Famílias têm que reequilibrar padrões de consumo Ricardo - TopicsExpress



          

Famílias têm que reequilibrar padrões de consumo Ricardo Sousa, professor da UMinho, trabalha com entidades como BCE e FMI As famílias portuguesas têm que continuar a reequilibrar a sua despesa de consumo, após mais de uma década a viver acima das suas possibilidades. O alerta é de Ricardo Sousa, professor de Economia na Universidade do Minho. “Portugal esteve a endividar-se ao ritmo de 10% do PIB por ano, o que era claramente insustentável”, diz, para justificar: “O peso do consumo das famílias no PIB é de 67%, isto é, quase 10 pontos percentuais acima do verificado na Alemanha ou Espanha”. O rendimento familiar tem estado em queda acentuada face ao maior desemprego, à falência de empresas e à política de austeridade. O cenário agravado com os baixos índices de confiança no consumidor, a subida dos spreads bancários, o estrangulamento no mercado de crédito e, sobretudo, a ausência de indicadores que suportem as expetativas de uma inversão da trajetória económica negativa, justifica Ricardo Sousa. A correção dos desequilíbrios da economia nacional passa por subir a fatia das exportações líquidas no PIB, reduzir o peso do consumo privado e consumo público e estimular o investimento (em áreas de mão de obra qualificada, de produtos de alto valor acrescentado, assim como por via do investimento direto estrangeiro). “Só deste modo se conseguirá aumentar a capacidade de produção do país no médio prazo, eliminar o défice histórico das contas com o exterior e garantir condições de crescimento económico e de criação de emprego sustentáveis”, descreve o professor da UMinho. Política orçamental nacional tem comportamento indesejável Num estudo recente, Ricardo Sousa e António Afonso, da Universidade Técnica de Lisboa e do Banco Central Europeu (BCE), verificaram que a subida da despesa pública acaba por ter um efeito contraproducente sobre a atividade económica real. Noutro trabalho, esta dupla e Peter Claeys, da Universidade de Barcelona, mostraram que, em Portugal, as fases de expansão da economia têm sido aproveitadas para aliviar a carga fiscal, enquanto as recessões têm sido acompanhadas de políticas orçamentais restritivas, regra geral, de caráter extraordinário e não estrutural. “É um comportamento claramente indesejável”, frisa. Políticas expansionistas em épocas de crise são pouco eficazes a longo prazo Ricardo Sousa concluiu ainda que as medidas de política orçamental expansionista em períodos de crise tendem a ter um impacto positivo no curto prazo, mas tornam-se prejudiciais para o crescimento no longo prazo. A pesquisa incidiu sobre 132 países e os últimos 50 anos. “Por exemplo, em 2008-09 tornou-se inevitável coordenar a política monetária (taxas de juro mais baixas) com a política orçamental (mais despesa pública e menos impostos) para relançar a economia. No entanto, os estímulos fiscais acabaram por levar ao desequilíbrio das finanças públicas e culminaram com a crise da dívida pública soberana em 2010”, contextualiza. O estudo, em coautoria com Davide Furceri (Fundo Monetário Internacional) e Luca Agnello (Banco de França), foi publicado na revista “Open Economies Review”. Fonte: UMinho
Posted on: Mon, 08 Jul 2013 11:32:10 +0000

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