Enfrentando a gagueira.... Bom pessoal, começo contando um caso - TopicsExpress



          

Enfrentando a gagueira.... Bom pessoal, começo contando um caso que chegou de presente para mim sobre gagueira, aliás um dos primeiros casos que peguei onde trabalhava. Era um pré-adolescente, menino tímido, com o olhar sempre para baixo e quase não conversava. Demorou algumas semanas quando finalmente surgiu um diálogo e aos poucos fui ganhando sua confiança até que criou-se um vínculo bacana entre nós. O engraçado era que de tanto escutá-lo gaguejando comecei a gaguejar também, era muito estranho e fazia um esforço para me controlar, mas começamos a trabalhar sua timidez que aos poucos vi que era o que provocava um aumento na gagueira, pois como não conseguia se expressar direito, travava quando falava e se embolava todo. Aos poucos foi me contando sobre suas vergonhas, como atender ao telefone e gaguejar, pedir algo a alguém que não conhecesse, por exemplo quando ia comprar algo em uma loja, padaria e comércios em geral, para fazer novas amizades então.... vocês imaginem. Lembrando que na época trabalhava com algumas fonoaudiólogas que me deram excelentes dicas nos grupos que organizávamos para discutir alguns casos em comum. Para quem já conversou com um gago, sabe o impulso que da para finalizar o que a pessoa está querendo dizer não é? então, aos poucos fui me disciplinando também quanto a isso. Na época, era muito adepta a linha comportamental, e me ajudou muito neste caso. Para quem não conhece a comportamental usa de técnicas de exposição da pessoa ao objeto que o afinge, em resumo. Um dia, logo que chegou pedi que me fizesse um favor, sempre muito educado se dispôs, então pedi que pegasse na recepção algumas declarações de comparecimento que as minhas haviam acabado. Por um momento, ele ficou me olhando e pensei.....vai desistir! mas para minha alegria disse: tá... entrei para o consultório e logo ele voltou com as declarações. Conversamos sobre a experiência e ele me contou sobre o que sentiu e como foi. Aos poucos, fui expondo ele a mais situações fora do consultório, como ir comprar uma roupa sem a presença da sua mãe que sempre o acompanhava, a atender o telefone da sua casa quando tocasse, ir a festas que sempre rejeitava por timidez, um dia ele até me ligou para conversar comigo por telefone e me contar suas novas experiências, inclusive uma namoradinha que havia arrumado, resumindo: precisava criar nele AUTONOMIA e mais segurança em seus atos e nele mesmo e a ter calma ao falar (que também estava sendo trabalhado com a fonoaudióloga). Ele ainda ficou comigo e com a fonoaudióloga por uns dois anos e depois foi seguir seu caminho.
Posted on: Fri, 02 Aug 2013 18:44:51 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015