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DA NEUROCIÊNCIA À PRÁTICA PEDAGÓGICA robertapimentel.br Olá leitores (as), Há poucas semanas escrevi aqui no blog sobre o Drº Vicente José, continuei as reflexões, acrescentei ideias, aprimorei contextos e produzi algo a mais para o artigo da Folha do Estado desta semana. Como foi a primeira vez que falei do Drº Vicente na Folha, em respeito ao leitores do jornal, fiz uma pequena introdução, assim como fiz aqui no blog, e em seguida imprimi alguns novos motivos de reflexão. Espero que gostem, escrevi com o carinho de sempre e um pouquinho mais (rsrsrs), afinal, Deus tem trazido até este blog leitores muito merecedores de toda minha admiração, é por vocês que procuro escrever novos artigos a cada semana. Já contei que no início desse desafio virtual tinha muito receio de ser uma blogueira fantasminha da aprendizagem, que engano pensar isso, como pude? Que tolinha… em um país como o meu, cheio de gente pensante, críticos intelectuais, professores participativos e muita gente atuante, não seria diferente, tinha mesmo que dar certo, pois são várias pessoas que compartilham a mesma ideia: troca de conhecimento, isso é incrivelmente encantador, tenho muito orgulho de fazer parte da rede de trocas de experiências virtuais na área da aprendizagem humana, onde constantemente posso aprender com professores, coordenadores, diretores, psicopedagogos, e muitos outros. Vamos ao artigo? Da neurociência à simplicidade e competência da prática pedagógica Nascido em Pederneiras (SP), Vicente-José Assencio Ferreira vive atualmente em São José dos Campos e esteve em Cuiabá recentemente em um evento sobre neuroeducação. É médico com especialização em neuropediatria, com mestrado e doutorado. Também é professor universitário. Dentre alguns de seus livros existe um que é realmente muito relacionado às discussões que proponho para as minhas colunas aqui na Folha do Estado sobre os diversos aspectos da aprendizagem humana. A obra recebeu o título, ‘O que todo professor precisa saber sobre neurologia’. O material originou-se do desejo de transmitir os conhecimentos neurológicos coletados em 12 anos de aprendizado na Clínica de Neurologia Infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, mais 25 anos de clínica neuropediátrica em consultório particular e nos 15 anos de cursos de anatomia e neurofisiologia administrados em todos os cantos do Brasil. Drº Vicente é uma pessoa sensível aos aspectos fundamentais da aprendizagem humana. Sensibilidade que certamente nasceu pela sua própria história de vida com experiência real de transtorno de atenção e hiperatividade. Foi uma criança que sofreu muito na infância em relação à escola. Passou por algumas professoras que não o compreendiam tanto quanto necessário, até que em determinado momento teve como professora uma pessoa incrivelmente habilitada para ser uma profissional eterna em sua vida, ela o marcou significativamente de tanto que o ajudou a superar seus obstáculos. É dos poucos médicos que conheço pessoalmente e fala de aprendizagem como alguém que conta uma história leve e totalmente prazerosa. Desperta para o simples. Não fala de conceitos e técnicas de aprendizagem mirabolantes ou inovadoras, ao contrário, fala do que pode ser acessível naturalmente, se assim desejarmos e nos esforçarmos de fato: a sensibilidade, o toque, a emoção, o afeto, a demonstração de interesse pela vida do aluno e assim por diante. Detalhes tão ricos e ao mesmo tempo extremamente simples e de alcance imensurável. Sou defensora incansável dessa simplicidade e sensibilidade no trabalho pedagógico das salas de aula, tanto é assim que sempre repito em meus artigos o termo ‘levantamento da história de vida’. Entendo e defendo que se os professores conhecerem apenas parcialmente a história de vida de seus alunos, não conseguirão fazer um trabalho completo. Quando abordo a neurociência, por exemplo, e suas recentes descobertas proveitosas para as questões escolares, o faço justamente por entender que tais contribuições vêm ao encontro dessa necessidade de simplificar as coisas, de tornar mais humana a vivência nos bancos escolares, afinal, a neurociência possibilita exatamente o conhecimento mais profundo sobre o modo de ser de cada um, fruto de cada vivência. Em um primeiro momento, pode até parecer que trazer a neurociência para o campo pedagógico, seja algo complicado ou repleto de conceitos médicos, complexos, mas é bem diferente disso, é muita simplicidade e pura resposta às inúmeras indagações que já tivemos por décadas e décadas sobre ensinar e aprender e que hoje podem ser melhor compreendidas. O enrijecimento curricular e o desgaste emocional e físico dos professores, a meu ver, podem verdadeiramente serem aprimorados e vencidos por meio dos ensinamentos atuais entre saúde, educação e neurociência. A excitabilidade funcional, a capacidade de plasticidade dos neurônios e a atenção aos períodos sensíveis de formação mielínica são alguns dos exemplos a serem pensados quanto aos recursos didáticos que de forma simples são alcançáveis pelo toque e pela relação inter e intrapessoal que compõem os vínculos existentes entre professores e alunos. Sem o vínculo tudo fica comprometido, sem dúvida. Muitos já sabem, mas outros não, por isso retomo uma questão que defendo acentuadamente, seja por meio dos contatos com as famílias ou com as escolas: nossa geração vive um momento de transformações muito complexas. Todos os padrões de família e escola que perduraram por anos e anos não são mais a grande referência valorizada pela maioria das novas gerações familiares. Particularmente vejo nisso bastante exagero, por isso retomo a reflexão sempre que possível, porque por mais que algumas coisas mudem e se transformem, algumas simplicidades tanto para as famílias como para as escolas não devem mudar. Assim como o Drº Vicente chegou na sua maturidade atual e consegue falar de aprendizagem de forma extremamente rica e simples, creio que temos um dever bastante semelhante: competência e simplicidade. Para falar de aprendizagem, educação familiar, ensino para o século XXI, entre vários outros temas, não precisamos de muitos recursos tecnológicos ou técnicas inovadoras e sim de muita sabedoria inter e intrapessoal. Estas habilidades podem fornecer muitas respostas que a nossa atual geração necessita. Recursos tecnológicos e técnicas inovadoras são extremamente necessárias e sempre muito bem-vindas, só não podem se sobrepor perante algumas bases mais simples e altamente eficazes, como as relações inter e intrapessoal.
Posted on: Sun, 28 Jul 2013 00:53:16 +0000

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