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DA REDAÇÃO - A equipe do jornal brasileiro ‘Brazilian Voice Newspaper’ conseguiu fazer uma entrevista exclusiva com o detento Thiago Nunes Cardoso e sua mãe Joana Vieira, originários do Vale do Rio Doce e hoje enfrentando sérios problemas nos Estados Unidos. Atualmente com 24 anos, o mineiro de Frei Inocêncio, próximo à cidade de Governador Valadares, já cumpriu sua pena, mas continua detido na Penitenciária do Condado de Lackawanna, sob custódia do Departamento de Imigração – ICE. Na terça-feira, dia 15 de abril, um dia após seu aniversário, a Corte da Imigração decidiu pela deportação do jovem. Thiago, que trabalhava na construção na civil na Pennsylvania, deve ser deportado a qualquer momento. De acordo com os jornais norte-americanos, na madrugada de uma segunda-feira do mês de janeiro de 2007, Thiago Nunes Cardoso, na época com 21 anos, envolveu-se numa briga em um clube noturno que resultou em graves conseqüências. O incidente ocorreu no interior da boate Plains Township Nightclub, na Pennsylvania, quando Cardoso e outros dois indivíduos confrontaram-se e o jovem era removido por seguranças no local. Na saída, conforme as acusações, Thiago teria sacado um canivete, cortando o rosto do segurança Paul Dougal. O mineiro foi detido até a chegada da polícia local, quando também tentou resistir à prisão. Neste mesmo clube, muitas outras ocorrências policiais já ocorreram, geralmente envolvendo excesso de bebidas ou o uso delas por menores, assim como desobediência ao toque de recolher instituído no Estado. Green Card Ao chegar à delegacia do Condado de Luzerne, Thiago disse às autoridades que era brasileiro e não possuía o número do Seguro Social. Em virtude disso, os policiais contataram as autoridades migratórias. Na época, a fiança do réu ficou em US$ 35 mil. O brasileiro enfrentou as acusações de agressão física grave, agressão simples, resistência à voz de prisão e de pôr a vida de uma pessoa em risco. Na época do incidente, Thiago possuía a residência permanente. Thiago Nunes Cardoso continua detido sob custódia do Departamento de Imigração Falando ao Brazilian Voice, Thiago Cardoso revelou como é a vida dentro de um presídio nos Estados Unidos. CONFIRA: BV: Como é o seu dia a dia na prisão? THIAGO: O meu dia a dia aqui é “aquela luta” para que passe um dia e chegue outro. E você sempre procura alguma coisa para que o dia passe mais rápido. BV: Há outros brasileiros presos aí? Quantos? THIAGO: Quando eles me mandaram para esta cadeia tinha dois brasileiros juntos comigo, mas não sei qual foi o destino deles. Aqui no bloco que estou tem um brasileiro que se chama Eduardo da Silva, mas tem outros brasileiros aqui. BV: Como é a relação entre os presos brasileiros? THIAGO: É uma relação muito triste, muitos deles não têm família aqui. Outros têm família, mas é triste você saber que vai ser deportado e ficar longe dos seus familiares e das pessoas que você mais ama. BV: Qual é a sua relação com os outros presos estrangeiros? THIAGO: Aqui dentro eles me respeitam e eu respeito eles e procuramos ajudar uns aos outros. BV: Em questão de alimentação e condições de higiene, qual é o tratamento dado aos presos? THIAGO: O tratamento aqui para os presos não é muito bom. Para começar, a comida que eles dão é muito pouca e você não tem nenhum dinheiro para comprar, e acaba passando fome. O atendimento médico é muito difícil, eles tratam a gente muito mal. Quanto aos policiais, eles tratam a gente como animais, alguns deles são racistas. Em questão de higiene, depende de você. Aqui você mesmo limpa sua própria cela, lava roupa e assim é a vida aqui dentro. BV: Você tem acesso a jornais, revistas, televisão…? THIAGO: Tenho. BV: Qual é o seu contato com o mundo exterior? Com quem você tem contato aqui fora? THIAGO: O contato que eu tenho é só com a minha mãe. Ela vem me apoiando já faz 14 meses. Às vezes eu falo pelo telefone, ou ela vem na visita, mas contato com o mundo exterior não tenho. BV: Qual é a pena que você tem que cumprir? THIAGO: A minha pena pelo crime eu já paguei, que foi de um para dois anos. Agora tenho problemas com a imigração. Pode demorar dois ou três anos na Corte da Imigração. BV: Você acha que será deportado? THIAGO: Não sei se vou ser deportado, mas sou residente no país. Isso é bom! BV: Você quer permanecer nos Estados