Dupla é flagrada tentando enviar celular para presidiário por - TopicsExpress



          

Dupla é flagrada tentando enviar celular para presidiário por meio de um pombo O pombo lançado na tarde desta terça-feira em direção ao Presídio Central, em Porto Alegre, não teve forças para voar. Um celular atado junto ao corpo impediu que o animal cumprisse a missão proposta por Cristielli Mansa, 21 anos: enviar o aparelho ao namorado, Wagner Machado Rodrigues, 19 anos, preso por tráfico de entorpecentes. Três metros de voo após o lançamento ao alto, a ave caiu sobre a Rua Tenente Camargo, nos fundos do presídio, às 16h15min — justamente o local e o horário em que passava uma viatura da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Por sorte do animal — e azar de Cristielli —, os policiais estranharam o voo fracassado. A equipe deixou a viatura e foi ao encontro da jovem, que trazia outra ave imobilizada em uma garrafa PET, de fundo cortado. Presa às asas do animal, estava uma "mochilinha" com um bateria, chips e R$ 427. Presos em flagrante, Cristielli e o homem que a acompanhava, Jeferson Sidnei Lopes da Silva, 35 anos, são moradores do bairro Restinga e não possuíam antecedentes criminais. — A dupla cometeu dois crimes: tentar introduzir um telefone em um sistema prisional e maus tratos de animais. Como se trata de um termo circunstanciado, serão liberados. São infrações penais com menor potencial ofensivo — afirmou o titular da Delegacia de Capturas, delegado Eduardo de Oliveira Cesar. Juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC), Sidinei Brzuska afirma que tentativas como a de Cristielli são possíveis graças à grande quantidade de aves que estabelecem ninhos nas dependências do presídio. — Essas pombas fazem do Central a sua casa e, por isso, retornam sempre àquele lugar. Sabendo disso, o preso pega a ave e dá para um familiar, que sai da prisão com o pombo em uma sacola. Do lado de fora, a ave recebe o material que deve transportar e, ao ser solta, tenta voar de volta para sua casa — explica o juiz. De acordo com Brzuska, visitantes não são revistados ao deixarem a instituição. Conforme o delegado do Decap, Cristielli visitou o namorado na tarde desta terça-feira, quando provavelmente combinaram a ação. A jovem, no entanto, alegou que só se pronunciaria em juízo. Diretor do Presídio Central, o tenente-coronel Osvaldo Luis da Silva afirma que não tem conhecimento de ninhos de pombos dentro da casa de detenção. Sobre a penalidade a quem tenta "importar" celulares por meio de pombos, o diretor diz que varia de caso a caso, podendo acarretar desde a transferência até a suspensão da visita. Para Brzuska, o voo de um pombo até o Central chega a ser "folclórico" diante das apreensões dentro da prisão. Os animais seriam soltos após passarem pela inspeção de policiais da Delegacia Ambiental. MAUS-TRATOS — O veterinário Marcelo Alievi, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explica que um pombo pesa entre 300 e 500 gramas, em média. Devido ao tamanho, tem dificuldade de carregar um celular. — Manter o animal dentro de uma garrafa PET causa problemas de respiração e submete o pombo ao calor, diz o professor. Ele ressalta que a situação caracteriza maus-tratos e submissão a estresse e desconforto intenso. — Raul Ivens De Leão, especialista em columbofilia (criação de pombos-correios), afirma que o animal usado para transportar o celular se trata de um pombo comum. O pombo-correio é mais robusto, recebe alimentação especial e treinamento. — Tanto Leão quanto Alievi acreditam que a ave tenha nascido no Central, pois, quando elas vão para outro lugar, tendem a voltar. Com o impacto da queda, alerta Alievi, o animal poderia ter morrido. — Mais de 1,8 mil celulares foram apreendidos dentro do Presídio Central entre 2011 e 2012.
Posted on: Wed, 02 Oct 2013 13:53:29 +0000

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