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Denúncias apontam insatisfação dos portorriquenhos com a condição de colônia dos EUA Adital A Operação Martillo é muito mais do que uma estratégia regional liderada pelo Governo dos Estados Unidos para combater o crime organizado transnacional na região que abrange a América Central e o Caribe. Jesús Dávila, jornalista portorriquenho da NCM Notícias, agência independente de informações, destrincha o que parece estar por trás da Operação que, na zona compreendida entre o Rio San Juan, no sul da Colômbia, e o Rio Grande, no norte do México, concentra 57% de todos os exércitos da América Latina, o que atesta a importância estratégica da região. Estados Unidos, Inglaterra, França e Holanda dispõem de uma força de aproximadamente 40 mil soldados e marines patrulhando o Caribe atualmente. As ações ostensivas de comunicação seriam um dos pilares para o sucesso da Operação Martillo, apregoado pelos Estados Unidos. Um dos seus principais instrumentos, segundo Dávila, é a agência de notícias Inforsur (infosurhoy), que seria comandada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos e se trataria nada mais nada menos do que uma operação militar. Em Porto Rico, ele denuncia também que a agência de publicidade oficial Santa Catalina Communications, em menção ao Palácio de Santa Catalina, sede do governo de Porto Rico, seria apenas uma marca publicitária da agência estadunidense JWT na ilha caribenha. A JWT é a agência encarregada de fazer as campanhas para a Armada e a Infantaria da Marinha dos EUA. Em suas investigações, Dávila afirma que as capturas realizadas no marco da Operação Martillo não parecem estar contribuindo efetivamente para impedir que as drogas cheguem ao mercado estadunidense. Ele cita o exemplo das fragatas inglesas HMS Lancaster no Caribe a da USS Rentz no Pacífico. A primeira, após acabar com um cultivo de maconha na colônia inglesa de Anguilla e apreender pequenas lanchas de contrabandistas de cocaína perto da Jamaica e de Porto Rico, teria passado quase todo o mês de agosto último parada no porto de San Juan, até zarpar rumo a uma exposição naval na Colômbia. Enquanto isso, não haveria informações suficientes sobre as descobertas da Guarda Nacional de Porto Rico sobre o uso do aeroporto do país para o transporte de cocaína de Trinidad e Tobago rumo à Inglaterra, além da obscuridade mantida sobre um furgão que transportava caixas de munições de contrabando enviadas por uma empresa estadunidense para um destino ainda desconhecido. Tal furgão teria saído de uma loja do WalMart com um contrabando de 10 caixas de balas de nove milímetros para pistolas Luger. Com relação à primeira denuncia, pouco se sabe também sobre a descoberta, em março de 2013, pela Guarda Nacional, de um pacote de cocaína no centro regional da FedEx, no aeroporto de Porto Rico, enviado para a Inglaterra desde Trinidad e Tobago. Foto:InfosurhoyPara além das lacunas da Operação Martillo, Dávila destaca também a crise econômica que afeta Porto Rico desde meados do século passado, a baixa acelerada da popularidade do governo chamado autonomista (mas oficialmente apenas um território dos EUA) e as imposições estadunidenses contra a importação de sementes de arroz da República Dominicana. Além disso, os portorriquenhos não veem com bons olhos a obrigação de que o ex-diretor de segurança do porto de Miami se mantenha como chefe da Polícia Nacional portorriquenha. A campanha publicitária levada a cabo pela agência de publicidade estadunidense JWT para alavancar a imagem de Porto Rico, a "ilha estrela”, e a promessa do governo de gerar empregos nos últimos meses, segundo Dávila, também parecem não ter tido o impacto positivo esperado sobre a população. Nos sete primeiros meses de 2013, o nível do emprego na ilha continuou caindo até chegar a pouco mais de 34% da população em idade de trabalhar. A cada dois empregos criados, três são perdidos. O emprego total em Porto Rico, em 1940, era de 46%, em 1950, chegou a 47,8%, em 1960, baixou para 41% e, em 1970, subiu para 42,9%. A crise do petróleo de meados dos anos 70 baixou esse percentual, que só se recuperou para níveis acima dos 40% na década de 90. Após a crise desatada em 2006, 288 mil empregos já foram perdidos em Porto Rico. Dávila informou ainda em noticia publicada da agência Rebélion (rebelion.org) que o governador portorriquenho, Alejandro García Padilla, advertiu que se a inércia dos Estados Unidos diante da condição política de Porto Rico continuar será convocada uma assembleia constituinte, reclamada pelo Partido Independentista Portorriquenho, setores da esquerda e personalidades do Partido Popular Democrático. Padilla esteve recentemente nos EUA com o objetivo de defender o regime autonômico denominado Estado Livre Associado, mas não obteve os retornos esperados. A advertência do governador acontece no momento em que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, começou a trabalhar para admitir Porto Rico como membro da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac), o que seria um primeiro passo para um rompimento com o colonizador. A admissão de Porto Rico na Celac ganhou força depois que um referendo recente apontou que 54% dos portorriquenhos dizem não à manutenção da condição atual de colônia dos Estados Unidos, ainda que a maioria aprove a chamada livre associação, sob o nome de Estado Livre Associado Soberano. Outra pressão sobre a descolonização de Porto Rico deu-se na última reunião da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), realizada no Brasil neste mês, na qual foi solicitado que os Estados Unidos ponha um ponto final na condição colonial de Porto Rico.
Posted on: Wed, 11 Sep 2013 18:00:13 +0000

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