Dialogo 23º Levantamos acampamento antes do amanhecer, para - TopicsExpress



          

Dialogo 23º Levantamos acampamento antes do amanhecer, para recuperarmos o tempo perdido, eu ainda estava com a impressão do Lobo em mim, algo impregnado, nunca antes havia sentido algo assim. Seguimos viagem pelos caminhos que os Cruzados do primeiro forte sugeriram, disseram que a chance de encontrar inimigos era mais remota por ali, eu gostara da ideia, pois minha intensão era matar o menor numero possível, não me agrava banhar minha espada de sangue. Embora eu fosse o líder, sentia que todos tinham receio de estar na minha presença, acredito que era pela fama de ”Lobo Templário” que ganhara ao longo dos anos, todos sabiam que eu passava a maior parte do tempo embrenhado na floresta na companhia de um lobo, alguns me admiravam, outros me achavam um louco excêntrico, nunca me importei meus caminhos sempre foram solitários, mesmo assim era o melhor Cavaleiro que eles possuíam, minha dedicação desde muito jovem me manteve no topo da Ordem. Sempre busquei ser humilde, bom para os necessitados, cavalheiro e educado com as damas e crianças, leal aos meus ideais, honrado com todos. Caminhando na romaria sob o Sol escaldante, meus pensamentos vagaram, lembrei-me da primeira vez que tirei a vida de um homem... Era recém chegado na Ordem, não fazia muito que havia proferido meus votos, recebera minha primeira missão, deveria escoltar uma jovem da nobreza a terras que ficavam a aproximadamente duas luas ao norte. Certa manhã passávamos por um pequeno vilarejo, pelo menos duas dúzias de pessoas entre homens, crianças e mulheres. Nós passávamos por uma estrada não tão distante dali, eu e a nobre jovem, por um momento ouvimos algumas mulheres gritando, desesperadas pediam socorro, gargalhadas misturavam-se a gritaria angustiante, eu acenei para jovem, que permanecesse onde estava, cavalguei o mais rápido que pude, quando cheguei na aldeia, encontrei um bando de saqueadores, arrastando crianças e mulheres pelos cabelos, alguns homens simples e trabalhadores estavam inertes no solo árido, estavam mortos! Passou um breve filme na minha cabeça, lembrei-me do “Dia escuro” no passado distante, só me lembro de empunhar minha espada e atravessar o ventre do primeiro saqueador que veio ao meu encontro, quando terminei, estava de joelhos num sangrento mar vermelho com minha espada fincada no solo úmido. Percebi que todos estavam agradecidos, mas ao mesmo tempo assustados, podia ler em seus olhos... Como se dissessem: Ele é uma maquina assassina! Quem é ele, da onde surgiu? Como eliminou uma dúzia de saqueadores sozinho?! A jovem da nobreza pegou no meu braço, ajudou-me a ficar de pé, assentiu com a cabeça agradecendo-me por ter salvado aquelas mulheres e crianças de serem mortas e violentadas. Ela se mostrou bem diferente do resto da realeza, lavou minha túnica enquanto me banhava no riacho do vilarejo. Nós pernoitamos na aldeia a pedido do líder daquele povo, eu não queria agradecimentos, só queria ter certeza de que todos ali estavam bem, livres daqueles homens, cuja índole demoníaca traria caos a toda vila. Assim pela primeira vez minha espada sentiu o gosto doce do sangue ao beijar a lamina! FlavioK2 – Lobo Bárbaro Poeta
Posted on: Wed, 19 Jun 2013 22:54:45 +0000

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