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INFORMAÇÕES SOBRE A ACÇÃO DE PROTESTO DO CASAL RODET A ACÇÃO CÍVICA NÃO VIOLENTA A não-violência, ou « satyagraha » segundo o termo adoptado por Gandhi, pode traduzir-se por « Força da verdade » ou « Firmeza na verdade » ou ainda « Reivindicação cívica da justiça ». Para praticar a « satyagraha » , deve-se, segundo Gandhi : • Aderir a verdade • Defendê-la integralmente por um sofrimento voluntário A veracidade dos factos que denunciamos publicamente ficou escondida durante anos. Trata-se do escândalo que numerosas pessoas de boa fé sofreram e que, antes do casal Rodet, foram « usadas » pela Fundação EcoServis e pelo seu fundador e presidente vitalício, o padre João de Brito Costa : pessoas seduzidas para um « maravilhoso » projecto social e em seguida desprezadas, caluniadas, feridas na sua dignidade, na realidade pessoas « usadas » como objectos de consumo e abandonadas logo que não convinham mais, forçadas à resignação e à aceitação do sofrimento imposto (os homens não contam, só conta o exercício do poder, a acumulação e a posse de bens materiais em conformidade com os desejos do fundador). A Fundação EcoServis (ou pelo menos o seu Presidente executivo) abandonou o Amor Evangélico trocando-o pelo lucro e pela utilização dos seus colaboradores. Esta situação tem de acabar. Não existem duas raças de humanos : os bons e os maus. Um homem é comumente qualificado de bom ou de mau consoante aquilo que faz. Nós não fazemos um juízo do homem, nós denunciamos factores vividos. Na estratégia da nossa acção, a não violência não é uma fraqueza, mas sim a agressividade contra a injustiça, contra o mal e não contra o homem. Não é uma teoria filosófica ou política e coloca-se acima das religiões. « Um homem que não se revolta contra a injustiça é um fraco » dizia Gandhi « Tudo o que é humano faz parte de nós » dizia Louis Lecoin, para fazer referência à primazia do homem sobre o dinheiro e o poder. A PANÓPLIA DA ACÇÃO CÍVICA NÃO-VIOLENTA • Manter-se de pé e não ficar de braços cruzados diante dum responsável por uma injustiça, • Estar envolto pela verdade, • Ter a justiça como couraça A violência é a lei da bestialidade. A não-violência activa é a lei do espírito, do homem humanizado. É necessário, dizia Gandhi, incarnar o fim (a procura da justiça) nos meios utilizados (a expressão da verdade). A nossa acção não é para ganhar, mas para denunciar uma injustiça e corrigi-la, não se trata de combater um inimigo, mas de parar uma injustiça. A acção cívica não-violenta que escolhemos remonta à tradição de militantes humanitários que, bem antes de nós, agiram para acordar consciências e alertar o público para injustiças graves : Gandhi, Lanza Del Vasto, Jean e Hildegarde Goss, Danilo Dolci, César Chavez, Martin Luther King, Albert Luthuli, Madre Teresa de Calcutá, Abbé Pierre,… Hoje a multinacional Monsanto tenta, pelo controlo das sementes recriar a cadeia alimentar e o futuro da humanidade. Os agricultores (pequenos e grandes) reféns dos « produtores de sementes » revoltam-se e promovem acções não-violentas eficazes mas pouco conhecidas do público. A não-violência activa é a força avassaladora dos « sem voz ». O nosso objectivo é : • Apelar à consciência do fundador da EcoServis que recusa totalmente o diálogo e de « abanar » a indiferença dos responsáveis por esta injustiça sofrida. • O jejum proposto é a primeira etapa pública da acção não-violenta dado que os meios de conciliação abortaram. É para nós evidente notar que o fim duma luta « não-violenta » não é um « diktat » (uma imposição) mas um acordo mútuo e que a acção não-violenta não tem por objectivo a humilhação do adversário. O essencial da acção não-violenta não é a forma de luta, mas a mentalidade, o espírito, a atitude que a inspira. O meio de acção é apenas a manifestação visual da dinâmica