Em 1963, baseado em seus relatos do julgamento e em cima de todo o - TopicsExpress



          

Em 1963, baseado em seus relatos do julgamento e em cima de todo o seu conhecimento filosófico-político ela escreveu um livro ao qual denominou "Eichmann em Jerusalém". Nele, ela descreve não somente o desenrolar das sessões, mas faz uma análise do "indivíduo Eichmann". Segundo ela, Adolfo Eichmann não possuía um histórico ou traços anti-semita e não aparentava características uma pessoa com caráter distorcido ou doentio. Ele agiu como agiu por desejo de ascender em sua carreira profissional e seu atos foram resultados de cumprimento de ordens superiores. Ele era um simples burocrata que cumpria ordens sem racionalizar em suas conseqüências. Para Eichmann, tudo era realizado com zelo e eficiência, e não havia nele o sentimento de "bem"ou "mal" em seus atos. A FRASE Para Hannah, ele não era o "monstro", o "poço de crueldade" com que era julgado pela maior parte da imprensa. Os atos de Eichmann não eram desculpáveis e nem ele era inocente, mas estes atos não foram realizados por um ser dotado de imensa capacidade de crueldade, mas sim por um funcionário burocrata dentro de um sistema baseado em atos de extermínio. Em cima desta análise ela cunhou a expressão "Banalidade do Mal" para indicar que alguns indivíduos agem dentro das regras do sistema a que pertencem sem racionalizar sobre seus atos. Eles não se preocupam com as conseqüências destes, só com o cumprimento das ordens. A tortura, a execução de seres humanos ou a prática de atos do "mal" não são racionalizados em seu resultado final, desde que as ordens para executá-los advenham de estâncias superiores. Hannah Arendt discorre sobre a complexidade da natureza humana e alerta que é necessário estar sempre atento para o que chamou de "banalidade de atos do mal" e evitar a sua ocorrência. Hoje a frase é utilizada com significação universal para comportamento de alguns personagens históricos que cometeram atos de extrema crueldade e sem nenhuma compaixão para com outros seres humanos, e que em suas vidas pregressas não foram encontrados traços de traumas ou quaisquer desvios de personalidade que justificassem os seus atos. Em resumo: eles eram "pessoas normais".
Posted on: Fri, 28 Jun 2013 17:44:43 +0000

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