Ele não consegue ter lembranças de sua infância senão naquilo - TopicsExpress



          

Ele não consegue ter lembranças de sua infância senão naquilo que não lhe incomodava. Já tarde, apropriou-se de noções das ciências e quedou-se estupefato diante da curiosa negligência dos povos quanto ao padecimento dos grupos. Doenças mentais naquele lugarejo saltitavam ao abecedário dos mais negligentes observadores. Sabia que alguns escritores rumaram por lá e se abeberaram de parte do conteúdo da índole daquele povo, numa atávica má-fé, sem se incrustar pelos caminhos da preocupação e solidariedade. Anotara com sortilégio a figura de Rosas na sua unilateral vontade de uma metalinguística. Não acabrunhou o seu trabalho nem com novidade nem cientifico, antes tivesse ele mal feito seu curso de medicina, e se aproximado mais da loucura. Com diligência pode traçar no povoado um quadro hostil de desequilíbrios psicóticos. Era o pedofilo que fazia serenata para as donzelas e que nada tinha a ver com sua conduta porque filho de fazendeiro omisso, trazia o nome do pai de casamento. Já que tudo era errado, as taras plurais que naquele ambiente reinassem não seriam problemas de governos, mas revolta de um povo. Ou acomodação de um povo. A sociedade não saia do escopo dos perfis modernos em estatísticas quantitativas. Dez por cento eram poderosos. Os 90 por cento restantes você não saberia onde enquadra-los. Mas se sabe que as doenças mentais não tinham berço, estirpe ou condenação. Nos grupos não pertencentes também você encontraria rastros de megalomania. Epilepsia também não faltava. Tuberculose recuava as famílias poderosas. Tudo era um não falado. E tudo ali ainda continua um não dito. Em *Rumando Para o Norte.
Posted on: Wed, 31 Jul 2013 16:51:18 +0000

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