ELEIÇÕES CRM-DF Aproximam-se as eleições do CRM. Mais uma - TopicsExpress



          

ELEIÇÕES CRM-DF Aproximam-se as eleições do CRM. Mais uma vez, por imposição, seremos obrigados a votar. As promessas, como nos últimos 30 anos, são as mais satisfatórias e animadoras. Certamente, também como nos últimos 30 anos, nada vai ser diferente. Continuaremos a trabalhar em condições espúrias e nenhum representante do conselho dará o ar da sua graça. Continuaremos a fazer cirurgias usando fios diferentes dos que solicitamos, os exames continuarão sendo realizados ciclicamente, materiais também continuarão a aparecer de forma cíclica, a SES-DF continuará a dar as mesmas explicações que vem sendo dadas há anos e os senhores diretores dos hospitais, na imensa maioria, continuarão a fingir que dirigem apenas para manter o “status” e, por fim, cada vez mais burocratas incompetentes continuarão a nos ditar regras imorais e infames, sem que ninguém apareça para nos devolver as verdadeiras condições éticas de exercer a nossa profissão. Será que, ao longo dos anos, ninguém conseguiu perceber que os tempos mudaram radicalmente? Há anos ouvimos o discurso reivindicando “melhores condições de trabalho”! Mas, essas condições precárias são divididas ou avisadas às pessoas? Confesso que nunca vi ou ouvi essas informações serem colocadas na mídia. Será que trabalhar sem exames essenciais, sem materiais essenciais, sem pessoal de apoio suficiente, é ético? Tenho absoluta certeza que não. Todavia, nunca vi os nossos conselhos irem à mídia e mostrar claramente o que, de fato, ocorre no dia-a-dia dos hospitais. Por exemplo, na semana passada, não se fazia exame de creatinina na rede pública do DF. O fato ocorreu, os médicos seguiram trabalhando sem o tal exame e nenhuma atitude objetiva foi tomada pelo CRM-DF. Da mesma forma, fatos muito mais graves ocorrem por este nosso Brasil e os conselhos regionais nada fazem, embora sejam autarquias federais com poder de policia. Ano passado, depois que um vídeo que mostrava um paciente eliminando larvas por orifícios naturais em Rondônia (se não me falha a memória), disparou na internet e na mídia, o CFM emitiu nota dizendo que iria tomar atitudes. RIDÍCULO. Para a situação chegar a esse ponto, as coisas já vinham precárias há anos e somente depois desse vídeo é que nossos conselheiros federais resolveram atuar? Por essas e muitas outras é que a nossa categoria é hoje pisoteada e ridicularizada por todos os níveis de governo deste país. Por conta do tal “sacerdócio” da medicina, aceitamos pacificamente, ao longo dos séculos, fazer as coisas de qualquer maneira, apenas por nos penalizarmos dos pacientes ou à título de não submetê-los a mais sofrimentos. Aceitamos e vestimos a carapuça, portanto não adianta ficarmos lamuriando. Criamos essa cultura em nossa profissão e, por conta dela, nossos representantes também atuam de forma acomodada ou, sempre, na defensiva. Como costumo dizer, somos um time jogando apenas na defesa. Apanhamos diariamente e, eventualmente, fazemos um contra-ataque, embora, se analisarmos friamente, temos a faca e o queijo nas mãos. Vivenciamos e vimos, diariamente, as péssimas condições a que nos submetem e bastava apenas que, também diariamente, as tornássemos públicas na mídia, principalmente em tempos de internet. Bastava seguirmos o belo exemplo da OAB, que vive na mídia (jornais, revistas, TV e internet) quase que diariamente. Apenas ultimamente, por conta do tal “Mais Médicos”, é que temos visto um pouco mais de exposição dos médicos em suas reivindicações, contudo, as condições são precárias há anos e nada era feito. Já fomos presidente de comissão de ética e foi uma experiência deplorável. Começamos com seis e terminamos com a comissão do eu só. Verdade. Somente nós ficamos na comissão. Certa feita fomos até o CRM dispostos a falar na imprensa e solicitamos o apoio, contudo fiquei estupefato quando um conselheiro nos declarou que iriam enviar um documento para a SES-DF sobre o fato e pronto. Confesso que saímos de lá desapontados e indignados. Parece-nos que nossos conselheiros ainda se encontram na idade dos dinossauros. Ainda desconhecem ou não foram apresentados à mídia do século XXI. Ainda não aprenderam que, as gavetas da SES-DF devem estar entupidas com esses tantos documentos ou, mais provavelmente, foram todos devidamente incinerados nos lixos. Na atual eleição temos à disposição três chapas. Não vemos qualquer perspectiva de mudança quanto a esse paradigma