Em Elena Landau, organizadora, A Nova Agenda - Desafios e - TopicsExpress



          

Em Elena Landau, organizadora, A Nova Agenda - Desafios e Oportunidades para o Brasil. Brasilia, Instituto Teotonio Vilela, 2012, pp. 56-64. O Brasil conseguiu algumas coisas importantes na década de 1990, na área da educação. Uma delas foi a universalização do acesso à educação básica. Finalmente, chegamos á situação em que todas as crianças, de alguma forma, tinham algum tipo de escola. A outra coisa que se conseguiu foi a criação de alguns indicadores que pudessem servir para acompanhar o que estava acontecendo com a educação: o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). E ainda houve uma terceira coisa que foi fundamental na política educacional naqueles anos: a criação do Fundeb, o Fundo de Financiamento da Educação Básica, que organizou a responsabilidade constitucional de estados, municípios e do governo federal para com a educação. A partir daí, viabilizou-se a universalização da educação brasileira. De lá para cá, a educação atingiu essa expansão de praticamente 100% no ensino fundamental (que vai até os 14 anos de idade). Infelizmente, a educação média não conseguiu avançar como seria necessário. Em todo caso, existe uma certa ideia, no Brasil, de que precisamos de mais educação, mais escolas, mais educação técnica, mais dinheiro para a educação. O indicador do desenvolvimento da educação, que foi criado nos anos 1990, por uma série de fatores que não vou discutir aqui, foi transformado no IDEB - índice de Desenvolvimento da Educação Básica - e virou uma espécie de medida do progresso da educação brasileira. Os documentos oficiais trazem uma série de metas que o IDEB deve atingir, utilizando uma escala de zero a 10. Essas metas estão sendo cumpridas. Os estatísticos fazem uma série de contas e projetam essas metas para 2022, quando o Brasil fará 200 anos de Independência. Segundo essas projeções, o país vai atingir os índices europeus. O que eu quero dizer é que, se continuarmos assim, não vamos chegar lá. Esses indicadores não nos contam a história verdadeira, que precisa ser contada. A principal razão é que os indicadores não definem qual é o mínimo necessário que o estudante deve saber para passar de nível. Saber que o IDEB aumentou de 2,3 para 2,5 ou para 3,2 não nos diz nada. O que temos que perguntar é o que está acontecendo com a nossa educação, o que as crianças estão realmente aprendendo nos diversos níveis, e o que fazer para superar o que estou chamando de "teto de vidro".
Posted on: Mon, 23 Sep 2013 18:09:52 +0000

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