Dias que se passam. Tentando observar tudo com apenas minha velha - TopicsExpress



          

Dias que se passam. Tentando observar tudo com apenas minha velha e obvia visão chata de tudo, após ontem e algumas leituras hoje, mesmo tentando, quase impossível passar calado frente as ações de rua que vem ocorrendo em nosso País, que tirando o fato lindo de termos pessoas nas ruas criticando o sistema, em quase nada ou nada me agradam. Depois de muitas ligações, amigos e parentes me perguntando se eu estava às ruas, hoje demonstro minha grande preocupação com as mobilizações conhecidas como “primavera brasileira”. Para os que me conhecem, sabem que fiz e faço parte de muitos movimentos populares, que viram as ruas como ultima instancia de mobilização social, e que reconhece os Movimentos Sociais como os principais atores de mudanças e modificações sociais. Inclusive o Movimento Passe-Livre, do qual orgulhosamente fiz parte. Infelizmente o que vejo, como disse uma amigo (Patrick Paraense), esta longe de ser uma revolução, mas apenas uma reação ao sentimento brasileiro de justiceiro de mártir (nós temos uma característica de defender aqueles que entendemos sofrer injustiças). É o que acontece na maioria dos resultados dos realitys shows, e no cotidiano de nossa mídia quando e que só mostra violência. A reação é LINDA, ver pessoas à ruas defendendo ações e programas que sempre defendi esta diretamente ligado a meus mais sinceros desejos, ao mesmo tempo essa sensação se esvai ao observar que o pontapé inicial foi dado pela redução das tarifas de transporte público, e que ao menos colocam em pauta o programa do movimento que há anos dialoga essa pauta, e que nunca discutiu a simplicidade da redução de tarifa, mas sim o transporte público gratuito. Ao contrario, ainda não vi ninguém (nestas ações lindas) que debata tal pauta, com qualidade de argumentos e reconhecimento dos fatos. Mas infelizmente esse não é o “az” da questão. Ontem vimos uma das maiores mobilizações sócias do Brasil, mas para quê? Rumando para onde? Desejando o quê? São milhares de pessoas que sempre repudiaram os movimentos sociais organizados, as bandeiras politicas, os assuntos de disputa social, e que agora se inflam de desejos de mudança. Defendo todos esses desejos, mas esses devem existir de fato, mudança serve de exemplo. É “foda” observar que uma gigantesca parte de quem estava na rua exigindo a redução da taxa de transporte urbano, nem se quer é usuário do transporte público. É foda também a maquiagem de defensores da honra e da ética que distanciam partidos políticos, organizações, planejamento e resultado. Em minha chata e humilde opinião, parece um monte de gente com tempo para não fazer nada, resolvendo fazer alguma coisa sem saber o que fazer. Perfeitamente, é muito melhor do que não fazer nada, torço para que nossas cidades tenham esse tipo de mobilização todos os dias, de hoje até sempre, porém não posso concordar que isso seja fruto da mudança de consciência social ou um rumo para as mudanças, ao contrário, vejo uma grande massa de manobra sem rumo, obedecendo as pautas midiáticas e sofrendo da crise do “vira-lata”. Achei lindo Belém ter feito um movimento organizado, com coordenação e que cobraram mudanças nos rumos da cidade, mas é pouco, as pessoas precisam politizar o debate, falar que tudo esta errado é simples e fácil, todavia, não muda a realidade. Precisamos ter objetivos claros, ações ordenadas, e politizadas sim, com rumos, coordenação e objetivo, do contrário, acabaremos por ser um movimento sem movimento, e que será utilizado por aqueles que detém o poder econômico e midiático nas mãos. Vejam a Globo como exemplo, ontem odiavam os que estavam nas ruas, hoje levaram suas “lideranças” e defenderam sua existência, uma mudança de visão? Ou um sério exemplo de manipulação? Ao contrário nos cegaremos com debates atrasados, como esse debate da Copa, que muitos dos que foram para a rua para comemorar e apoiar a candidatura do Brasil, hoje vão para rua criticando os gastos (gostaria que essa mobilização tivesse ocorrido naquela época). De fato, vejo com bons olhos o povo entender que ações de mobilização, como sempre foram feitas pelos movimentos sociais, são dignas, honestas e necessárias, mas essas ferramentas precisão ser utilizadas com verdades maiores do que o afã de demonstrar discordância, precisam ter objetivo de mudança. Como disse Gabriel “o pensador” “muda que o mundo muda com a gente”, ou seja, cobrar mudança é pouco. E ainda Lenin “a prática é espelho da verdade”, logo, não adianta cobrar, ir às ruas, eleger inimigos que a mídia exibe, e de fato não executar nada no dia-a-dia que promova a verdadeira mudança. Obviamente, não julgo quem esteve ou defende as mobilizações dos últimos dias, mas é pouco, sem direcionamento, e pode servir exatamente aos que discordam de ações o politicas sociais que vem modificando o mapa social Brasileiro que colocou os antigos excluídos nas universidades, com trabalhos regulares, e oportunidade de mudanças (é pouco, mas é mais do que ocorreu em toda a historia conhecida de nosso país). Do contrario ficamos num debate cego que juridicamente condenou o mensalão, mas nunca provou desvio de verba pública, enquanto os ricos políticos como Aécio são processados por desvio de milhões e nada é divulgado em nossas mídias tradicionais. Vamos ás ruas, conquistemos corações e mentes, mas com tenhamos rumos IDEOLOGICOS que perpetuem um novo rumo e não apenas um palanque do nada.
Posted on: Wed, 19 Jun 2013 02:39:32 +0000

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