Já não há protagonistas: só há coro. Há tempos em que se vê - TopicsExpress



          

Já não há protagonistas: só há coro. Há tempos em que se vê chegado ao término de uma viagem. É a plenitude dos tempos. Ao menos para a dita juventude, na qual me incluo. A sensação de nossa época se parece mais à alegria e alvoroço de meninos que escaparam da escola: agora já não sabemos o que vai haver amanhã no mundo, e isso secretamente, nos regozija, porque ser imprevisível, ser um horizonte sempre aberto a toda possibilidade, é a vida autentica, é a plenitude da vida. Doutro ângulo, a propósito, nosso tempo é um tempo que vem depois de um tempo de plenitude (talvez a Constituição de 1988). Daí que quem se prende ao passado, com a ótica fixa noutro canto, como os nossos pais, sentindo o peso dos anos, tem a sensação de estar entrando num processo de decadência.. Mal sabem que para que haja, verdadeiramente, uma ‘plenitude dos tempos’, é essencial que um desejo antigo, que veio sendo arrastado por séculos, por fim, seja satisfeito. Me refiro aqui, a palhaçada que foi a Revolução Francesa, onde a burguesia lançou aquelas palavras bonitas (igualdade, liberdade e fraternidade) mas na verdade se adonou do poder, criou e fortaleceu instituições que hoje se tem por verdadeiros dogmas imutáveis (Exército, Polícia, Familia, etc). Ora, o Exército nada mais é que um resquício de machismo já gasto e perdido nos espaço e no tempo. Já a Polícia não passa de força bruta, criada para proteger o poder (econômico, político, etc) e se mantém por conta do medo do inimigo. Inimigo este criado e fomentado pelo próprio Estado através de seus inúmeros meios de controle. É uma inocência das pessoas achar que a Polícia existe para protegê-las. Ela existe por causa do medo do delinquente e porque noticiam incansavelmente o quão numerosos e perigosos eles são. O Brasil foi feito com a sobra dos demais continentes, dentre esta sobra há quem sustente que deve se acabar com a sobra. É o resto querendo acabar com o resto do resto. A Polícia existe também para impor a ordem, mas é a ordem que lhe convenha, que convenha a quem está no poder. Na Inglaterra em 1810 não tinha polícia. Com relação à família, isso dá pano pra manga. Há instituições mortas, valorizações sem sentido, soluções materialmente complicadas e normas que já provaram sua ineficácia. Além disso, a burguesia estatificou a vida ao tornar o poder público mais forte que o poder social. Isto significa que este ente anônimo chamado Estado, está devorando a quem deveria servir: o povo. O povo se converte em carne e massa que alimenta o mero artefato e máquina que é o Estado. O esqueleto come a carne que o rodeia. O andaime se torna proprietário e inquilino da casa! Isto já aconteceu no passado. No tempo dos Antoninos (sec. II) o Estado se tornou superior que a sociedade. Esta começa a ser escravizada a não viver mais senão em razão do Estado. A vida toda se burocratiza. Então o Estado propõe segurança e passa a militarizar a sociedade. A miséria aumenta e faltam soldados. Chamam estrangeiros para resolver os problemas (aqui seriam os médicos). É o fim. Por isto o verdadeiro tesouro do homem consiste na memória de seus erros para que não os repita. O mundo é o repertório de nossas possibilidades vitais. Somos aquilo que o mundo nos convida a ser. Representa o que podemos ser, isto é: nossa potencialidade vital. O que se vê é o aniquilamento, por parte do Estado, do que podemos ser para a sociedade e para nós mesmos, pois há uma condicionante de sermos o que ele (Estado) quer que sejamos. Eu como tenho um pouco de sangue alemão, vou teimando que estou com a razão. “Parar. Parar não paro. Esquecer. Esquecer não esqueço. Se caráter custa caro pago o preço. Pago embora seja raro. Mas homem não tem avesso e o peso da pedra eu comparo à força do arremesso. Um rio, só se for claro. Correr sim, mas sem tropeço. Mas se tropeçar não paro não paro nem mereço. E que ninguém me dê amparo nem me pergunte se padeço. Não sou nem serei avaro se caráter custa caro pago o preço".
Posted on: Fri, 12 Jul 2013 02:23:36 +0000

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