Eu sei que eu não a verei nunca mais, talvez seja por isto que eu - TopicsExpress



          

Eu sei que eu não a verei nunca mais, talvez seja por isto que eu tenha coragem o suficiente para me declarar para a mesma. Eu amei ela, eu a observava todos os dias. Ela vivia cercada de pessoas e, eu nunca gostei de me enturmar, por isto eu esperava o momento propício para falar com ela. Ela sempre chegava atrasada nas aulas, o que me fazia pensar por horas, o que será que ela fazia durante as manhãs, sendo que ela mesma me disse que não trabalhava. Nós sempre conversávamos sobre música, sobre os livros que ela lia (eu os achava estúpidos). Sempre procurávamos semelhanças e coincidências que poderíamos ter, embora, fossem poucas as coisas que tínhamos em comum. Eu pouco me importava com as horas se passando, quando eu estava com ela, cada minuto valia a pena. Nós dois tínhamos problemas familiares, nossos pais eram conturbados. A mãe dela quase nunca estava presente e, compensava a falta que ela fazia dando presentes, como se aquilo fosse mudar alguma coisa. A minha mãe estava sempre por perto, porém, estava sempre de mau humor, o que fazia eu me afastar dela. O pai dela era alcoólatra e, o meu havia saído de casa há umas duas semanas. Nossas dores eram compartilhadas, nossos abraços duravam mais de dez minutos. Embora eu sempre tenha tido vontade de pedi-la em namoro, sempre me faltou coragem. Ela sempre me contava sobre o ex namorado dela, que havia terminado com ela por motivos estúpidos, como por exemplo, os lugares que ela gostava de frequentar. Nós sempre nos reuníamos no pátio da escola, até que os amigos dela se aproximavam, fazendo assim com que eu me afastasse. Eu odiava eles. Odiava muitas pessoas, mas, eu odiava eles mais ainda. Na verdade, eu odiava eles por motivos óbvios: Os assuntos, as brincadeiras estúpidas e, pelo fato de que eles tomavam todo o meu tempo com ela. O ano acabou, o que fez ela se mudar, tanto de escola, quanto de cidade. Ela estava muito empolgada com isto, o que fazia ela me contar todos os dias as coisas que iria fazer quando chegasse na nova cidade. Um ou dois dias antes dela ir embora, ela me contou o porquê que sempre se atrasava para chegar nas aulas, ela chorava pela manhã, outra coincidência, pois, eu chorava durante a noite, por ser tão tímido e indefeso e, não conseguir me expressar perante ela. Quando ela estava prestes a ir embora, ela me abraçou e, como todas as vezes em que nós tínhamos nos abraçado, este abraço também demorou. Mas, havia algo diferente naquilo tudo, ela estava chorando, estava triste por ter que me deixar. Ela me beijou, virou às costas e, se foi. Se foi para nunca mais voltar. Já se passaram dois meses e, eu ainda não consegui controlar uma mistura de ira, com solidão e saudade. Talvez eu nunca controle. O que eu aprendi com tudo isto? É simples, eu aprendi o quanto uma pessoa tem significado. O quanto precisamos valorizar, cuidar e amar esta pessoa, pois um dia, esta pessoa existirá apenas em nosso intelecto. Apesar da falta que ela me faz, uma certeza eu tenho, eu faço tanta falta para ela, quanto ela faz para mim...
Posted on: Wed, 04 Dec 2013 13:12:22 +0000

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