Em minha mirabolante mente, fosse eu um personagem bíblico, - TopicsExpress



          

Em minha mirabolante mente, fosse eu um personagem bíblico, mitológico, vindo de outro mundo e não real... Confesso que em tal trajetória primeiramente já desejei ser um anjo do céu. Mas aí eu vi que haviam muitas injustiças e termos incoerentes e inconcebíveis para simplesmente chegar e dizer: “que legal vivemos em um mundo perfeito, nos amemos utopicamente como o fizemos na hora da celebração eucarística”. Não... Seria um pensamento mágico e alienado demais. O raciocínio, logicamente, não parou por aí, foi evoluindo e em mesma razão se complexificando... Aí, posteriormente, eu desejei ser um anjo das sombras, era a face obscura do otimismo que observava levar pessoas direto ao precipício e se jogarem sorrindo, enquanto outras ao vê-las morrendo mais ainda demonstravam que tudo aquilo era “certo”. Que aquele sistema deveria ser assim. Não tinha espaço para todos nele e enquanto alguns eram sacrificados, outros se tornavam “deuses”. Mas aí também pensei: Não... E onde fica o brilho do sol que nasce a cada dia? Onde fica a redenção, o poder do recomeço e abertura para ver as coisas com outros olhos, rever conceitos, outras chances? Finalmente, hoje, se alguma força divina me desse tal poder e incumbência só gostaria de ser um funcionário das antigas que volta a cena, deu uma passada antes pelo céu e pelo inferno. Só para conhecer o território. Sabe como é... Mas voltou. E é isso que importa! E se transformou num forasteiro: sem identidade, sem nome, sem lembranças, sem conflitos sobre quem é ou almeja ser. As experiências que a vida proporcionou rasgaram e colocaram, sem nenhum pesar ou gentileza, tudo que conhecia até então no lixo de forma dura, brusca. E então meu último desejo em tal imersão e delírio cognitivo, intuitivo seria tão somente ser um frio e a-sentimental justiceiro. Apenas como algo neutro, sem envolvimentos. Do tipo: Vá, faça o trabalho, o que tem de ser feito e volte, sabe? Algo estritamente indiferente, astuto e profissional. Por tudo que já vi cheguei a conclusão que é melhor do que se importar... Porque não adianta só você se importar quando ninguém se importa. Então se importar passa a ser um erro quando não produz nada em uma existência inteira. Já nos dizem: “De boas intenções o inferno está cheio.” E é verdade: quer fazer algo, faça, não pense muito, não lamente. Ou se começar a pensar muito e ouvir todas as opiniões não vai acontecer absolutamente nada. E isso também não é suficiente.
Posted on: Sun, 01 Dec 2013 00:19:51 +0000

Recently Viewed Topics




© 2015