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Fortalecimento das áreas técnicas A participação ativa das unidades técnicas encarregadas da atenção à saúde, tais como os estabelecimentos de saúde, as unidades de vigilância em saúde, saneamento ambiental, saúde mental, laboratórios de saúde pública, e outros, é crítica durante as operações de resposta. Uma resposta efetiva depende de que essas unidades estejam adequadamente preparadas e equipadas para a atenção às emergências que resultam de um desastre. Neste menu se descrevem as ações de fortalecimento das unidades técnicas-chave. 1- Detecção e controle de doenças transmissíveis Os desastres naturais podem aumentar o risco de doenças. Por essa razão, os programas de controle de doenças e os sistemas de vigilância epidemiológica devem estar preparados. Os sistemas de vigilância epidemiológica e os instrumentos que a epidemiologia dispõe para o monitoramento e controle de doenças devem ser adequados e estar simplificados para sua fácil aplicação em situações de desastre. O sistema de vigilância epidemiológica para desastres deve estar baseado na instalação rápida de postos de vigilância de doenças e no uso de formulários práticos de notificação baseados em sintomas e síndromes. Podem-se encontrar exemplos desses formulários, assim como as principais necessidades de informação sanitária para facilitar os processos de tomada de decisões, no guia Vigilancia epidemiológica sanitária em situaciones de desastre . Os epidemiologistas e o pessoal de epidemiologia de campo têm que estar capacitados em gestão de desastres e ter disponibilidade para trabalhar em situações difíceis e de alta demanda. O sistema de vigilância epidemiológica e controle de doenças precisa contar com o apoio de um laboratório de saúde pública para ter êxito. É imprescindível que na fase de preparo se fortaleçam tanto os laboratórios de referência nacional, assim como a rede de laboratórios estaduais e municipais, estabelecendo com antecipação esquemas de cooperação entre eles. A publicação Protocolos de evaluación sanitaria rápida en situaciones de emergencia pode ser útil quando se for preparar uma avaliação desse tipo. Na publicação, os protocolos variam de acordo com a ameaça. Apresentam-se dez protocolos, entre eles aqueles para avaliação sanitária, epidemias de doenças infecciosas, surtos, desastres naturais, emergências químicas etc. Entre os riscos mais comuns para o aumento e/ou aparecimento de novas patologias se identificam os seguintes: Aumento da densidade da população, o que contribui para o aumento de doenças respiratórias agudas. Deslocamento da população: Populações migrantes podem tanto tornar-se expostas à doenças para as quais não possuam imunidade natural, como podem introduzir novas doenças nas áreas que chegam. Interrupção e/ou contaminação dos abastecimentos de água e dos serviços sanitários: Desastres podem destruir ou comprometer esses serviços por períodos prolongados. Desorganização dos programas de saúde pública: A interrupção dos programas de saúde pública, provocada por um desastre, aumenta a vulnerabilidade das populações. Mudanças ecológicas que favorecem o desenvolvimento dos vetores: As mudanças climáticas, acompanhadas de intensas chuvas, favorecem o aumento dos criadouros de mosquitos. Deslocamentos de animais domésticos e selvagens, queaumentam a vulnerabilidade da população às zoonoses. Provisão de alimentos e água: A falta de controle de qualidade dos alimentos e da água distribuídos à população afetada por um desastre pode resultar em surtos epidêmicos. É importante que se mantenham atualizados os perfis epidemiológicos das áreas vulneráveis, assim como as listas de doenças potenciais em caso de desastres, os sistemas de alerta precoce, os mecanismos de controle efetivo em caso de emergência e a investigação operativa. Os desastres naturais podem potencializar o surgimento de doenças emergentes ou influenciar no aumento das doenças reemergentes. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde disponibiliza em sua página publicações de interesse para os interessados no tema, como o Guia de bolso de doenças infecciosas e parasitárias, o Guia de vigilância epidemiológica e a revista Informe Epidemiológico do SUS. Na fase de preparação para respostas os países devem fortalecer suas capacidades básicas, de acordo com as recomendações do novo Regulamento Sanitário Internacional . Finalmente, se for necessário um guia prático para organizar investigações de campo, analisar resultados, implementar medidas de controle e avaliar a intervenção, a publicação El control de las enfermedades trasmisibles fornece informações a respeito. 