Introdução da obra de Grover Furr e Vladimir Bobrov “1937. A - TopicsExpress



          

Introdução da obra de Grover Furr e Vladimir Bobrov “1937. A Justiça de Stalin: Não sujeita a apelo” Publicado em: montclair.edu/english/furr/furrnbobrov_intro2010.html Tradução do inglês de TAM Colocado em linha em: 2011/03/03 O livro que está nas vossas mãos é uma investigação das conspirações da década de 1930 na URSS. Estas conspirações conduzem diretamente à chamada “Ezhovshchina” de 1937-1938, desonestamente chamada “O Grande Terror”. Isso mudou para sempre a história da União Soviética e, de fato, do mundo. Apresentamos também uma investigação da historiografia dessas conspirações. Como provamos, a maior parte do que foi escrito sobre as conspirações da década de 1930 está errada. Pior: a maior parte é fraudulenta e deliberadamente desonesta. Um imenso número de fontes primárias sobre estes acontecimentos ainda está nos arquivos do governo russo. Uma grande maioria delas ainda é secreta. Apenas um pequeno número foi tornado público, geralmente para investigadores privilegiados que são cúmplices na construção e manutenção de uma fraudulenta descrição dos acontecimentos desse período. Alguns documentos primários de especial importância estão, ao que parece, disponíveis para aqueles investigadores que, podemos ter a certeza, repetem mentiras desonestas e anticomunistas. Porém, nenhum sistema de censura ou classificação é perfeito. Duas décadas depois do fim da URSS foram publicados muitos documentos primários, quase sempre por razões que constituem um mistério. Existe suficiente material de fontes primárias que foi desclassificado através do qual, com um trabalho cuidadoso de recoleção e estudo, podemos pelo menos entrever os contornos gerais daquilo que realmente aconteceu. Em alguns casos podemos discernir muito mais. É claro que a evidência é incompatível coma falsificada história oficial. As conspirações da Oposição da década de 30 encontram-se entre os temas mais fortemente falsificados na história soviética. Os historiadores da corrente oficial, virtualmente todos eles anticomunistas, continuam simplesmente a negar absolutamente que essas conspirações tenham existido. Estão errados. Essas conspirações existiram realmente. A evidência das fontes primárias agora disponíveis confirma a descrição dessas conspirações nos Julgamentos públicos de Moscovo, examinam acontecimentos-chave e documentos primários relativos a estes acontecimentos. As conspirações da oposição nos anos 30 culminaram nas investigações e prisões levadas a cabo pela NKVD (2), nos três Julgamentos públicos de Moscovo em Agosto de 1936, Janeiro de 1937 e Março de 1938. Estes foram a causa imediata da explosão das repressões em massa de 1937 e 1938 conhecidas como “Ezhovshchina”, ou o “Grande Terror”. Seria difícil imaginar maior série de acontecimentos históricos. Alguns dos ensaios deste livro relacionam-se com as atividades de Nikolai Bukharin. E isso não se deve ao fato de nós, os autores, termos algum interesse especial em Bukharin, mas pela razão de que muita da documentação primária sobre as evidências relativas a Bukharin ter sido publicada. Isto pode ser atribuído ao interesse em Bukharin mostrado por Nikita Krushchev e, na geração seguinte, por Mikhail Gorbachev. E isso pode dever-se ao fato de Lenin uma vez ter chamado a Bukharin o “favorito do Partido”. Da mesma forma que, ao insistir que Bukharin estava inocente, Krushchev e Gorbachev estavam a tentar esconder-se atrás do prestígio de Lenin. De fato eles afirmavam que Lenin não podia ter estado tão errado; o homem a quem “o nosso Ilich” chamou o “favorito do Partido” não podia ser responsável de tais crimes. Nos Julgamentos de Moscovo foi o arguido que atraiu a maior atenção, “a prova” – falsa, como nós agora podemos provar – para demonstrar que os Julgamentos de Moscovo foram uma montagem. Bukharin é o acusado dos Julgamentos de Moscovo sobre quem nós mais conhecemos, e sobre quem os acadêmicos anticomunistas/antistalinistas, desde o “liberal” Stephan