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Contemplação do belo Passeava no campo, desfrutando a beleza… Beleza de paisagens diferentes na forma, no colorido, no conteúdo, no espaço, no tempo!... Eram árvores, ervaçais, penedos, águas límpidas espelhadas pelo Sol!... Também colinas, vales, planícies, ribeiras, ribanceiras e montados a perder-se de vista, entrelaçados numa invulgar essência de tranquilidade!... Debruçava-me sobre elas, física e espiritualmente!... Havia uma infinidade de pormenores a considerar. Ao perto e ao longe de mim!... Se ao perto me encantavam, vistos à distância me faziam sonhar com o infinito, elevando meus pensamentos às Alturas!... No deslumbre do momento, sentia-me perdida, procurando ir ao alcance do requinte que via em tudo!... Parei!... Analisei!... Confrontei!... E vi um cenário lindo, montado sem intervenção humana!... Enfileirados em série, existiam variados debruces, estampados pelo Criador!... Estavam patentes, debatendo-se contra as intempéries e as afrontas do homem!... No dia a dia do seu tempo de vida, viviam acariciados pela brisa, aquecidos pelo astro-rei e bafejados por bênçãos divinas!... Movimentavam-se, cresciam e reproduziam-se, alguns; mantinham-se firmes e estáticos, outros!... Mas expunham-se a toda a gente, reais e sonhadores!... Rendi-me aos seus encantos, aos seus bulícios, à sua essência!... Olhei para eles e eles me corresponderam com acenos e reflexos de vida!... Falei com eles e, como resposta, escutei sussurros que se implantaram nos escombros do meu ser!... Tacteei-os e recebi a energia do seu corpo!... Acariciei-os com um sorriso e eles me afagaram com a sua presença amiga, os seus aromas, a sua voz!... Estava completamente rendida ao enlevo da Criação!... Também vencida, pela pujança da sua permanência, sem arredar pé dos seus atributos constitutivos!... E perdi-me na contagem do tempo que, compassadamente, avançava!... Já se deixava notar o crepúsculo vespertino!... Aproximava-se o cair da tarde!... Tinha que regressar a casa!... Sem mais delongas, voltava-lhes as costas, deixando-os sós no seu repasto de assombro, mas trazendo comigo a sua imagem, o seu carinho, o seu todo divino!... Pelo caminho, na certeza da saudade, revia-os com lances de olhar distante!... Sabia que jamais os esqueceria!... E amava-os!... Tudo o que amamos com os olhos, passamos a amar com o coração!... Seguia em frente, a caminho da minha moradia!... Enfim, chegava!... Era hora das Trindades!... A oração propícia ao momento fazia-me quedar às evidências do declinar, não só do dia, como da existência de qualquer pessoa, envolta em lucubrações atinadas no perpassar das etapas do tempo!... Reconsiderava-as!... E via-me a braços com a saudade… Saudade da juventude; dos bulícios do amor; das deferências vividas; dos momentos áureos de felicidade!... E relembrei as paisagens!... Saudosa, parecia vê-las na solidão das escarpas, a chamar por mim!...
Posted on: Sat, 29 Jun 2013 04:29:57 +0000

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