2- Provisão de água e saneamento Entre os efeitos imediatos de um desastre encontram-se os danos aos sistemas de abastecimento de água e serviços de saneamento. A publicação El desafío del sector de agua y saneamiento en la reducción de desastres: Mejorar la calidad de vida reduciendo vulnerabilidades , que, ao mesmo tempo em que ilustra a gravidade da situação para a população afetada por um desastre quando esses serviços são afetados, inclui exemplos reais e ações que são possíveis programar para diminuir a vulnerabilidade dos sistemas de água e saneamento. Em resumo, esses serviços são afetados de várias formas, entre elas:Destruição das fontes de abastecimento de água, dos condutores primários, da rede de distribuição; esses efeitos são frequentemente observados em casos de terremotos, inundações e deslizamentos. Destruição ou danos dos sistemas de redes de esgotos, particularmente por consequência de terremotos. Acumulação de resíduos sólidos por interrupção dos serviços ou bloqueio das vias de acesso devido à acumulação de escombros. Interrupção nos programas de saneamento básico, controle de alimentos, controle de vetores e roedores. As autoridades encarregadas desses programas devem contar com planos estratégicos e operativos que assegurem a adoção de medidas preventivas, de preparação e resposta para casos de desastre. Para mais informações sobre preparativos em companhias de água e saneamento consulte o capítulo 2 de Emergencias y desastres en sistemas de agua potable y saneamiento: Guía para una respuesta eficaz. É necessário ter, com antecipação, particularmente para os sistemas de água e esgotos, estudos de vulnerabilidade, mapas e planos atualizados sobre as áreas potenciais de riscos. Devem-se, também, estabelecer mecanismos de resposta efetiva, entre elas, contar com planos operativos que incluam, além da adoção de pessoal capacitado, maquinaria, equipamentos e insumos. Um plano de preparação para água e saneamento básico deve levar em conta o seguinte: Abastecimento de água em quantidade e qualidade; Identificação de fontes alternativas de água, cisternas, plantas de purificação portátil, equipes de cloração etc.; Controle de excretas e águas residuais; Identificação de alternativas de custo efetivo para a construção ou adoção de latrinas sanitárias; Controle de resíduos sólidos: coleta e transporte; Localização dos pontos de coleta, aterros sanitários ou locais temporários para a reciclagem de alguns materiais; Controle da higiene dos alimentos: medidas para as inspeções rotineiras dos centros de armazenamento e venda de alimentos e bebidas, com ênfase em alimentos que requerem refrigeração; Controle de vetores e roedores; Medidas básicas de higiene pessoal e habitação: muito importante para os abrigos temporários; Disposição dos restos dos animais mortos durante um desastre. Exemplos de medidas de mitigação de sistemas de água e saneamento são exemplificadas em duas publicações; a primeira é o Estudio de caso: Vulnerabilidad de los sistemas de agua potable frente a deslizamientos , que avalia a vulnerabilidade do sistema de abastecimento de água potável Tuy I, da cidade de Caracas, na Venezuela. A segunda é o Manual para la mitigación de desastres naturales en sistemas rurales de agua potable, que oferece instruções sobre como realizar a análise de vulnerabilidade e os passos necessários para a adoção de medidas de mitigação. 3- Atenção em saúde mental A atenção da saúde mental das vítimas dos desastres naturais tem cada vez mais importância. No geral, os desastres têm consequências devastadoras, sobretudo de ordem econômica, , acarretam o empobrecimento da população, a destruição de seu meio e de sua infraestrutura e a carência de serviços básicos, como água potável e alimentos; além de causar desintegração familiar e da comunidade. Situações de desastre e emergência complexos produzem um aumento dos sinais de sofrimento psicológico, como a aflição e o medo; podem aumentar também, em certa medida, a morbidade psiquiátrica e outros problemas sociais. Estima-se que entre um terço e a metade da população exposta (segundo a magnitude do evento e outros fatores) sofre alguma manifestação psicológica. Mesmo assim, tem-se demonstrado que depois da emergência propriamente dita os problemas de saúde mental dos sobreviventes requerem atenção durante um período prolongado, quando, além de tudo, eles têm que enfrentar a tarefa de reconstruir suas vidas. Também são afetados os trabalhadores de saúde, os grupos de busca e resgate, o pessoal de socorro e os voluntários, pois são expostos não somente aos efeitos do desastre, mas também a uma enorme carga emocional no desenvolvimento de suas tarefas. Para mais informação sobre o impacto dos desastres na saúde mental, assim como para obter informações sobre como atuar, recomendamos que