F. Cohen aos mais destacados direitistas, se concentraram mais. O estudo dos documentos sobre o caso de Bukharin dá-nos uma visão do interior, uma “janela” sobre a rede das conspirações antigovernamentais e dos Julgamentos de Moscovo. Documentos desclassificados e publicados respeitantes a Bukharin e às suas relações com outras figuras políticas, quando cotejados com outros documentos tornados públicos independentemente, permitem-nos compreender as linhas mais gerais das conspirações da oposição contra o governo Soviético e a direção do Partido. Num dos presentes ensaios mostramos que Bukharin e os conspiradores direitistas estavam ligados à campanha de repressão em massa de Ezhov contra gente inocente. Bukharine tinha o poder de parar a “Ezhovshchina”. Mas Bukharin decidiu não apenas fazer isso – decidiu aprovar explicitamente essa vaga de repressão. Noutro ensaio nós provamos, com a ajuda de um documento recentemente descoberto e ainda top-secret na Rússia, que a “reabilitação” de Bukharin pelo Soviete Supremo em 1998 era falsa. A Procuradoria e o Supremo Tribunal tinham provas das culpas de Bukharin mas ocultaram-nas e declararam que ficara provada a sua inocência. Um terceiro ensaio faz o apanhado das provas documentais contra Bukharin. Demonstra que Bukharin era culpado para além de qualquer dúvida razoável. Toda a documentação probatória disponível aponta para a sua culpa. O testemunho de Bukharin implicou todos os outros mais importantes arguidos, incluindo o Marechal Mikhail Tukhachevskii e Leon Trotski. Portanto, as provas da culpa de Bukharin fornecem também provas fortes que implicam também os outros. Parte da mitologia da suposta inocência de Bukharin é a sua “última defesa” apresentada a Stalin antes da sua execução, em Março de 1938. Esta história encontrou uma aceitação quase universal entre os historiadores. Nós mostramos que é uma rotunda falsificação. [NOTA: O ensaio seguinte, sobre Pletnev, foi retirado do livro pelo editor, sob nosso protesto, por causa da sua extensão] Outro ensaio trata do Dr. D. D. Pletnev, um dos arguidos menores em Março de 1938 no julgamento “Bukharin” de Moscovo. Mais uma vez, não temos especial interesse em Pletnev. Tratamo-lo porque foram desclassificados mais documentos primários a seu respeito. Isto parece dever-se a um interesse especial na “reabilitação” de Pletnev por parte de alguns dos interesses instalados na medicina na Rússia. Como resultado desse interesse, de uma maneira ou outra, mais algumas provas a respeito de Pletnev foram desclassificadas. Um cuidadoso estudo desses documentos prova que as explicações históricas correntes do seu caso não só estão erradas, mas também deliberadamente falsificadas. Também expomos a falsificação da história por historiadores profissionais, como também pelo regime Soviético da era Gorbachev, falsificações que continuam com o atual governo. Fazemos isto através de uma crítica detalhada de um texto representativo: o último capítulo da biografia de Bukharin feita por Stephan F. Cohen. Demonstramos, com referências a provas de fontes primárias agora disponíveis, que virtualmente todas as afirmações que Cohen faz neste capítulo são falsas. Mais do que isso, provamos que Cohen omitiu provas da culpa de Bukharin que estavam disponíveis quando ele escreveu. Falsificação histórica Os respeitáveis historiadores anticomunistas do sistema dominante elaboraram as suas falsificações por vários meios. • Nalguns casos, mentiram sobre o conteúdo de documentos que ainda eram secretos à altura. A sua publicação subsequente permite-nos ver que os documentos mostram algo muito diferente. • Noutros casos, tiveram acesso apenas a partes dos documentos que ainda são secretos na sua totalidade. Porém, estes mesmos historiadores tiveram muito trabalho para esconder dos leitores que não tinham visto realmente os documentos completos. Quando são sujeitos a um exame cuidadoso, como fazemos nessas páginas, as revelações parciais, os subterfúgios e os exemplos de provada desonestidade revelam muito do que