Em face ao filme Stone (“Homens em fúria”), acho que a questão a discutir não é tanto de forma, do desempenho dos atores, mas de conteúdo, da temática do enredo, baseada nos desencontros interpessoais de uma família estadunidense. Parece que a intenção do autor do enredo é pautar a crise institucional do casamento, ou a concepção que lá se tem desta instituição, que aparenta ter prazo de validade. Não se trata de uma relação que possibilita autoconhecimento e crescimento existencial. Vale enquanto dura, sendo admitido todo tipo de interferência, inclusive a infidelidade. O recomeço tem um tempo. Deve ser considerada como fundamental na compreensão do enredo a cena inicial em que a protagonista diz que quer se separar e a reação do parceiro, que, embora jovem, como sua consorte, vive uma vida doméstica de rotina existencial vazia, e usa como argumento para desvanecer arremessar a própria filha pela janela de um quarto no segundo andar da casa, causando-lhe a morte se o fizesse. Esse desvio de conduta inicial é que fará do casal, mais ou menos três décadas depois, duas pessoas infelizes, alienadas pela religião e pelo álcool. Um bem tipicamente estadunidense era “tarde demais pra recomeçar...”..
Posted on: Fri, 09 Aug 2013 20:17:36 +0000
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