consulte a publicação Guía práctica de salud mental en situaciones de desastres . Essa publicação aborda os grupos específicos de populações, já que a conduta dos afetados varia com o tempo e está relacionada com fatores como idade, situação econômica, antecedentes de saúde mental, magnitude das perdas sofridas com o desastre, aspectos culturais e capacidade de resiliência frente aos eventos adversos. Também se leva em conta os seguintes fatores: A natureza do evento: Os desastres súbitos produzem maior impacto emocional, inibindo reações defensivas e até produzindo pânico. A situação dos refugiados vítimas de violência, por exemplo, traz necessidades específicas. As características da personalidade das vítimas: são mais vulneráveis as crianças, os idosos e as mulheres, assim como os portadores de necessidades especiais (físicas e mentais). O entorno e as circunstâncias: Os desastres têm maior incidência na população pobre. O plano de preparação de saúde mental tem que levar em conta aspectos relacionados com o entorno antes, durante e depois dos desastres. Devem-se preparar equipes treinadas em saúde mental e manejo do estresse. Além da participação necessária do pessoal de saúde mental, é importante capacitar o pessoal de saúde em intervenções básicas em nível comunitário. As intervenções precoces de apoio individual ou coletivo são de um valor muito significativo. Pela complexidade dos temas de saúde mental, o plano deve considerar ações de curto e médio prazo, estabelecer instrumentos de avaliação dos grupos afetados, fornecer pautas para intervenções sobre os principais problemas psicossociais, assim como instrumentos de avaliação sobre a efetividade das intervenções. O pessoal de saúde e os grupos de resgate requerem intervenções preventivas para o manejo do estresse e o apoio psicossocial. Pode-se encontrar informação útil sobre como controlar o estresse no folheto que a Federação Internacional da Cruz Vermelha elaborou para seus delegados que participam de operações de resposta aos desastres. 4- Comunicação pública e os meios de comunicação O conhecimento insuficiente dos meios de comunicação em temas de gestão de desastres pode gerar informações incorretas, uma situação que pode influir negativamente na percepção do público ou conduzi-lo a tomar decisões equivocadas. A publicação Gestión de información y comunicación en emergencias y desastres enfoca a utilização da informação como instrumento de comunicação social para a prevenção dos desastres. Contém referências que podem servir para o desenvolvimento de um plano estratégico de comunicação sobre o tema. As instituições encarregadas da gestão de desastres têm a responsabilidade de buscar mecanismos e estratégias que permitam que os meios de comunicação estejam capacitados sobre as diferentes etapas e processos que caracterizam um desastre, desde as ações preventivas até as etapas de reconstrução. Da perspectiva da gestão de desastres, os meios de comunicação têm duas funções críticas: A comunicação formativa: Pelo amplo acesso do público aos meios de comunicação, eles podem constituir-se em agentes importantes para a difusão de conteúdos educativos e contribuir de maneira efetiva, criando no público uma cultura de prevenção nos níveis individual e coletivo. Para isso é necessário capacitar previamente os meios e os profissionais da comunicação mediante o desenvolvimento de reuniões, cursos de capacitação e/ou oficinas. Também é recomendável efetuar esforços conjuntos com as instituições educativas formadoras de profissionais de comunicação e estimular que essas instituições incorporem em seu currículo conteúdos sobre prevenção de riscos e gestão de desastres. A comunicação informativa: A divulgação clara, prudente, oportuna e ideal de dados corretos sobre a incidência do desenvolvimento e os efeitos causados por um desastre não somente facilita a compreensão do público sobre a magnitude de um desastre, como também ajuda os tomadores de decisão e constitui uma importante fonte complementaria de informação e de enlace das instituições com o público. O plano de preparação do setor saúde deve conter também um plano de informação e comunicação. Os responsáveis da equipe de comunicação têm que estar muito familiarizados com a dinâmica dos desastres e com o plano em si. Sua responsabilidade é enorme na elaboração de boletins, na organização de conferências de imprensa, no fornecimento de informação institucional aos diferentes meios de comunicação, na elaboração de mensagens e materiais de comunicação e no assessoramento dos tomadores de decisão sobre gestão de crises. Visite a página Relaciones con los medios de comunicación en situaciones de emergencia para mais informações. É altamente recomendável estabelecer