DESRESPEITO À EDUCAÇÃO LAICA E DE QUALIDADE. Navegando hoje pela internet me deparei com o seguinte convite de uma certa escola pública da região: Convidamos todos os alunos da escola tal e familiares a participarem do culto com a participação do pastor tal. Local: Escola tal. Mais do que uma questão constitucional, exigir uma educação pública de qualidade e laica, desvinculada de qual quer tipo de credo religioso deve ser uma luta de todo educador e educando que querem um ambiente escolar livre de obscurantismo, intolerância e respeito às diferenças e o próximo. O estado é laico(País com uma posição neutra no campo religioso, tem como princípio a imparcialidade religiosa, não apoiando nenhuma religião) e as instituições de ensino público devem oferecer uma educação laica, devem ser espaços para a difusão do conhecimento e de livre circulação de idéias . Não faz sentido transformar à escola em uma espécie de extensão e quintal de certas igrejas, religiões e células , padres e pastores, isso é uma questão de bom senso. As escolas não devem ser usadas, por supostos educadores, grupos ou pessoas fanáticas cujo o interesse é a pregação de fundo religioso e a inculcação de ideologias, idéias, pregações, testemunhos, dogmas religiosos e um provável etnocentrismo, tentando forçar a conversão absoluta a crenças através de discursos e “certezas” divulgadas em forma de monólogo, jamais de diálogo ou debate, usando e abusando de frases feitas e delirantes, declarações e comunicados que jamais se voltam para a escuta e construção do conhecimento. Convictos que contemplam “a verdade” e essa “verdade” tem que ser imposta a todos, custe o que custar. Desse modo, por meio de aparelhos ideológicos sociais nesse caso a escola e a religião, tentam incorporar dogmas, e crenças de forma inconsciente como se fossem naturais e seguidas por todos, persuadindo os alunos a matarem os vestígios culturais e simbólicos, levando os educandos a adotar um modo de vida, uniformizando o seu discurso. É inadmissível que ainda existam profissionais da educação, que aceite, compartilhe e promova tais manobras. Esse tipo de “educador” não procura o conhecimento o espírito crítico, mas sim, a imposição de “verdades”, a busca por evangelização, a adestração mantedora, submissa e etnocêntrica. É preciso estarmos atentos para combater dentro das instituições de ensino público estas práticas abusivas e fanáticas. A escola deveria sim, promover um amplo debate sobre religião, dialogando e debatendo com todos os credos e crenças sem beneficiar essa ou aquela religião, sem intolerância ou fanatismo, estimulando dessa forma o pensamento crítico dos alunos. Educar como meio de libertação é uma ferramenta para a concretização de uma constante inquietação e mudança social, facilitando e mediando o acesso ao conhecimento. Enquanto educadores devemos lutar por uma educação pública de qualidade e laica, que saiba promover a cultura de um povo. Concordo plenamente com Paulo freire quando afirma que, enquanto educador, somos formadores de opinião e, assim sendo, temos a obrigação de estimular o pensamento crítico em nossos educandos, assumindo assim uma opção política de forma coerente.
Posted on: Sat, 31 Aug 2013 01:00:53 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015