eles e os funcionários do governo querem que continue escondido. • A tendenciosidade por omissão é talvez o principal meio de falsificação. Os historiadores decidiram convencer os seus leitores que não existiram realmente conspirações e omitem simplesmente as provas que contradizem as suas conclusões. Eles confiam no fato de: • Poucos dos seus leitores estarem familiarizados com as provas de fontes primárias e portanto não saberem que a prova foi omitida; • Os seus colegas historiadores do sistema dominante não denunciarão a sua fraude se estiverem imbuídos dos mesmos objetivos propagandísticos de enganar os seus leitores. • A má interpretação dos textos é uma técnica de enganar muito comum nestes historiadores do sistema. Numa espécie de “ventriloquismo”, o historiador afirma que a fonte primária dos documentos diz o que, de fato, ele diz que eles dizem, em vez do que um cuidadoso estudo do seu texto revela acerca do seu verdadeiro significado. • Incompetência. Estes historiadores anticomunistas do sistema quase nunca criticam a investigação uns dos outros, mas, em vez disso, elogiam-se mutuamente, numa espécie de krugovaia poruk (= cada um confirma o outro e vice-versa). Logicamente, sem o benefício da crítica eles poderiam tornar-se descuidados no seu trabalho. Então – pode argumentar-se isso – pelo menos algumas das suas más interpretações e omissões pode ser o resultado de simples incompetência. Se fosse verdadeiramente o caso, esperaríamos que algumas dessas más interpretações fossem contra as suas conclusões preconcebidas. Contudo, o nosso estudo mostra que isso quase nunca acontece. Portanto, podemos estabelecer com confiança que as falsificações que encontramos são o resultado, não da falta de cuidado ou da incompetência, mas provêm de uma tentativa deliberada de enganar. A conclusão mais importante do nosso estudo, portanto, é a de que nenhum dos investigadores anticomunistas contemporâneos das conspirações dos anos 30 é de confiança. Fazem todos parte de um acordo tácito para denegrir, demonizar e falsificar a história soviética da época de Stalin. Isto em si não é nada de novo. A historiografia anticomunista sempre foi propaganda primeiro e verdade depois. Na Rússia, esta tendência começou com as falsificações de Krustchov sobre Stalin e Beria no seu infame “Relatório Secreto” ao 20º Congresso do Partido, em Fevereiro de 1956. Dali em diante, todos os historiadores da URSS tiveram de elaborar a “linha do partido” de Krushchev. Isso só podia ser feito através da falsificação e da mistificação, com a cumplicidade da recusa do governo Soviético de tornar públicos documentos relevantes. Krushchev e os seus homens impediram mesmo os membros do Presidium de terem acesso às provas de arquivo. A falsificação anticomunista do Ocidente foi grandemente ajudada pelos trabalhos publicados na época de Krushchev. Robert Conquest, inventor da expressão “Grande Terror”, foi ele próprio um propagandista profissional dos serviços de espionagem britânicos. O seu livro, profundamente ligado às próprias mentiras de Krushchev e aos historiadores oficiais da era Krushchev, assim como aos trabalhos virtualmente mais anticomunistas ou antissoviéticos alguma vez publicados sem olhar à fidedignidade. Conquest foi seguido por muitos outros. Nós examinamos essencialmente a natureza da historiografia fraudulenta da era Krushchev no ensaio sobre a biografia de Bukharin de Stephen F. Cohen. No tempo de Gorbachev foi, de fato, recuperado e intensificado o nível das falsificações históricas dos historiadores ao estilo Krushchev, oficialmente patrocinados. Quando a URSS acabou, a onda de falsificações históricas oficialmente patrocinadas simplesmente continuou. Essa continua a ser, de longe, a escola de historiografia dominante hoje na Rússia. Fora da Rússia, é absolutamente a única escola que é consentida. É difícil encontrar emprego como historiador profissional na Rússia hoje, a não ser que se seja historiador anticomunista e especialmente antistalinista. Mas isso é simplesmente impossível