programas de capacitação para os jornalistas, assim como para os diretores de meios de comunicação, em gestão de desastres e gestão da informação, para que eles contribuam com a difusão das notícias de maneira tecnicamente mais correta e menos sensacionalista. É importante que os comunicadores tenham conhecimento das diferentes etapas de um desastre e contribuam com a difusão de informação antes, durante e depois de um desastre. É importante que os comunicadores tenham conhecimento das diferentes etapas de um desastre e contribuam com a difusão de informação antes, durante e depois de um desastre. Etapa prévia: Com suficiente capacitação, a difusão da informação tem uma gama muito ampla, desde os processos científicos, até a divulgação das atividades individuais e coletivas relacionadas com o preparo, a resposta e a reconstrução. Na etapa de impacto: Os meios e os profissionais da comunicação devem manejar a informação com profundo sentido de ética e responsabilidade social. A comunicação deve estar baseada em fontes seguras e evitar o sensacionalismo. Etapa posterior ao impacto: Apoiar o restabelecimento da normalidade, contribuir com os processos de reconstrução e melhorar suas próprias capacidades de informação. 5- Avaliação de danos e necessidades A avaliação de danos e necessidades causados por um desastre no campo da saúde é uma das funções críticas que se devem efetuar imediatamente depois de um desastre. O enfoque técnico e objetivo colaboram não somente com os níveis de decisão, mas também ajudam a orientar de uma maneira efetiva a mobilização e a pertinência da assistência internacional. As ações de avaliação não são improvisadas, obedecem a um esquema preestabelecido que deve estar claramente definido durante a etapa de preparação. O pessoal que realiza as ações de avaliação não pode ser improvisado; deve ter conhecimento da dinâmica dos desastres e dos instrumentos que se utilizam para sua avaliação. Consulte o artigo “Las mejores prácticas para realizar evaluaciones de necessidades” para conhecer o que se tem aprendido sobre o tema. As equipes de avaliação de saúde devem estar preparadas para proporcionar informação quantitativa e qualitativa sobre os seguintes aspectos: a) informação geral da área afetada; b) avaliação do impacto do desastre sobre as pessoas; c) impacto sobre os serviços essenciais e o meio ambiente; e d) impacto sobre os estabelecimentos de saúde e seu funcionamento. Em resumo, os membros devem preencher o seguinte perfil básico: Conhecimento e experiência em gestão de risco, avaliação de danos e análise de necessidades em saúde, administração de desastres, gestão de albergues; Conhecimento do Sistema Nacional de Atenção de Desastres, a Carta Humanitária e Normas Mínimas para a Resposta Humanitária e outras normas legais relacionadas com atenção de emergências e desastres; Capacidade para estabelecer níveis adequados de coordenação com as estruturas locais, regionais, nacionais, assim como com organismos internacionais e outros envolvidos nas operações; Capacidade para trabalhar em grupo e gerenciar recursos humanos e logísticos adequadamente; Qualidades pessoais de responsabilidade, resistência, capacidade analítica e de gestão de situações adversas; Capacidade de redigir informes. Para a realização da avaliação, se utilizam formulários de uso prático. Os capítulos 3 e 4 do guia Evaluación de daños y análisis de necesidades de salud en situaciones de desastre têm exemplos que podem ser utilizados. 6- Gestão da informação Um desastre requer uma resposta rápida para salvar vidas e mitigar seus efeitos; isso é particularmente crítico no setor saúde. A resposta efetiva e oportuna está sujeita à disponibilidade de informação, desde o local do desastre até o mais alto nível de decisão, cujo fluxo deve respeitar os diferentes níveis de autoridade, desde o nível municipal até o nível nacional, de uma maneira ordenada e coerente. Em situações de desastre, a coleta e o abastecimento de informação estão sujeitos às circunstâncias e complexidades da área em que ocorreu. Existe a necessidade urgente de responder a necessidades pontuais como: a) atender as pessoas afetadas; b) melhorar a capacidade de resposta dos estabelecimentos de saúde; c) satisfazer a necessidades urgentes nos serviços básicos essenciais (água, saneamento, energia) e/ou; d) solicitar ajuda de outros municípios, do estado ou do nível federal. Tudo isso exige fornecimento rápido de informações práticas, simples e objetivas. As informações para a tomada de decisões são oriundas da: Inspeção da área afetada, para se ter ideia da extensão geográfica do desastre e dos danos a pontes e estradas; Inspeção de campo, para a avaliação rápida de danos e necessidades; Informações