Eu sei que existem bons professores, isto é, profissionais competentes, dedicados, interessados e que estão sempre dispostos a ‘dar’ o seu melhor em prol de uma educação com a qualidade necessária para aqueles que estão ás margens de uma sociedade extremamente excludente. Sei que (ainda) existem professores que fazem da profissão não somente um meio de sua sobrevivência, mas procura fazer de sua escolha profissional um caminho que seja capaz de melhorar as condições de pequenos cidadãos que infelizmente só tem a escola como (única) alternativa de um futuro mais digno. Mas infelizmente esses professores são poucos, um número muito reduzido perto daquilo que consideramos o ‘ideal’. Lamentavelmente o que nós encontramos com mais frequência dentro das escolas públicas são profissionais desinteressados não somente por conta dos baixos salários que recebem ou por causa do constante descaso que os governantes têm com a educação pública no Brasil. Mas porque a maioria (afirmação com base no depoimento de alguns professores) dos profissionais da área educacional faz a opção para trabalhar no setor público porque sabem que de certa forma não serão ‘cobrados’ pelos pais e mães quando faltam, quando gritam, quando são mal educados, quando são irônicos, quando são desrespeitosos, quando não ensinam, quando chegam atrasados... E tudo isso acaba acontecendo porque esses pais e essas mães possuem pouca escolaridade, pouca informação, nenhum esclarecimento e a maioria não têm a consciência de que a escola é PÚBLICA sim, mas não é GRATUITA. E é justamente por isso que NÓS temos o DEVER e a OBRIGAÇÃO de exigir que o professor trabalhe e preste conta do que está sendo feito aos pais e mães estejam eles interessados ou não na vida escolar dos filhos. Cabe ao professor saber expor (com educação) os problemas que são vivenciados por ele em sala de aula. Estimular o interesse e a participação dos pais na vida escolar dos filhos. Hoje nós estamos vivenciando e enfrentando um dos momentos mais delicados da educação pública. Nossas crianças estão sem aulas há um mês por conta da greve dos professores. É óbvio que alguns pais reconhecem a legitimidade da greve e sabem da real importância que ela tem para a categoria dos profissionais, mas isso não invalida a nossa insatisfação diante do que está acontecendo principalmente se formos levar em consideração a existência dos maus profissionais que estão na educação por conta do ‘oba-oba’. Há quem diga que os governantes apoiados pela mídia estão ajudando a influenciar e a manipular os pais para que estes fiquem contra aos professores... Não sei até que ponto isso realmente está acontecendo. Talvez algumas coisas pudessem estar sendo diferentes... Se hoje, os professores não estão encontrando o respaldo necessário dos pais para JUNTOS pressionar e exigir que todas as reivindicações sejam atendidas pelo prefeito com a máxima urgência para pôr um fim a essa greve é por causa do descaso, desrespeito e da humilhação que os pais também sofrem dentro das escolas. Existe uma política dentro das escolas que faz com os pais interessados deixem de se interessar ou de se ‘intrometer’ nos assuntos pedagógicos. E o pior de tudo é que o professor que age assim recebe todo o apoio da direção da escola. Ou seja, a própria direção reforça esse tipo de comportamento que eu intitulei: ANTI PAI NA ESCOLA. A escola trabalha para afastar a presença dos pais e das mães porque existe o medo da cobrança e da interferência desses pais. É por isso que eu afirmo a mídia não é ‘santa’, mas dessa vez não tem mídia e não tem prefeito nenhum ‘fazendo a cabeça’ de ninguém sobre isso. O que de fato existe são escolas e professores que sempre jogaram contra os pais e nunca tiveram habilidade e competência para estreitar as relações entre família e a escola. E agora querem um ‘bode expiatório’ para responsabilizar...
Posted on: Tue, 10 Sep 2013 03:48:26 +0000
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