Entendo que se os gênios citados por Milan Kundera, em seu livro - TopicsExpress



          

Entendo que se os gênios citados por Milan Kundera, em seu livro “A Imortalidade” – Cristóvão Colombo, William Shakespeare, Pablo Picasso e Arthur Rimbaud – nascessem em épocas diferentes das que nasceram, não seriam, jamais, o que foram. Poderiam, claro, ser até melhores. Penso, contudo, que seriam piores. A propósito de Arthur Rimbaud, sempre me intrigou o fato dele ter aberto mão do seu absurdamente imenso talento tão cedo, privando o mundo de sua poesia mágica e original. Se, parando de compor aos 19 anos, compôs tantos e fantásticos poemas, o que não poderia ter composto se o fizesse, digamos (para não exagerar) até os 40? Mas... Aqui entra a questão do “se”. E o condicional não conta, nem na arte e nem na vida. Afinal, não aconteceu. O próprio Kundera cita esta maravilha de versos de Rimbaud: “Nas noites azuis de verão irei pelos caminhos no meio do trigo, pisando a relva tenra... Não falarei nada, não pensarei em nada... e irei longe, muito longe, como um cigano no meio da natureza feliz como se estivesse com uma mulher”. Lindo! Lindíssimo! Mágico! E se Rimbaud vivesse nos nossos dias, escreveria esses versos? Faria coisa melhor? Sua obra seria pior? Seria, pelo menos, um poeta? Nunca iremos saber!
Posted on: Tue, 22 Oct 2013 17:14:51 +0000

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