Há algumas semanas, a internet vem exibindo uma enxurrada de - TopicsExpress



          

Há algumas semanas, a internet vem exibindo uma enxurrada de sátiras e também vídeo, no qual consumidor acusa a Coca-Cola de ter comercializado garrafa do refrigerante contendo uma cabeça de rato. Após divulgação do vídeo com a suposta infração consumerista o assunto está na ordem do dia das redes sociais. Cabe uma reflexão: a divulgação é importante? É inegável a força e a abrangência das redes sociais, seja para divulgar boas ideias ou para semear inutilidades. Fato é que as redes sociais tornaram o mundo a aldeia global prevista por Marshall McLuhan, proporcionando instantaneidade de comunicação e atingiram incomensurável número de pessoas em todo o planeta. No caso do rato, o consumidor Wilson Batista Rezende denunciou, em 2000, que comprou seis garrafas e, após ingerir um pouco de uma delas, sentiu ‘os órgãos queimarem’. Em uma das garrafas haveria uma cabeça do animal. Para dar credibilidade às suas alegações, juntou um documento de perícia que teria descartado a possibilidade de violação do lacre, o que permitiria que o animal tivesse sido colocado no interior da embalagem após o processo industrial. Relata ele que ficou com sequelas e hoje tem dificuldades motoras e na fala. Obviamente que, com o documento da perícia, a credibilidade do relato aumentou, mas não o suficiente para me convencer. O relato não me parece crível. Também entendo que não seria suficiente a pouca ingestão do líquido para gerar consequências tão danosas. Mas, fato é que ele entrou na Justiça e ainda aguarda decisão. Enquanto isso, divulga o caso para que ‘todos’ tenham conhecimento. Sem decisão judicial definitiva é bastante precipitado e também perigoso emitir juízo de valor. Trata-se da marca mais conhecida do mundo. Sua produtora tem rígidos controles de qualidade na produção, mas, falhas podem ocorrer. Responsabilidades têm que ser apuradas. Considero precipitada é a divulgação indiscriminada de um caso sem devida apuração judicial. Obviamente que os consumidores assimilam as versões e isso acaba por arranhar a imagem da empresa. Por isso é que se deve ter um mínimo de cautela até que se dê decisão judicial favorável à divulgação, mesmo que isso demore por conta da segurança jurídica que permeia o Judiciário brasileiro. Divulgação indiscriminada ofende o princípio da presunção de inocência que deve preceder qualquer julgamento. Campanhas acerca de malefícios que causam os refrigerantes têm meu aval. NOTA OFICIAL DA COCA COLA: ‘Sobre o caso de um consumidor registrado no ano de 2000 e recentemente veiculado na imprensa, a Coca-Cola Brasil esclarece que todos os nossos produtos são seguros e os ingredientes utilizados são aprovados pelos órgãos regulatórios, em um histórico de 127 anos de compromisso e respeito com os consumidores. Os nossos processos de fabricação e rígidos protocolos de controle de qualidade e higiene tornam impossível que um roedor entre em uma garrafa em nossas instalações fabris. Lamentamos o estado de saúde do consumidor, mas reiteramos que o fato alegado não tem fundamento e é totalmente equivocada a associação entre o consumo do produto e o seu estado de saúde. Para saber mais sobre a qualidade dos nossos produtos, utilize nossos canais oficiais de comunicação: 0800 0212121’. Denílson Carvalho Advogado, ex-coordenador do Procon Franca - [email protected]
Posted on: Wed, 25 Sep 2013 22:13:10 +0000

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