Cronica sobre o jogo de Alabama e Auburn Presented by The - TopicsExpress



          

Cronica sobre o jogo de Alabama e Auburn Presented by The Concussion Você não deve gostar da NCAA. Tudo bem, não lhe culpo. Afinal de contas, um dos principais atrativos da NFL são seus ídolos. O esporte é feito de ídolos. Rogério Ceni, Marcos, Ayrton Senna, Tom Brady, Peyton Manning. Você não tem isso na NCAA. Os jogadores ficam lá enquanto fazem sua faculdade - 4 anos (5 no máximo) e só. Jogam por amor à camisa e por uma bolsa de estudos. Os playbooks são mais simples, os ingressos são mais baratos. Os erros, mais comuns. E é justamente por isso que o college football é tão sensacional. Os erros fazem com que o jogo fique absurdamente disputado. Não tem dinheiro em jogo, o eixo motor dos músculos chama-se amor - e no caso de alguns jogos, ódio. O desenrolar do jogo não importa muito até o momento no qual o placar estava no final do 4th quarter e a partida, 28 a 21 para Alabama. Naquele momento, a chance de Auburn vencer a partida era minúscula. 2:32 no cronômetro. Um field goal de 44 jardas. É aí que eu quero chegar. Quantas vezes você viu um kicker da NFL errar um FG de 44 jardas? Poucas. Considerando que havia pouco vento, as chances de Auburn eram ainda menores. Chances. Eis que, como sempre na NCAA, o erro acontece. O chute é bloqueado e Auburn tem... Mais uma chance. Pouca, se pensarmos bem, haja vista que a defesa de Alabama é uma das melhores do país. Minutos antes tinha parado Auburn numa sequência impressionante - resultando num turnover on downs. Eis que eu paro o texto. Alabama estava, naquele momento, ranqueada em primeiro nas polls. Se você não sabe, explico: o campeonato nacional de futebol americano universitário é jogado entre o #1 e o #2 nessas polls. E para ser um dos dois, você tem que, virtualmente, terminar a temporada de modo invicto - ou, caso perca algum jogo, tem de vencer jogos chave. O de hoje era um deles. Caso Bama perdesse, perderia a chance de jogar a final de conferência e a final - haja vista que Ohio State e Florida State continuavam invictas. Chance. O Futebol Americano tem como paradigma o passe para frente. É ele, essencialmente, que o define - e o distingue do rugby há mais de 100 anos. Porém, ele tem limitações. Você só pode passar a bola para frente se estiver atrás da linha de scrimmage (linha imaginária que corta o campo de lado a lado no lugar onde a bola estava posicionada antes do snap). E exatamente antes dela, Nick Marshall (quarterback de Auburn) lançou a bola. A defesa de Alabama, tão prolífica, foi enganada achando que ele apenas iria correr. Não correu. Passou. Chances. Erros. Com 32 segundos, Alabama ainda tinha gás para tentar mais um field goal. Faltando 1 segundo, T.J. Yeldon (RB, Alabama) saiu do campo. Ele estava na linha de 39 jardas do campo dos Tigers de Auburn. Os juízes ainda pensaram bem: tinha o cronômetro se esgotado? A jogada foi revisada. Não, não tinha. Na ganância, a equipe rubro tentou mais um field goal impossível. Nick Saban tirou o kicker titular de campo - ele já havia errado dois field goals naquele jogo - e colocou um calouro para chutar a bola por 57 jardas. Naquele momento a Terra parou. O goal post era como um portal para o BCS, para a final da SEC contra o vencedor de sua divisão leste - Missouri, South Carolina, pouco importava no momento. Alabama caminhava para o terceiro título seguido. Bastava que aquele calouro não errasse - e mesmo que viesse o erro, haveria mais uma chance na prorrogação. Erros, Chances. Lá foi Adam Griffith. Última jogada do tempo regulamentar. Os jogadores de ambas as equipes olhavam apreensivos. Os de Bama ficavam de joelhos. Preces em todo o Estado de Alabama era feitas - umas para Auburn, outras para seu rival de nome igual ao Estado que era dividido pela maior rivalidade da NCAA. Não há NFL por lá. Essas duas universidades fazem o sangue subir. Essas duas universidades são as maiores paixões da vida de homens e mulheres que vestem azul/laranja ou o xadrez de Bear Bryant. O jogo recebe a alcunha de Iron Bowl porque antes era realizado em Birmingham, pólo do aço no Estado. E os nervos de quem assistia essa partida haveriam de ser do mesmo material. Erros, Chances. Adam chutou. A bola viajou. Viajou. Viajou. Sua trajetória durou pouco menos de 3 segundos. Em três segundos a temporada da NCAA mudaria da água para o vinho. A bola nem chegou ao goal post. Caiu no colo de Chris Davis. Ele correu para o meio. Alguns jogadores de Bama pareciam não acreditar - tanto que trotavam ao invés de correr. Ele cortou para a esquerda. Quebrou os tackles. Chegou à end zone, quebrou as chances de Alabama ser campeã nacional. Cortou as esperanças de Nick Saban. Acabou. Davi derrotou Golias novamente. Com apenas um segundo no cronômetro, Auburn fez o impensável. Alabama teve várias chances para vencer - errou em todas. A NCAA é um jogo de erros e isso a torna mais emocionante do que a NFL, que é um jogo de acertos. Você pode preferir passes bonitos a fumbles, mas eu prefiro a emoção. Afinal, o esporte é isso: emoção e o imprevisível. Em um sábado qualquer, uma equipe pode ter seu sangue mais fervente e querer mais a vitória - e isso não há técnica nenhuma que supere. Você não deve gostar da NCAA. Que pena caso pense assim. youtube/watch?v=vR7s2m5Z5GA
Posted on: Mon, 02 Dec 2013 16:04:11 +0000

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