proporcionadas pela comunidade, como fonte complementar; Informações provenientes de outras fontes, incluídos os meios de comunicação, inquéritos comunitários, entrevistas etc. As informações coletadas têm que ser avaliadas, consolidadas e validadas pelo pessoal técnico. As salas de situação, onde existem, exercem um papel fundamental nesse processo, antes de enviar as informações para o nível de decisão, o Centro de Operações de Emergência. O guia Gestión de información y comunicación en emergencias y desastres oferece recomendações que ajudarão a entender e gerenciar o contexto da emergência, bem como facilitarão o trabalho de gestão da informação e as tarefas de comunicação para o público. No guia encontram-se pautas concretas para a produção de informes, a distribuição de informação para públicos diversos, os modos de lidar com os meios de comunicação, a preparação de mensagens e materiais informativos e o planejamento do trabalho de comunicação durante a resposta a emergências e desastres. Levando-se em conta que em todo desastre as situações são mutáveis em função do tempo, é necessário enviar informações periódicas aos níveis de decisão. As informações podem ser diárias, semanais ou mensais, de acordo com as necessidades. Essas informações não somente ajudam na tomada de decisões imediatas, como também no planejamento para a etapa de recuperação e reconstrução. As informações mais importantes são: Informações sobre morbidade e mortalidade baseadas em sintomas e síndromes; Informações sobre doenças de importância epidemiológica e morbidade de locais sentinelas, incluídos os abrigos temporários; Informações sobre a disponibilidade e o funcionamento de serviços básicos; Informações sobre capacidades operativas e necessidades dos estabelecimentos de saúde. O artigo “Roles de las tecnologías emergentes en el manejo de información de desastres naturales” revisa as novas tecnologias com base na Internet e sua aplicabilidade na distribuição da informação. Finalmente, não podemos nos esquecer de intercambiar informações com a comunidade internacional: Reliefweb, um sítio das Nações Unidas na web que inclui informes de situação sobre emergências e desastres mundiais, perfis de países, chamados de ajuda internacional etc. O Centro de Operaciones de Emergencia de la Opas produz informes semanais e diários de emergências específicas na região das Américas. A Red de Información Humanitaria para América Latina y el Caribe reúne sócios humanitários e tem como objetivo prover acesso fácil e consistente via Internet a informação humanitária atualizada e de qualidade. Os produtos incluem mapas, diretórios, informes, fotos, calendário de atividades, kit de emergência, entre outros. 7- Controle sanitário em abrigos e acampamentos temporários O deslocamento humano para abrigos ou acampamentos temporários, frente a um desastre ou situação de violência social, constitui um fator de risco para a saúde. As condições de superlotação, déficit de serviços básicos e exposição às mudanças ambientais podem ser fatores catalisadores de doenças, particularmente se o funcionamento dos abrigos ou acampamentos não está bem organizado ou se prolonga por um longo período de tempo. Temos aprendido a importância de incorporar os beneficiários nesse processo de organização dos abrigos e acampamentos. Dessa maneira, a provisão de serviços de base comunitária nessas situações tem maior relevância. O setor saúde e os responsáveis pela gestão de preparativos para situações de desastre devem trabalhar em estreita coordenação com as instâncias responsáveis pelo planejamento e pela organização de abrigos temporários para que, na fase de preparo, levem-se em conta as medidas preventivas e ações a desenvolver para a atenção da população localizada em abrigos ou acampamentos temporários. Informações breves sobre essas medidas e ações podem ser encontradas no capítulo 10 da publicação Los desastres naturales y la protección de la salud ou no manual Administração de abrigos temporários, publicado pela Secretaria de Estado da Defesa Civil do Rio de Janeiro. Dependendo do tipo de desastre, superlotação dos abrigos, fatores climáticos e aspectos socioculturais, as doenças com maior potencial de ocorrência são: Doenças respiratórias e de transmissão de pessoa a pessoa: resfriados, pneumonia por influenza, sarampo, tuberculose, meningite, HIV/Aids; Doenças diarréicas: salmonelosis, cólera, shigelosis, amebíases, parasitoses; Doenças transmitidas por vetores: malária, dengue, encefalites, febre amarela; Doenças relacionadas a desnutrição e déficit de micronutrientes; Doenças dérmicas: ectoparasitos, sarna, pediculose; Violências, agressão física, assédio; Problemas psicológicos, estresse, ansiedade, depressão. Da perspectiva da saúde pública, devem ser previstas medidas na etapa de preparo sobre normas e guias práticos para as seguintes áreas: Abastecimento de água: controle da qualidade, monitoramento de distribuição adequada para alimentação e higiene; Eliminação de excretas: guias para adoção de medidas econômicas e efetivas; Controle de resíduos sólidos; Normas para a vigilância de doenças transmissíveis e de nutrição e alimentação; Serviços de atenção à saúde, atenção primaria à saúde; Detecção e atenção precoce de problemas de saúde mental; Programa básico de habitação e ambiente saudável; Sistema de informação para coleta de informações sobre a população refugiada, fatores de risco, avaliação de necessidades. 