Dhlakama terá mandado evacuar pai Ouvir com webReader A - TopicsExpress



          

Dhlakama terá mandado evacuar pai Ouvir com webReader A polícia diz ter encontrado material bélico na residência do pai de Afonso Dhlakama, no distrito de Chibabava, em resposta a uma suposta denúncia e se apoiando num mandado judicial. Entretanto, o Dhlakama-pai não se encontrava na residência, aparentemente evacuado a mando do filho. Jorge Khálau, comandante da Polícia, sustenta ser obrigação da corporação recolher as armas junto das residências, para evitar que as mesmas sejam utilizadas para assassinar cidadãos. Fontes do ET disseram, no entanto, que Dhlakama-pai não se encontrava na residência quando a polícia entrou em acção, pois havia sido supostamente evacuado quando informadores da Renamo tomaram conhecimento da operação policial. Dhlakama-pai terá sido levado, posteriormente, numa aeronave para um lugar seguro e incerto, aparentemente junto ao filho, cujo paradeiro ainda é desconhecido. Na semana passada, dois helicópterios, que se julga militares, teriam aterrado no cimo de uma montanha, na Serra da Gorongosa, onde se suspeitava que Afonso Dhlakama se encontrava após ter sido escorraçado da sua residência de Santhundjira. Ninguém sabe, ao certo, se os dois helicópteros – aterraram e levantaram voo em momentos diferentes – levaram consigo Afonso Dhlakama. Os informadores do ET não dizem, em concreto, onde Afonso Dhlakama possa se encontrar, admitindo que “tanto pode estar ainda no interior do país” sem colocar a hipótese de o presidente da Renamo já se encontrar no estrangeiro “mas nunca nos países SADC” nem no continente africano. Sem darem a cara, e perante insistência, acabam dando uma pista. “Pode estar na Europa” assim como pode, ainda, se encontrar em território nacional. E para confundir ainda mais, as mesmas fontes anotam que Afonso Dhlakama “até pode estar na cidade de Maputo” de onde, admitem, pode estar a desenhar um plano estratégico de ataque final ao poder frelimista e a dirigir os ataques que têm acontecido um pouco pelas províncias de Sofala e de Nampula. Santhundjira e Marínguè Os informadores do ET insistem que Santhundjira era “residência” de Afonso Dhlakama, uma espécie de sala de visitas, onde recebia mediadores e jornalistas, e não uma base da Renamo. Mesmo durante a guerra civil, que terminou em 1992, Santhundjira nunca foi base da Renamo. A base era Casa Banana e Santhundjira apenas um local histórico da Renamo, onde existe uma pequena pista de aterragem, tal como em Marínguè. Quando a tropa governamental atacou Casa Banana, nesse período de guerra civil, Dhlakama não estava lá, por ter fugido primeiro para Sananthundjira, de onde continuou a fuga dias antes do referido ataque, tal como na invasão militar de 21 de Outubro. Santhundjira “é um local a conservar e a preservar”. Marínguè está na mesma linhagem. Durante a guerra civil, Marínguè acolheu a base central da Renamo, tendo o agora partido se apoderado de todo o distrito. Neste momento, de acordo com as fontes anónimas que temos vindo a citar, a antiga guerrilha está a combater a tropa de modo a recuperar Marínguè, tal como durante a guerra civil. O objectivo “é permitir que a Renamo realize as suas incursões” a partir daquele distrito, e sustentam: “ainda bem que a população abandonou a zona, o que permite uma maior mobilidade dos desmobilizados da Renamo” contra a tropa. Em Marínguè existem duas pistas de aterragem, uma maior que a outra. Uma das nossas fontes diz ter tomado parte na construção daquelas pistas, num processo penoso e feito manualmente, sem a ajuda de uma máquina. As pistas recebiam aviões de pequeno porte, para o descarregamento de armamento e de mantimentos para os guerrilheiros e para a cúpula da Renamo. Após a desmobilização, custeada pelas Nações Unidas, recordam os nossos interlocutores anónimos, os guerrilheiros construíram as suas residências, palhotas, umas próximas das outras, onde residiam com as respectivas famílias. No entanto, sempre disponíveis para o cumprimento de uma ordem, de tal modo que, na zona, tinham o seu comandante. Os equipamento bélico, esse, havia sido escondido a escassos quilómetros da zona residencial, para onde se faziam uma rigorosa vigilância e sistemática manutenção, ao longo dos 21 anos que separaram a assinatura do Acordo Geral de Paz e aos nossos dias. “Dado o alarme, as armas que estavam escondidas, foram recuperadas e já se encontram em poder dos desmobilizados” da Renamo, com as quais fazem frente à tropa. O General António Elias, ex-Renamo e que supostamente teria comandado a tropa que invadiu a residência de Dhlakama em Santhundjira, “foi morto em Marínguè” após intensos combantes com os seus antigos colegas da Renamo. António Elias desertara da Renamo ainda durante a guerra civil, indo para o Malawi, de onde teria regressado a Moçambique e agora ao serviço do governo da Frelimo “para mostrar o segredo da Renamo nas matas que muito bem conhecia”. Em síntese, as fontes sublinham: Santhundjira e Marínguè “são para serem recuperados” por serem lugares históricos da Renamo, desde os tempos da guerra civil. No caso de Santhundjira, os militares que se encontram a guarnecer o local, são sistematicamente atacados por homens armados. “Quando vão em busca de água, no rio próximo, são atacados; quando vão tomar banho, são atacados; qualquer movimento que realizam, são atacados”, sublinham os informadores do ET, acrescentando que os ataques são feitos por pequenos grupos de guerrilheiros, que fazem escalas até que psicologicamente os militares se sintam derrotados, “como já está a acontecer”. EXPRESSO – 13.11.2013
Posted on: Thu, 14 Nov 2013 08:45:58 +0000

Recently Viewed Topics




© 2015