não-violenta. A não-violência activa pode ser interpretada como uma agressão à consciência adormecida…. Acordar alguém durante a noite porque a sua casa está a arder poder ser entendido pelo que está a dormir como uma « violência »… Dizer alto e bom som « estamos a asfixiar com esta injustiça » é uma violência ?! Na situação conflituosa em que a Fundação EcoServis é useira, as pessoas humilhadas tem tido 3 escolhas : • Aceitar a humilhação e não fazer nada (ficar de braços cruzados) o que têm como consequência ao fim de anos, uma repetição da mesma situação de « uso das pessoas » que se perpétua e continuará se ninguém intervém ! • Revoltar-se violentamente : a irritação extrema incita a uma violência desmedida e descontrolada, isto é, a um desejo de vingança, • Agir inteligentemente com uma acção cívica não-violenta e demonstrar com firmeza que a pessoa humana cujo valor não se comercializa, não deve ser desprezada, ultrajada, abandonada. É esta via que escolhemos e iremos até ao fim para obter uma abordagem sobre a Fundação EcoServis, a concretização dos objectivos dos seus estatutos, as manipulações do seu Fundador e uma justa indemnização para as pessoas que foram abusadas e maltratadas. Este nosso caminho compõe-se de várias etapas : • A procura de diálogo com os dirigentes da fundação e com o seu fundador verificou-se infrutífera, o padre João de Brito Costa recusa encontrar-se ou falar connosco, • O alerta transmitido às autoridades da Igreja (Bispo de Santarém) continua sem resposta, • O jejum público já iniciado é a 3a etapa, • A informação mediática que promovemos inicia a 4a fase, • Outras acções mais radicais estão previstas e serão reveladas em tempo oportuno com a colaboração dum comité de apoio. O SIGNIFICADO DO JEJUM DO DR JEAN-CLAUDE RODET O jejum (privação voluntária de alimentos) faz parte de todas as grandes tradições humanas : budista, hindu, islâmica, judia, cristã… Todas estas tradições reconhecem a purificação pelo jejum e a sua acção libertadora. Purificação e libertação… estas ressonâncias religiosas podem colocar em cheque algumas pessoas. Na realidade, o jejum não é um acto de índole moral. O jejum é uma ascese livremente aceite e que fornece o apetite para a justiça. « Jejua-se para se libertar das ilusões, para purificação do pensamento, das acções numa eventual malfeitoria » dizia Hildegarde Goss « O jejum recoloca tudo no lugar : faz-nos viver a experiência da nossa unidade e da nossa participação na Criação. A força prodigiosa do jejum como acção não-violenta foi vivida em variadas circunstâncias : • Por Gandhi, um homem só que obteve a reforma do sistema de castas que oprimia os intocáveis (1932) na Índia, • Por Lanza del Vasto, durante o Concílio Vaticano II em Roma, para que a Igreja Católica tomasse uma posição corajosa contra a bomba atómica (1963), • Por Martin Luther King, para obter direitos cívicos para os negros nos Estados Unidos (anos 1960), • Por louis Lecoin, que fez ceder o general De Gaulle (1962) pela instauração do estatuto de objector de consciência e do serviço civil nacional em França, • … Na realidade, o jejum liberta a verdadeira força do homem, a força do Amor que actua, abre as consciências e os corações, faz mover as montanhas da indiferença e do desprezo. Não se promove a verdade só com ideias mas com todo o nosso ser e por vezes com o nosso sangue… Os jejum de Gandhi visavem sempre a purificação pessoal, o apelo à consciência dos cidadãos e dos dirigentes politícos para resolver situações conflituosas. O jejum não é uma peça de teatro que se representa em público… Pratica-se no silêncio e em retiro. Jean-Claude Rodet não jejua para si mesmo mas para alertar a opinião pública. É um caminho de indignação e de protesto não-violento.
Posted on: Mon, 08 Jul 2013 19:32:16 +0000

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