Ela acordou cansada. Agarrada aos seus braços, quentes, que sempre a envolviam da melhor maneira possível. Ele dormia. Ela apenas olhava, e pensava como foi terminar ali. Ou como foi começar ali. Começar tudo de novo, como prometeu que não aconteceria. Ele sempre sonhou com alguém que o fizesse se sentir bem, só por existir. Ela sempre sonhou em fazer alguém feliz, só por existir. Os dois se encontraram. E de uma maneira egoísta e complicada, só começaram a existir depois que se encontraram. E se questionaram sobre a vida, e sobre a existência de um, sem o outro. Na noite passada ele gritou. Gritou como nunca havia gritado, cuspindo tudo o que havia engasgado. Ela chorou. Chorou como nunca havia chorado. Mas suportou, e deitou na mesma cama que ele. Enquanto ele dormia, ela o olhava. E pensava como foi terminar ali. Qualquer forma de amor é egoísta, ela sabia. Amor demais nunca matava, ele achava. Foram dormir distantes um do outro. Acordaram com as peles coladas. Como se não houvesse saída, suas peles se uniam. E seus corações batiam em sintonia. Querendo ou não, a forma mais egoísta de amar, os satisfazia. E entre gritos e carinhos, o amor existia. E ela sabia, que se o amor existia, pensar demais não adiantaria. Indo dormir.
Posted on: Tue, 22 Oct 2013 03:48:56 +0000
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