Constitucionalices & Yield(a)s Os propagandistas da correlação - TopicsExpress



          

Constitucionalices & Yield(a)s Os propagandistas da correlação causal entre chumbos do TC e disparos das yield(s)s devem ter ficado ontem chateadíssimos. As ditas andavam ali coladas aos 7%, mas, ao final da tarde, em vez de dispararem assustadas com os chumbos, resolveram descer para 6,97% -- pelo segundo dia abaixo do limiar "vermelho" (ou rosa como quiserem). Os "mercados" desta vez não se irritaram -- aliás estavam mais preocupados com Itália, iam agora olhar aqui para o cu de judas. Mas vejamos: 1- A dívida portuguesa está classificada pelas ratings como especulativa, o que significa que nem todos os investidores olham para aqui; só mesmo os que andam atrás de "lixo financeiro" como colateral que vale para alguém abrir a torneira (BCE), ou os que gostam de ter nos portefólios tal lixo porque dá boas remunerações enquanto o pau vai e vem; investigar a mente destes "capturados" (banca e arrabaldes) ou arriscadores é mais benéfico do que andar entretido nos mais 0,5 pp menos 0,5 pp, mais ou menos "reforma estrutural". 2- Classificarei com grau 1 (entre 1 a 5) se houver risco de crise política e se não houver clareza sobre o desenho de governo que vem a seguir. Como era o caso em julho. Olhemos ao que sucede agora em Itália. É claro que a "crowd" dos investidores segue estes "titulares" como diriam nuestros hermanos. Racionais ou irracionais, manada caótica ou ordeira, olham a esses "sinais" e reagem em conformidade com o dedo. 3- Com grau 2 se a troika disser algo chato em termos do que é essencial - e o essencial para um investidor não são as "metas nominais" (como gosta de dizer a Lagarde, enfatizando que para ela isso são derivadas) de mais décimas ou menos no défice ou no "primário" ou mais item de reforma ou não, mas, mas, adivinhem - se a choldra em "exame" tem dívida sustentável ou não. O resto é ruído. Até agora, o FMI tem dado o amém que sim, que é "sustentável". Quando começar publicamente a duvidar, está o caldo entornado, mesmo para os especuladores. Bom, que é insustentável foi o que disse o The Economist em agosto -- e essas linhas resumidas por agências valem mais do que três arrotos do ministro dos briefings ou duas viagens do diplomata Portas. Saber se tem dívida sustentável passa por avaliar se os resgatados conseguirão "regressar" normalmente (regularmente) ao mercado obrigacionista e financiar-se por si, ou se precisam de linhas cautelares ou de novos resgates, com hair cuts ou outros mecanismos. 4- Com grau 3 colocarei os truques do dr Draghi. Um investidor especulativo "ouve" os truques do mágico de Frankfurt -- mais do que se a Engª Merkel teve maioria absoluta ou não (ainda que isso conte sobretudo depois de formar novo governo). Draghi - e os seus rapazes - tem o poder de abrir ou fechar a torneira para aceitar colaterais degradados ou dizer que comprará dívida especulativa. As mais recentes palavras no Parlamento Europeu deram um pouco de morfina -- se for preciso avança com uma terceira LTRO. Ou seja grana para especular, de preferência, uma boa parte em dívida da rapaziada aflita da zona euro. O truque do OMT foi o que se viu. Mais do que austeridades e reformas "estruturais", de uma penada, em pouco meses, esvaziou uma boa parte do prémio de risco dos resgatados e dos outros periféricos. É claro que a coisa começa a cheirar a bluff. 5- Com grau 4 há o mago (ou maga) da Fed. Ou seja, nesse caso, é saber se a grana se espalha por todo o mundo como dinheiro quente (para aplicações em tudo quanto renda uma boa renda, mesmo que especulativa), ou se regressa às aplicaçõezinhas mais seguras (US Treasurires, Bunds) e com uma remuneração melhor (3 a 4% é bem melhor do que era em abril). 6- Com grau 5 os cisnes - cinzentos (Itália, default nos EUA, geopolítica, etc) que se intuem (mas a lista até é curta) ou negros (?, por definição who knows). Mas desses não vos vou dizer mais peva. Os brefings do dr Maduro, os ruídos de campanha, as exaltações dos comentadores dos prós e contras, as palavras sempre sábias do economista-presidente, os voluntarismos dos paladinos da "economia real"....,não me gozem. É claro que isto não é ciência, por isso pode estar tudo errado, Chutem os bossos raitinguis. Amanhã estou calado porque é dia de refele-chão. Oremos.
Posted on: Fri, 27 Sep 2013 08:04:26 +0000

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