Eu escrevi o post abaixo (sobre os protestos contra a imprensa) assim que assisti, pelo MidiaNinja, à patrulha sofrida pela repórter da Record. Foi um ato covarde e patrulheiro -- não há outra definição. Ela tentou explicar que estava trabalhando, lembrou que a Record havia sido a única presente na delegacia por ocasião da prisão dos manifestantes, mas foi calada por vaias e xingamentos e literalmente expulsa da rua -- que, até outro dia, era espaço público, de todos. Para mim, quem estava ali não era uma emissora, mas uma colega ameaçada e agredida. Não suporto ver cenas de bullying e de maus tratos contra quem quer que seja -- crianças, bichos, prisioneiros de Guantanamo, mulheres, manifestantes, velhinhos, moradores da Maré, jornalistas. Especialmente quando os agressores são maioria e as vítimas minoria. A maioria dos quase 260 comentários gerados pelo meu post detonou a Globo, com diversas explicações "científicas" para o repúdio; mas nenhuma delas me parece se aplicar à Record. E aí? Eu gostaria -- de fato, sinceramente -- que alguém me explicasse por que, e em que momento, passou a ser bacana mandar jornalista -- qualquer jornalista -- calar a boca. o O o O repórter Rafael Coimbra, hostilizado ontem nas ruas, escreveu o seguinte: "nem durante golpe militar em honduras, sob estado de sítio, deixei de trabalhar. censura por parte da população é a coisa mais pavorosa do mundo. todos os dias colegas de vários veículos estão sendo hostilizados. mistura de tristeza com vergonha."
Posted on: Fri, 05 Jul 2013 04:51:13 +0000
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