DIA DE INLEIÇÃO Nealdo Zaidan(A guisa de cordel) (Nos tempos dos - TopicsExpress



          

DIA DE INLEIÇÃO Nealdo Zaidan(A guisa de cordel) (Nos tempos dos coronéis e currais) É dia de inleição Todo mundo qué votá, Cumpri cuma cidadão Seu devê nacioná. Vão de carro,vão a pé, Leva minino e muié O qui num pode é fartá; Apoie falô o Coroné: Qui quem dêxá de votá Está contra o pogresso Pode inté pegá processo E dexá de trabaiá. Foi assim qui Ontonho Bento Carçando butina nova, Carça nova de aivorada Camisa de mandapulão; Foi pra vila dá a prova De sê um bom cidadão. Foi pra vila imbandêrada Fez a longa caminhada Mode atendê o Coroné. Na vila chegô às deie Butina queimando os pei A sêde queimando a guela. Prus minino e prá muié Deu garapa e mata-fome, Mai pra ele qui era home... Arresorveu tumé Zinebra. É improibido, tá certo, Mai sempe se dá um jeito Num tendo sordado perto Bento foi metendo os peito. Má chegando la na praça, Avistaro o seu vigaro Qui Bento e a muié abraça, E os minino abençoa. Mai qui transporte pegaro? É o sacristão qui caçoa. Noi viemo mermo a pé Eu, os minino e a muié. Mai na frente o Coroné, De terno e de “Panamá”, Avistou Bento e, ao chofé Mandô o carro pará Cumprimentando a famia; Veja só, qui maravia: Convidô mode armuçá! Na hora de armuçá Nos “currá” do Coroné Lá se foi Ontonho Bento Cum os minino e a muié. Lavaro as mão num aguidá Pra mode se assentá... Cumero munto de tudo Que ali tinha prá cume. Carne guizada... Passoca... E tinha inté macarrão. De sobremesa...Manuê Cumida de inleição. Fartando só o fejão. Cumêro e foro simbora Lá pra fila infrentá Poi tava chegando a hora De seu voto, devotá. Mai a cumida e o só quente, Mai a Zinebra qui bebeu Fizero, assim, de repente O Bento se cumpricá. Os instombo istremeceu E cumeçou a suá. Ora frio, ora quente Já num dava pra guentá. E a fila ia andando, O povo vai devotando... Tudo munto divagá, E tá o Bento suando E já ficando amarelo E, a barriga apertando Cum um gaio de marmelo, E as coisa se cumpricando Sem pudê se “aliviar”. Os minino chorando A muié que se assentá. Mai chegou a vez de Bento Qui dizendo já num guento, Vai na mesa assiná. Pega a tá “chapa” e vai Pra cabine inviolave Mai sintindo um intrave Do bucho inté na guela. Trupica, quagi qui cai, E antes qui disanime Dá uma “oiada amarela” E some na tá cabine. Lá fora o tempo passa, E a “fila” impaciente Já recrama do fiscá, Dos mesaro e prisidente, Todo mundo que devotá E Bento num sai de lá. A muié munto vexada... Dá uma cuxixada... E o prisidente vai lá; Chega na porta e chama. Uma voie de dento recrama: TENHA CARMA, QUI TEM GENTE!...
Posted on: Mon, 15 Jul 2013 15:35:40 +0000

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