8- Gestão de vítimas em massa Salvar vidas e prestar atenção oportuna às vítimas de um desastre constitui a mais alta prioridade durante as ações de resposta. Essas ações, portanto, não podem ser improvisadas. Na etapa de preparo as autoridades e as instituições de saúde encarregadas da gestão de desastres nos diferentes níveis devem adotar as medidas necessárias para que, dentro do possível, sejam autossuficientes para o desempenho dessas tarefas, incluída aí a capacitação em nível comunitário. De maneira prática, a atenção às vítimas se divide nas seguintes fases: Atenção pré-hospitalar: As ações de busca e resgate se realizam nas primeiras horas por equipes e profissionais especializados, como, por exemplo, os que resgatam pessoas presas nos escombros depois dos terremotos ou deslizamentos. A complexidade dessas tarefas requer a formação de equipes multidisciplinares. A atenção à saúde das vítimas no local do desastre inclui ações necessárias para preservar suas vidas, como primeiros socorros e estabilização de suas funções vitais, até que possam ser transferidas aos estabelecimentos de saúde para atenção final, com identificação prévia. A classificação dos feridos e lesionados por grau de severidade se denomina “triagem” e se utiliza um código de cores adotado internacionalmente. Muitos países têm institucionalizado um sistema pré-hospitalar para a atenção de emergências e desastres que conta com uma rede de ambulâncias, pessoal capacitado e um centro único de comunicações. O material sobre o estabelecimento do sistema de manejo de vítimas em massa pode ser útil ao profissional de saúde envolvido nessa tarefa. Um sistema efetivo de gestão de vítimas no local do desastre evita que o desastre seja levado ao hospital e aumenta a oportunidade de salvar vidas. Atenção hospitalar: Os estabelecimentos de saúde devem estar organizados e equipados para a atenção de um grande número de vítimas. Os planos hospitalares para desastres contemplam a adoção de medidas que compreendem os serviços de atenção, a organização de apoio logístico, comunicações, segurança, assim como fontes de provisão alternativas de energia e água para seu funcionamento. Para elaborar um plano de emergência hospitalar, sugerimos revisar o conteúdo do Curso sobre Planeamento Hospitalario . Esse excelente recurso fornece valiosos aportes sobre o desenvolvimento do plano, a capacitação do pessoal e o desenvolvimento de simulações e simulados. Partindo de diferentes cenários, oferece, passo a passo, os elementos para que se organizem e desenvolvam exercícios de simulação. É importante levar em conta outras categorias de estabelecimento de saúde. Por exemplo, os laboratórios e bancos de sangue fornecem importantes serviços durante a resposta a desastres, e devem estar preparados. Identificação de cadáveres: Esse processo requer uma organização e procedimentos estabelecidos para a recuperação, a identificação, o armazenamento e a disposição final dos cadáveres. A cremação ou disposição dos cadáveres em fossas comuns não é um procedimento recomendado. Devem-se efetuar todos os esforços possíveis para determinar a identidade dos falecidos e entregar os cadáveres a seus familiares para que sejam sepultados de acordo com seus padrões culturais e crenças. Leia mais sobre os mitos que persistem sobre cadáveres em um editorial do boletim Desastres: Preparativos y Mitigación en las Américas . Para uma leitura aprofundada sobre esse tema, que inclui as implicações legais, socioculturais e psicológicas, recomendamos consultar o guia Gestión de cadáveres en situaciones de desastre . Além disso, um grupo de especialistas americanos analisou o papel do Estado como ente organizador e coexecutor das ações para a gestão de cadáveres e o resultado dessa análise foi apresentado no guia Manejo de cadáveres en situationes de desastre (link para guia: ), que proporciona apoio técnico ao estado para um correto manejo dos cadáveres.
Posted on: Thu, 28 Nov 2013 02:18:47 +0000

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