Como o Cebes vê a polêmica questão da contratação dos - TopicsExpress



          

Como o Cebes vê a polêmica questão da contratação dos médicos estrangeiros? A contratação de médicos brasileiros ou estrangeiros como solução de caráter de emergência é importante, porque a população precisa ter o seu direito garantido de acesso a médico, enfermeiro, a todos esses profissionais que compõem a estratégia do cuidado à saúde. Por outro lado, nós chamamos a atenção que essa solução por si só não irá resolver o problema do recurso humano em saúde, da interiorização dos médicos. É preciso atrelar a isso uma convocatória para que governadores e prefeitos criem planos de cargos e salários. Sem isso, nós não iremos avançar. Agora esta questão esbarra na da lei de responsabilidade fiscal, que precisa ser debatida também. A solução é mais complexa. A outra questão é a prestação do serviço civil, como o Ministro Humberto Costa propôs, mas foi vetado no Congresso. Se formamos com dinheiro público profissionais de saúde, porque não criar mecanismos para que esses profissionais possam dar uma contrapartida ao dinheiro que foi investido nele? É uma possibilidade de você criar raízes desses profissionais no interior do Brasil e estabelecer uma outra lógica. Os juízes quando entram no Judiciário, quando passam no concurso, eles vão para o interior e depois com o tempo de carreira vão tendo a possibilidade de trocar de lugares e se aproximando das grandes cidades. Podemos criar dentro da perspectiva do plano de cargos e salários esse fluxo de profissionais. Precisamos buscar soluções adequadas à complexidade do problema. A mágica de contratar simplesmente, sem entrar no debate do corporativismo ou da discussão sobre a qualidade dos serviços desses médicos, não resolve a complexidade do problema, que é bem maior do que isso. O debate não pode ficar esvaziado na qualificação do médico, no Revalida... Essas questões são anexas nesse processo. Precisamos pensar nas questões estruturantes da gestão do trabalho em saúde. Dilma também cita a ampliação do número de vagas nas universidades, e o consequente aumento do número de residentes. Hoje os médicos, principalmente aqueles que estudam em universidades públicas, estão sendo estimulados a trabalhar para o SUS? O esforço que vem sido feito no modelo curricular por parte do Ministério da Saúde e da Educação merece ser aplaudido. Temos no campo da formação médica uma tensão muito grande. O mercado da medicina privada, da tecnologia, da especialidade, é muito mais atraente do que o sistema público. Mas, por si mesma, esta reforma não dará conta desse impasse maior, desse dilema do público e privado. Formar médicos comprometidos com o SUS ainda é um grande desafio. No fundo, os médicos que estão na prática médica, os professores universitários que formam esses indivíduos são já tendenciosamente voltados para esta outra lógica de ação, que é uma lógica anti-SUS. A atenção primária, - que é um conjunto de atividades de alta complexidade e de alta eficácia para a promoção da saúde, de qualificação do nível da saúde para a população, - é vista por estes profissionais como um trabalho menor. O SUS é um sistema menos importante, não há a formação de um comprometimento ético e político com a assistência pública dentro das universidades. O público é visto como o lugar das deficiências, das lacunas. Depois, quando formados, não será o lugar da maior dedicação destes profissionais, porque não é ali que ele não ganha dinheiro. Ana Costa,Presidente do Cebes Pela Reforma Sanitária,em entrevista à EPSJV/FIOCRUZ LINK PARA A ENTREVISTA COMPLETA:cebes.org.br/verBlog.asp?idConteudo=4634&idSubCategoria=56
Posted on: Mon, 16 Sep 2013 12:59:52 +0000

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