Juros disparam na China com aperto de crédito nos bancos O Globo - TopicsExpress



          

Juros disparam na China com aperto de crédito nos bancos O Globo - 21/06/2013 Taxa bancária bate recorde e BC não injeta recursos no sistema -HONG KONG- As taxas de juros no mercado interbancário chinês deram novo salto ontem, atingindo o patamar inédito de 13,44% anuais, sem que o Banco Popular da China (o BC chinês) atuasse para injetar liquidez na praça. Os sinais de uma falta de liquidez no sistema bancário chinês ajudaram a derrubar as Bolsas no mundo ontem. Na China, a Bolsa de Xangai caiu 2,77% e a de Hong Kong, 2,88%. Receosos diante do novo patamar dos juros, os bancos chineses estão evitando conceder empréstimos, inclusive entre si. Por sua vez, disposto a punir especuladores, o governo tem reduzido as injeções de recursos no mercado. O aperto no crédito bancário chinês teve início há duas semanas e se acentuou anteontem, depois que o Banco Popular da China reduziu as operações no mercado aberto - nesta semana, elas se limitaram a 28 bilhões de yuans (US$ 4,6 bilhões), bem abaixo dos 92 bilhões de yuans (US$ 15 bilhões) da semana passada, informou a Bloomberg News. Os juros nos negócios interbancários, que até maio estavam em 4% ao ano, saltaram para 7,66% no início desta semana e, na quarta-feira, atingiram 12,85%, em Xangai, de acordo com o Centro Nacional de Financiamento Interbancário. Ontem, a taxa voltou a subir, atingindo 13,44%. - O mercado interbancário chinês está congelado, em situação semelhante à vivida nos Estados Unidos logo após a quebra do Lehman Brothers- comparou Patrick Chovanec, diretorgerente e estrategista-chefe da Silvercrest Asset Management. INDÚSTRIA PISA NO FREIO Com a escassez de crédito no sistema bancário, o BC chinês precisou fazer um empréstimo de 50 bilhões de yuans (U$ 8,2 bilhões) a apenas um banco, em operações de curto prazo, segundo a Bloomberg News. Outros bancos já estão em negociações para obter recursos. O empréstimo foi concedido na quarta-feira, mas a informação só veio a público ontem. A falta de liquidez no mercado bancário ocorre num momento em que a economia dá sinais de estar crescendo menos. Ontem, o banco HSBC divulgou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) recuou para 48,3 pontos na apuração preliminar de junho, contra 49,2 em maio. O índice, referência para medir a atividade industrial do país, indica contração quando abaixo dos 50 pontos. A estratégia do BC chinês de injetar menos recursos no mercado tem por objetivo reestruturar o setor bancário que, na avaliação do governo, estaria viciado na grande disponibilidade de recursos a baixo custo. Deixando de liberar recursos no sistema, a instituição espera ajustar os juros de curto prazo e reduzir seu papel como agente no mercado. GOVERNO QUER ACELERAR REFORMAS "Os bancos chineses terão de aumentar os esforços para apoiar as reformas econômicas e se empenhar mais para conter os riscos financeiros", disse nota divulgada pelo governo central anteontem. - O BC quer acelerar as reformas e dar ao mercado uma lição: vocês precisa gerenciar seus riscos e não se escorar tanto no Banco Central - diz Zhu Haibin, economista do JPMorgan. A tática, porém, lembram analistas, eleva os riscos de insolvência e até de quebra dos bancos mais expostos. O nível de riscos vem crescendo, nos últimos anos, no mercado financeiro chinês, na medida em que bancos menores passaram a tomar empréstimos junto a grandes instituições estatais e, então, repassar os recursos, com taxas de juros altas, a empresas e incorporadores imobiliários, muitos dos quais já com dificuldades para obter crédito.
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 14:00:30 +0000

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