no Ocidente. Não há Iuris Zhukovs, Artem Martirosians ou Iuris Emelianovs no Ocidente. O mesmo é verdadeiro nos primeiros estados Soviéticos, como os bálticos e a Ucrânia, assim como nos primeiros países-satélite soviéticos como a Polônia. Um caso especial a apontar é o dos historiadores trotstkistas que se reclamam ser comunistas e marxistas, mas que, ao mesmo tempo, são furiosamente anti-Staline. Os trabalhos de Vadim Rogovin são largamente citados pelos historiadores anticomunistas inveterados. Os aderentes a um culto irracional, os trotskistas, podem e realmente conseguem encontrar emprego como professores de história soviética e publicam em jornais acadêmicos e com editores acadêmicos. Quando o historiador trotskista Pierre Broué morreu há alguns anos, Bernhard Bayerlein, um furioso anticomunista e antistalinista, redigiu sobre ele um obituário elogioso. O Prêmio Isaac Deutsher foi para o trotskista Kevin Murphy em 2005. O próprio Deutsher passou de ativo trotskista a professor na Universidade de Cambridge; o seu mais famoso trabalho é uma desonesta e reverencial biografia de Trotski. Hillel Ticktin, um dos chefes intelectuais trotskistas, ensinou durante muitos anos na Universidade de Glasgow até se reformar. O jornal que ele ajudou a fundar, Critique, é um jornal trotskista confesso e é publicado por Taylor & Francis, um importante editor de jornais acadêmicos no Reino Unido. O neto de Trotski, Esteban Volkov, está no Conselho Consultivo. Não é um exagero mas um fato, que a verdade sobre as conspirações da oposição na URSS é ativamente banida pelo establisment da história, quer dentro, quer fora da Rússia. Este livro representa uma investigação objetiva do interior destas conspirações, um dos poucos que se baseia ele próprio nos documentos primários disponíveis até ao momento. Também expõe e repudia as falsificações da história soviética que a historiografia dominante quer dentro, quer fora da Rússia, continua a perpetrar. Não “estalinista”, mas objetivo Porque é precisamente sobre os Julgamentos de Moscovo, as conspirações da oposição e as falsificações a seu respeito, é também um livro sobre Stalin. Porque na historiografia nos média e também na consciência popular todas as complexas matérias das conspirações dos anos 30 são “reduzidas” a “Stalin”, este trabalho pode ser considerado “estalinista”. Na realidade, não é nada disso. É uma tentativa de descobrir a verdade sobre acontecimentos de grande importância para a história russa e, por isso, para o mundo inteiro. Se, na cabeça daqueles que forem capazes de objetividade, o resultado destes estudos tender para “reabilitar” Stalin, isso só é possível na medida em que refutam falsidades. A refutação de falsidades e a descoberta da verdade não é apologética, nem é stalinismo. É o dever do qualquer historiador – um dever que nas palavras de Hamlet “é mais honroso no caso da falsificação do que na observância”. Àqueles que de vós, nossos leitores, estiverem interessados em conhecer a verdade, mesmo pagando o preço do questionamento das vossas ideias preconcebidas, pedimos a vossa crítica. Tomamos a inteira responsabilidade de tudo neste livro. Ficaremos muito gratos àqueles que nos informarem de qualquer erro no documento. Notas 1 Novembro de 2010: Publicações EKSMO, Moscovo – Introdução para a versão em inglês 2 Comissariado do Povo para os assuntos internos, criado em 1934, que sucedeu ao Diretório Político Unificado do Estado.
Posted on: Wed, 07 Aug 2013 02:53:22 +0000

Trending Topics



px; min-height:30px;"> HINDUISM Todays oldest living religion is Hinduism. Hinduism is a
Taken from yesterdays Guardian-If only Ashley could also say
CHOISIR LIBREMENT LA FEMME, OU L HOMME DE SA VIE. L amour ne s
BEYOND URGENT!! SHELTER IS CRITICALLY FULL! CHUNK IS GOING TO
This microloan program officially launched in January of 2013, and
ATATÜRK GERÇEKTEN BÜYÜKSÜN.
Isaiah 60 King James Version (KJV) 60 Arise, shine; for thy light
Question : When Islam is against idol worship, why do the Muslims

Recently Viewed Topics




© 2015