra para renovar outro mandato e seguir não fazendo nada e não respeitando as instituições democráticas.
Posted on: Thu, 11 Jul 2013 23:15:37 +0000
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