Unidos? THIAGO: Sim, quero permanecer aqui. Eu fui criado aqui neste país. BV: Caso você volte para o Brasil, como seria a sua vida lá? THIAGO: Não sei como seria a minha vida no Brasil, mas pretendo ir para outro país. BV: Como foi o incidente que culminou com a sua prisão? THIAGO: (Ele preferiu não responder essa pergunta) MÃE DIZ QUE FEZ O QUE ERA POSSÍVEL A mineira Joana Vieira, de 53 anos, é moradora de Newark – New Jersey e tem cinco filhos, três mulheres e dois homens. “Duas mulheres estão casadas no Brasil, e tenho uma mulher, o Thiago e mais um homem aqui. Eu vim para cá 21 anos atrás e depois trouxe meus filhos. O Thiago veio cerca de dez anos depois de mim, na adolescência, com 12 anos. Eles (filhos) já vieram para os Estados Unidos com o Green Card”, declarou ela. Confira os tópicos da enrevista: Contato “A visita é uma vez por semana, mas eu vou de 15 em 15 dias e também tenho contato por telefone. Eu deposito dinheiro na conta dele na prisão e ele pode ligar de vez em quando. Ele está sem advogado, porque não compensa, e agora estou esperando a decisão do juiz. De acordo com um advogado, se ele for deportado, daqui a 10 anos ele pode conseguir o Green Card e voltar pra cá. Ele não tinha processado a naturalização, acabou não correndo atrás”. Sentimento de mãe “Eu falei para todos os meus filhos. Eles tiveram a faca e o queijo na mão aqui nesse país, não estudaram porque não quiseram. Foram trabalhar na construção porque escolheram. Infelizmente, não souberam aproveitar. Quando eles chegaram aqui, muita gente disse: ‘Vocês têm tudo o que todos nós queremos, então aproveitem’. Conselho eu dei demais, mas as amizades são muitas, amizades boas e amizades que não valem nada. E filho não ouve conselho de mãe, só dão razão depois que acontece. Mas dessa vez ele já aprendeu muito, tenho certeza”. Prisões “Ele passou por algumas prisões quando era menor de idade. Ele já ficou detido por um mês, depois durante um ano teve que comparecer toda a semana no ¬juizado de menores com o acompanhamento de uma psicóloga e fazendo ¬exames freqüentes. Com 16 anos, ficou preso uma semana, mas eu paguei a fiança e ele saiu. E agora, desta vez, já maior de 21 anos, o Governo já mudou ele duas vezes de prisão por causa de problemas financeiros. Esta já é a terceira prisão em que ele está na Pennsylvania. As cadeias estão fechando por causa de verba, é o que eles dizem. Desta vez, mudaram de prisão por problemas administrativos”. Expectativa “Que ele melhore, cuide da vida dele honestamente, trabalhe, arrume uma mulher, case, tenha filhos, responsabilidade, que melhore com a bênção de Deus e que mude de vida”. Saiba mais sobre a Pensilvânia A Pensilvânia é um dos Estados mais industrializados e urbanizados do país, tendo sido um dos berços da Revolução Industrial, que se iniciou em meados do século XIX. Grande produtora de produtos alimentícios industrializados, e de produtos químicos e eletrônicos em geral. O Estado é o único fornecedor de antracito dos Estados Unidos, um tipo de carvão de altíssima qualidade. Além disso, é o maior produtor de carvão betuminoso do país. A Filadélfia é sua maior cidade, sendo um grande centro portuário, bancário, financeiro e industrial. A segunda maior cidade do Estado é Pittsburgh, pólo educacional e da indústria de alta tecnologia. A Pensilvânia é famosa pela região de Pennsylvania Dutch, no sul do Estado. Ali predominam a culinária e arquitetura alemã, o povo de origem. O nome do Estado vem de William Penn. O Rei inglês Carlos II cedeu a região para Penn em 1681. A palavra Pensilvânia significa "Floresta de Penn", que era um quaker que estabeleceu em sua colônia liberdade religiosa, permitindo a grupos religiosos perseguidos tais como os quakers a instalarem-se na região. Por isto, por vezes o estado é apelidado de The Quaker State, porque a maioria de seus habitantes, nos primórdios da colonização européia do Estado, eram quakers. O cognome do Estado é The Keystone State. Keystone, em inglês, significa "pedra angular". A Pensilvânia forma uma ponte geográfica entre os Estados do norte e do sul americano, e entre as planícies litorâneas do Oceano Atlântico e as regiões centrais do país. Foi onde a declaração de independência e a constituição americana foram criadas.
Posted on: Sun, 14 Jul 2013 23:14:48 +0000

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