em nenhuma delas. A chapa 2, composta por grande parte dos atuais componentes do CRM-DF, temos a absoluta certeza de que não merece o voto de ninguém. Nada fizeram ao longo do tempo em que lá estiveram e quando tentaram fazer, tiveram o mérito de prejudicar a todos. Caso a brilhante decisão deles tivesse se tornado efetiva, hoje, a imensa maioria dos médicos cirurgiões do DF não estaria recebendo os seus honorários antecipadamente através dos hospitais, pois eles tiveram a capacidade de querer impedir estes de repassar honorários, embora todos os hospitais e clínica sejam instituições médicas regularmente inscritas no CRM-DF. Nunca imaginamos ver tamanha atitude ridícula e ilegal. Além do mais, também tiveram o mérito de conceder à classe médica do DF, o direito e o destaque de serem presididos por médicos com punições pelo CFM, o que ridiculariza ainda mais a já tão sofrida classe médica. Também conseguiram o brilhante feito de termos o CRM-DF sob intervenção, intervenção esta que também nos causou espécie, pois, tal e qual alguns cornos da vida, fomos os últimos a descobrir. O CFM fez uma intervenção e sequer dignou-se a avisar aos médicos do DF. Por aí temos uma visão clara e cruel de como a nossa classe está entregue à representantes sem criatividade, sem iniciativa e sem percepção da realidade. O CRM-DF apronta o que bem deseja a partir das idéias sem noção de seus conselheiros, o CFM vem e intervém e ninguém é avisado do que está ocorrendo. Haja desmandos! Achamos interessante lembrar a todos que, durante a tentativa do atual CRM-DF em proibir os hospitais e clínicas em repassar honorários médicos, recebemos diversos e-mails assinados pelo Sindimédico e pela AMBr, nos quais os mesmos comunicavam da decisão do conselho, porém, nada fizeram para reverter tamanho absurdo. Ou se o fizeram, tinham a obrigação de dividir a informação com seus afiliados e nunca privá-los do acesso a ela. Este é um dos grandes males de nossos representantes: atuam politicamente e nunca tecnicamente, obviamente, por conta de suas pretensões pessoais com vistas à candidatura a cargos eletivos. Ou seja, estão lá apenas para usar a classe como trampolim. Por todas essas razões e argumentos, continuamos céticos quanto a reais mudanças na forma de atuar de nossos representantes. Não vislumbramos qualquer sinal de mudança do atual paradigma de acomodação e leniência, para uma atitude pró-ativa e incisiva. Continuaremos a ter que atuar e trabalhar em condições precárias e sem qualquer suporte prático e objetivo dos conselhos, seja regional ou federal. Por essa razão vemos colegas com sede de se revoltar e tomar atitudes práticas e dignas do tipo suspender cirurgias, porém estes param quando não tem respaldo do órgão de classe. Ninguém é imbecil e idiota de enfrentar a maquina governamental sozinho e depois ficar sofrendo as agruras das retaliações que, sem dúvida, virão. Também por essas razões, ninguém se dispõe a candidatar-se às comissões de ética. Para que? Tivemos a nossa experiência e, como já afirmamos, foi revoltante. Os colegas nos cobram as atitudes, mas os nossos conselhos não nos respaldam em nada. Sentam seus traseiros nas confortáveis cadeiras das salas de reuniões e de lá não saem para fazer absolutamente nada. Por fim, mais uma constatação cruel sobre a atuação de nossos conselhos: seus departamentos de fiscalização são por demais eficientes em fiscalizar as nossas clinicas e consultórios, contudo por que não mostram a mesma eficiência e freqüência na fiscalização da rede pública? Com certeza esta é uma pergunta sem resposta. Da mesma forma, somos cobrados a ter uma total e completa eficiência em nossos consultórios e clínicas pela Vigilância Sanitária do DF, entretanto eles não têm a mesma eficiência em relação aos hospitais públicos. A imensa maioria dos consultórios das emergências dos hospitais do DF não dispõe de lavatórios para a lavagem das mãos, preceito básico na prevenção das infecções hospitalares, porém, se nossos consultórios privados não dispuserem de torneiras que se abrem através do uso dos cotovelos, não temos a licença liberada. Bem que nossos conselhos poderiam atuar e mostrar essa imoralidade ao povo, mas, por onde andam os nossos conselhos? Que cada um repense o modelo atual e, se concordarem, por favor disseminem para seus contatos médicos para que outros também repensem. MANOEL ABREU JUNIOR CRM-DF 4008.
Posted on: Sun, 04 Aug 2013 02:34:42 +0000

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