Cumplicidade Como psicóloga os questionamentos mais frequentes - TopicsExpress



          

Cumplicidade Como psicóloga os questionamentos mais frequentes que me fazem é sobre os relacionamentos amorosos. Normal, afinal poucas coisas impactam mais a nossa vida do que as nossas escolhas amorosas. Invariavelmente a conversa caminha para a seguinte pergunta que faço, depois de ouvir boa parte do relato das angústias, decepções, desencontros, dor e sofrimento. Que tipo de relacionamento você busca para você? Surpreendentemente boa parte das pessoas não sabem responder a essa pergunta sem falar dos clichês, do que é socialmente esperado que uma relação tenha e vão repetindo os discursos prontos e acabados de como deve ser e pra quê serve uma relação, tão fáceis de ser encontrados em revistas que escrevem páginas e mais páginas sobre o tema. Aí, percebo que a pessoa está “amando” com o tipo de amor descrito e propagandeado nas belas páginas dos manuais de relacionamentos e não fazem a menor ideia do que realmente ela quer de uma relação. Nenhuma relação amorosa é igual a outra, por isso quem dita as regras do relacionamento é o próprio casal. Então faço esse questionamento porque tenho observado ao meu redor que, de uma maneira geral, por não conhecerem a si mesmas em profundidade, e muito menos ao outro, as pessoas tentam reproduzir essas relações imaginadas, idealizadas e difundidas como as ideais, não desenvolvendo assim a habilidade de construir a sua relação ideal. O resultado naturalmente é de fracasso. E eis alguma das razões desse fracasso. De uma maneira geral, há dois tipos de relacionamentos: Os que libertam e os que aprisionam. Acredito que um namoro, casamento ou qualquer outro tipo de estar junto, só funciona quando nos acrescenta algo, quando nos faz crescer. Esses são os do tipo que libertam. O relacionamento é uma das melhores chances que temos de, em conjunto com alguém, buscarmos felicidade e prazer todos os dias. E para isso é necessário altruísmo, é preciso que um pense sempre no outro, que se coloque no lugar dele para antever, antecipar reações e saber qual é a melhor maneira de abordar e lidar com determinadas situações. Isso não significa nem de longe, abdicar de sua liberdade, da sua individualidade, do seu amor próprio. Já vi muitos casais que, não permitiam que um saísse sem o outro. Ou que viviam aqueles casos de ciúme tão incontrolável em que só de olhar para o lado já era motivo de briga. Também já vi os típicos casais que se achavam tão perfeitos que não precisavam de mais ninguém e acabaram fechando-se no seu próprio mundinho, a tal ponto, de um falar pelo outro, um viver pelo outro. O “nós” substituindo o “eu” numa simbiose louca de quem não sente a necessidade de mais ninguém para a vida fazer sentido. Estas são as relações do tipo que aprisionam. Penso que se for para viver esse tipo de relação é preferível que não a tenhamos. Ter que abdicar de si, da sua estória, da sua individualidade, sonhos, desejos e da minha maneira de ver o mundo é aterrorizante. Quando penso em uma relação imagino-a sempre como uma cumplicidade. Onde os parceiros entendem e aceitam que ás vezes é preciso ficar sozinho, que às vezes é preciso que se escute quando o outro pedir ajuda. É preciso que as pessoas compreendam que é preciso conversar com outras pessoas, que sair sozinha/o (seja com amigos ou amigas) é muito bom e saudável, pois, ajuda-nos a manter a relação oxigenada e renovada. E que achar outras pessoas bonitas e atraentes, não significa de jeito nenhum que não se ama mais o outro. As pessoas acham que amar é somar qualidades. Logo, quanto mais qualidades busco em alguém, mais chance tenho de ser feliz com ela. Não creio nisso. Amar pra mim é não subtrair os defeitos, é não escamoteá-los, escondê-los. É antes disso, examiná-los um a um e poder com tranquilidade decidir se será capaz de com eles conviver diariamente, pois eles farão parte de sua relação. Amar então passa a ser um somatório de liberdades, onde eu me sinto livre para mostrar a minha parte mais suja, mais obscura, mais subversiva e ser aceita por isso. Amar assim, nos faz seguros o suficiente para viver e deixar o outro viver. Amar assim é traduzido também por, confiança. E confiança é a força motriz de um relacionamento. Vânia
Posted on: Thu, 11 Jul 2013 01:22:27 +0000

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