Governo Federal quer abrir diálogo com grupo black bloc? Antes de - TopicsExpress

Governo Federal quer abrir diálogo com grupo black bloc? Antes de querer diálogo com alguém deveria aprender que isso não é grupo, é tática de ação. Mas algumas das dúvidas deles podem ser esclarecidas por qualquer um, nós ajudamos e todo mundo pode complementar nos comentários. Primeiro é melhor pararem de procurar “interlocutores”. Foi-se o tempo onde havia um pastor com cordeiros indefesos. A história nos mostrou que esses pastores, ou líderes, tendem a mandar as ovelhas para a boca dos lobos. Não existe liderança, não existe hierarquia e muito mal existem grupos. Mas existem demandas, muitas demandas. É só observarem atentamente as imagens que as polícias civil, militar, federal e do exército (sim, existem P2 do exército nos protestos) fazem que vocês vão identificar todas as demandas. Em um resumo quase simplório as pessoas só querem que vocês parem de trabalhar em causa própria e passem a ouvir e pedir permissão ao povo. Vocês não são autoridades, são servidores públicos a serviço da sociedade. Quando “todo poder emana do povo” as autoridades somos nós. Respeitem o povo, trabalhem para o povo, façam pelo povo. Simples assim. Entender os adeptos da tática black bloc também é simples. Desde sempre os movimentos sociais são atacados pelo braço armado do Estado, nas jornadas de junho não foi diferente. Somos testemunhas dessa história e do nascimento disso, vimos quando os “mascarados” nasceram no Rio de Janeiro. Desde antes de junho os manifestantes eram agredidos brutalmente pela polícia política, a justificativa sempre era liberar ruas mesmo quando elas não estavam bloqueadas. Não faltam vídeos na internet que comprovam isso. Relativo ao valor das passagens essa agressão ocorre desde meados de outubro de 2012 aqui no Rio de Janeiro. E ainda não havia black bloc. No dia 20 de julho de 2013 as 4 pistas da Av. Presidente Vargas foram tomadas por mais de um milhão de pessoas. Ela estava apinhada de gente da Candelária até a Prefeitura. Eram famílias inteiras, crianças, jovens, idosos, portadores de necessidades especiais. Era todo tipo de gente, de toda a cidade e de cidades próximas. Tudo transcorria pacificamente, como a mídia gosta de colocar, até que a tropa de choque começa a lançar bombas e tiros em cima de todo mundo. Não houve lógica, como nunca há, na ação da polícia política. Um repórter tomou um tiro na testa, eram milhares de pessoas em pânico com o gás, gente desmaiada sendo carregada no colo, senhores e senhoras, crianças, todos em pânico. Mas nesse momento, enquanto se somavam tropa de choque e BOPE contra o povo, um punhado de manifestantes fez o impensável; protegeu o povo. Impedindo que a polícia política avançasse em cima de todos, um grupo heterogêneo de pessoas se colocou de peito aberto segurando o avanço da polícia política para que as pessoas pudessem fugir. Nesse dia vimos um caveirão recuar. Nesse dia vimos famílias inteiras sendo perseguidas em desespero. Nesse dia nasceu o que foi apelidado de Tropa de Choque do Povo. Anjos e anjas de negro dispostos a não se dobrar à barbárie do Estado e reagir toda vez que o povo for atacado. Nunca atacar, mas sempre usar do legítimo direito de defesa. Se o Estado quer saber de onde vieram os black blocs basta se olharem no espelho. É uma reação a toda violência que o Estado imputa ao povo. Violência sofrida no asfalto e na favela. Violência sofrida nas filas do SUS e nos becos da Maré, de todas as Marés. O que eles querem? O mesmo que todos os cidadãos do mundo querem. DEMOCRACIA REAL! estadao.br/noticias/cidades,governo-dilma-quer-abrir-dialogo-com-black-blocs-,1091052,0.htm