Isso é ensino? Ensino Médio Politécnico, é ruim? Ao meu ver, sim. Para quem? Tanto para os alunos, quanto aos professores. Alunos saem prejudicados com falta de matérias previstas para aquele ano letivo. Professores por se responsabilizarem pela aprendizagem dos seus alunos, por terem que ‘aprova-los’, por verem, talvez, num futuro sem aquela profissão tão desejada. O aluno nota dez e o nota seis, por exemplo, serão de mesma forma classificados, como CSA (Construção Satisfatória de Aprendizagem). Sem contar, que o seu desempenho, em escala numeral, você não saberá mais. No primeiro ano do Ensino Médio Politécnico, inicia-se com três períodos semanais de Seminários Integrados e Projetos. TRÊS PERÍODOS. No segundo ano, esse número de períodos, simplesmente aumenta. Ao aumentar o número de períodos de Seminários, automaticamente, diminui-se períodos das matérias fundamentais para um futuro ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), vestibulares, etc. Seminário Integrado fica em segundo lugar com mais aulas no ano letivo, perdendo apenas para Matemática e Língua Portuguesa. Sem contar, que para você ser reprovado de ano, tens que conseguir CRA (Construção Restrita de Aprendizagem) ou CPA (Construção Parcial de Aprendizagem). Ou seja, o aluno pode passar de ano com CRA em Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química) e ficar apenas com PPDA (antiga dependência) no ano seguinte, não numa matéria, e sim na área de conhecimentos inteira. MAS, este aluno, em contra-turno terá que ter aula com os mesmo professores que o reprovaram no ano anterior. Que professor que irá ter carga horária pra isso? Que professor vai se dispor a isso? Poucos, ou talvez nenhum. Então, acabarão aprovando os alunos e os mesmo indo ao ano seguinte sem saber a matéria. Sem conhecimentos básicos exigidos em vestibulares e no próprio exame nacional do ensino médio, o ENEM. Como um aluno nota cinco, por exemplo, conclui-se o Ensino Médio Politécnico irá conseguir entrar em uma boa universidade? Sendo que, foi aprovado abaixo da média, teve redução de períodos nas principais áreas de conhecimento. Como que um aluno irá conseguir entrar numa universidade? Mesmo ele tendo média cinco, como o de média dez, ambos terão enorme dificuldade de aprendizagem, entendimento e um déficit na aprendizagem. Ele até pode entrar, pelas cotas… Imagine esse aluno concluindo o bacharel de direito e tentando entrar na Ordem ou na área de medicina, engenharia… Como ficará a saúde com os futuros médicos, engenheiros do ensino médio estadual do Rio Grande do Sul? Se é que o Governo quer dar algum futuro a estes estudantes. Quem quer, que corra atrás de matéria, de conhecimentos. Queremos um ensino que nos dê um futuro. Que nos dê conteúdo e não carga horária. Lógico que a carga horária é muito importante no Ensino Médio, porém, as escolas não estão sabendo utiliza-las, ainda mais com este politécnico. Alunos do terceiro ano saindo sem saberem toda matéria adequada. Alunos do primeiro indo ao segundo sem ter base de grandes conteúdos da Matemática que são exigidos em vestibulares e estão no cronograma escolar. Nós, estudantes deste Ensino Médio Politécnico estamos, literalmente, sendo submetidos a um sistema de castas, onde o filho do trabalhador, que estudou a sua vida inteira em escola pública, será um trabalhador qualquer como seu pai, e o filho do doutor que estudou sempre em escola privada terá um futuro a sua altura. Queremos um ensino de qualidade que nos leve ao ensino superior e onde mais nossos sonhos nos permitirem ir. Não queremos muito, queremos apenas um ensino médio com qualidade.
Posted on: Wed, 30 Oct 2013 12:53:08 +0000