Invasão em Carmópolis foi incentivada por vereadores Um mês - TopicsExpress



          

Invasão em Carmópolis foi incentivada por vereadores Um mês após um grupo de invasores, incluindo pessoas de fora, ter ocupado as casas de um conjunto residencial no povoado Aguada, município de Carmópolis, uma revelação veio à tona e confirma uma suspeita: que a ação foi política e partiu de integrantes da oposição da gestão municipal. Com 447 imóveis, o conjunto está sendo construído pela prefeitura e representa um investimento de aproximadamente R$ 12,5 milhões com recursos próprios do município. Essa confirmação foi feita pela moradora Maria Marta de Sousa Oliveira, uma das ocupantes das casas, em entrevista ao repórter Cláudio Salviano, da rádio Ouro Negro de Carmópolis. Ela contou detalhes da noite que aconteceu a invasão ao conjunto e disse, claramente, que o vereador Décio Neto (PPS) e o ex-vereador Sérgio Vieira foram os responsáveis por incentivá-la a ocupar uma das casas. “Eu estava andando na rua no dia da invasão procurando minha nora, quando parou do meu lado uma caminhonete preta onde estavam Décio Neto e Sérgio Vieira e me perguntaram se eu já tinha pego a minha casa. Falaram para mim que eu podia escolher uma casa, botar o pé na porta que a chave tava lá dentro”, contou Maria Marta à reportagem. A moradora disse que mesmo se sentindo insegura e confusa com tudo aquilo, resolveu invadir o conjunto, mesmo morando em uma residência com o aluguel pago pela prefeitura e estar cadastrada para receber um dos 447 imóveis. “Era muita confusão, correria, muita gente invadindo de fora também, aí resolvi entrar”, justifica. Segundo Maria Marta, ao chegar no local, outras pessoas também comentaram que foram incentivadas pelos mesmos vereadores a invadir o conjunto. “Outros ocupantes disseram que foram influenciados também. Umas quatro pessoas afirmaram isso. Acredito que há uma jogada política por trás disso”, relatou. Mostrando-se arrependida, a moradora disse que iria deixar a casa invadida para receber uma nova assim que o conjunto for entregue a quem realmente está cadastrado e precisando de um local para morar. “Sei que a prefeita (Esmerlda Cruz) não vai ficar com raiva da gente, ela não guarda mágoa. Eu mesmo vou sair. Espero que as pessoas que estão lá procurem entender e saiam sem esperar pela polícia, pois tudo vai ser solucionado. Estou cadastrada e arrependida, Tenho certeza que minha casa está guardada. Quero que as pessoas que estejam ouvindo agora, que não esperem pela polícia, que saiam logo. Muita gente lá que foi influenciada por esses vereadores”, afirmou a moradora. PREJUÍZOS Um mês após a invasão, as casas continuam ocupadas mesmo com uma decisão judicial pela reintegração do conjunto. Os prejuízos pela ação política coordenada por vereadores ainda não foram calculados, mas segundo a prefeitura são grandes. Diversos imóveis tiveram portas, janelas, telhados, pisos e paredes danificados. Em outras casas, materiais como pias e vasos sanitários foram arrancados e levados. Durante esse período, tem sido comum ver invasores circulando com carros, caminhonetes e motos dentro do conjunto, o que demonstra que boa parte deles tem condições financeiras para ter seu próprio imóvel ou pagar seu aluguel. O conjunto está sendo construído pela prefeitura e representa um investimento de aproximadamente R$ 12,5 milhões com recursos próprios do município. JUSTIFICATIVAS Na última quinta-feira (1º), o vereador Décio Neto ocupou a tribuna da Câmara para tentar de defender. Ele negou sua participação na invasão do conjunto e disse que na noite do fato estava em Aracaju, na casa do seu pai. Outro que também falou, mesmo não sendo citado pela moradora, foi o vereador Deval Ferro Velho (PSC). Mesmo dizendo que se tratavam de boatos essas informações, o parlamentar confessou que foi procurado por alguns dos invasores e os ajudou a levar cama, sofá, fogão. “Fui fazer o favor com minha caminhonete. Fiz e faço porque sou funcionário do povo e estou aqui para atender toda a demanda da população”, justificou o vereador, sem assumir o risco de que sua atitude colaborou para a depredação do patrimônio público de Carmópolis. De acordo com a prefeitura, as obras do conjunto estão praticamente prontas, faltando apenas a finalização da caixa d’água, de um poço artesiano, da estação de tratamento de esgoto e da ligação individual de energia. Com relação às três primeiras obras, a administração municipal explicou que o atraso se deve às chuvas, uma vez que a água acumulada dificulta o concretamento das paredes. Com o tempo favorável e sem a presença dos invasores, a empresa responsável finaliza essa última etapa em até 40 dias, informa a prefeitura.
Posted on: Mon, 05 Aug 2013 17:38:44 +0000

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